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Estado de Minas

Precaução no planejamento para o próximo ano

Diante da crise que pode levar as maiores economias do planeta a longa recessão, especialistas traçam cenário detalhado para quem pretende planejar os próximos meses e recomendam cautela


postado em 16/10/2011 07:24

Enfeites de Natal nas vitrines, panetone nas prateleiras, preparativos para reuniões de família, festas de Reveillón, férias. Impossível já não fazer planos para o fim deste ano e, por que não, para 2012 também. Ao mesmo tempo, uma interrogação surge na cabeça dos consumidores: de onde virá o dinheiro? Aos prevenidos, cabe a difícil tarefa de prever os rumos de seu emprego ou de sua empresa, se os preços vão subir, se os juros de um financiamento vão baixar, se é hora de comprar um imóvel, se o câmbio estará favorável para viajar, se os seus investimentos darão o retorno há muito esperado. Não há uma única resposta, mas especialistas ouvidos pelo Estado de Minas mostram quais são as forças que agem sobre esse cabo de guerra.


"Estamos vivendo em estado de crise e, por isso, não é momento para voos ousados. Entretanto, apesar de ser momento de cautela, oportunidades e riscos são diferentes para cada um", afirma o economista José Paschoal Rossetti, professor da Fundação Dom Cabral (FDC). A luz amarela está acesa, pois embora as economias emergentes tenham alto potencial de expansão, economias avançadas estão sob ameaça de recessão prolongada.

Globalmente, as incertezas vêm do agravamento da crise econômica na Zona do Euro, do vigor dos Estados Unidos abalado, da redução do ritmo de crescimento do bloco emergente, da expansão e efeitos de ondas protecionistas. “O cenário internacional continua sendo de risco. Em uma linha pessimista, haverá impacto na confiança e, assim, empresários investem menos e consumidores gastam menos; o crédito fica mais difícil e caro; as exportações caem e podem haver demissões”, afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria.

No Brasil, há tensão inflacionária; possibilidade de reversão do processo de avanço do emprego; inadimplência; déficits crônicos, altos e crescentes em transações externas e alta volatilidade do mercado de capitais. "Inflação deve ser a maior preocupação do brasileiro em 2012. Neste ano, deve estourar e fechar em 6,6%. No ano que vem, a projeção é de 6%. Então, contratos indexados devem ser reajustados a uma taxa mais alta, aumentando a pressão sobre o orçamento", alerta.

Outro lado

Se os países em crise puxam a economia brasileira para uma recessão, o mercado doméstico teria força para assegurar o desenvolvimento por aqui. Os principais fatores positivos são as reservas cambiais acumuladas nos últimos cinco anos; as exportações de produtos básicos, cuja demanda se mantém em expansão; o fato de ser um país atrativo para investimentos, em comparação com outros grandes emergentes; potencial expansão do mercado interno; segurança operacional do sistema financeiro.

"Acredito em manutenção da redução da taxa de desemprego e renda crescente", diz Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. A economista da Tendências acrescenta que o reajuste do salário mínimo para cerca de R$ 620 será forte injeção de recursos na economia. "Traçamos projeção de que o PIB de 2012 registrará crescimento de 3,7%. Nada maravilhoso, mas bom se comparado com o de outros países", avalia.


No mundo, embora a crise derrube o desempenho dos Estados Unidos e dos países da Zona do Euro, cúpulas multilaterais buscam soluções emergenciais e estruturais; há sinais de recuperação do dinamismo da economia americana; o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira ganha poder de fogo e ações coordenadas prometem socorrer endividados; os emergentes têm peso crescente na economia. "A turbulência continuará ao longo de 2012, com altos e baixos, assim como o câmbio, que deve oscilar entre R$ 1,60 e R$ 2", diz Leite.

Diante das forças contrárias, aos investidores resta precaução, diz o professor de finanças da FDC, Juliano Lima Pinheiro. "Em 2012, os título públicos do Tesouro Direto indexados à inflação podem ser destaques positivos. Câmbio e o ouro, que são usados contra o risco, seriam os negativos, já que perderão a atratividade com a redução do risco. No geral, é preciso cautela."


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