(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Shopping populares investem em busca da nova classe média

Centros de compras vão investir mais de R$ 100 milhões na Grande Belo Horizonte


postado em 16/09/2011 06:00 / atualizado em 16/09/2011 06:22

Shoppings populares inauguram lojas de famosas marcas nacionais de olho na classe C(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Shoppings populares inauguram lojas de famosas marcas nacionais de olho na classe C (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 

O aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, cuja maior expressão é o avanço da chamada nova classe média, composta por famílias com renda mensal de R$ 2,295 mil, segundo levantamento feito pelo Instituto Data Popular em agosto, não para de aguçar a sede dos shoppings populares de Belo Horizonte. Os principais centros de compras investem na ampliação do espaço físico e na atração de famosas marcas nacionais, como a Marisa, especializada em moda feminina, e as redes fast-food Habib’s e Girafas.

Apenas o Shopping Uai, que funciona ao lado da rodoviária e que já recebeu unidade da Lojas Americanas e das concorrentes Água de Cheiro e O Boticário, investirá R$ 20 milhões na sua expansão, que vai representar a abertura de 150 lojas e de um estacionamento com capacidade para 70 veículos. Para isso, o empreendimento, que opera com 150 unidades e é controlado pelo grupo Più Invest S.A., comprou o imóvel vizinho, onde funcionava um Supermercado Epa.

“Construiremos cinemas e expandiremos a praça de alimentação, com Habib’s e Girafas”, comemora Elias Tergilene, diretor de Operações. A rede Marisa também está prestes a assinar acordo com o shopping popular. O grupo Più Invest S.A. ainda planeja abrir mais dois centros comerciais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O primeiro será em Ribeirão das Neves e está orçado em R$ 30 milhões. O estabelecimento ocupará 21 mil metros quadrados e terá 200 lojas.

O segundo, será erguido em Betim e deve consumir R$ 50 milhões. “Estamos sondando outras cidades em Minas Gerais: Sete Lagoas, Montes Claros, Governador Valadares e Ubá”, disse o executivo. Um de seus principais concorrentes, o Shopping Oiapoque, que recebe cerca de 30 mil pessoas nos dias úteis e 45 mil nos fins de semana, também se movimenta para abocanhar parte do dinheiro gasto pela nova classe média. “Em outubro, vamos inaugurar um restaurante, com capacidade para 500 refeições diárias, e cinco lojas. O investimento total vai superar a cifra de R$ 1 milhão”, adianta a gerente do centro de compras popular, Mara Ketlen.

Até farmácia

Já o Shopping Xavantes, inaugurado em 2004 com 250 boxes e que, atualmente, conta com mais de 600, negocia a instalação de uma grande rede do ramo farmacêutico. “Ainda não posso revelar o nome, mas é um grupo mineiro. Deve entrar e operação antes de dezembro, pois não vai querer perder as vendas de fim de ano”, disse o proprietário do Xavantes, Leonardo Furman, acrescentando que, na próxima semana, a praça de alimentação receberá 20 lojas. “O investimento total previsto é da ordem de R$ 2 milhões.”

Perto dali, o Tupinambás começou projeto para montar a praça de alimentação que terá 10 pontos para matar a fome dos visitantes. “Se tudo der certo será inaugurada até o Dia das Mães de 2012”, prevê a administradora do centro de compras, Isabel dos Santos. Os projetos de ampliação dos shoppings populares não ocorrem ao acaso. Estudo do Data Popular, feito em agosto com base em planilhas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e de outras entidades, apurou que a nova classe média soma 104 milhões de pessoas.

Todas elas devem gastar, ao longo deste ano, R$ 1,03 trilhão – o valor se refere tanto à renda quanto ao crédito das famílias. De acordo com o Data Popular, o setor de alimentação e bebidas deve abocanhar 18,49% do gasto. O percentual do ramo de saúde e beleza deve responder por 8,3%. Depois, as despesas serão com transporte (8,17%) e vestuário (5,12%).

 

Fome por clientes da classe C

 

Os consumidores da classe C estão ganhando apetite especial das grandes redes de fast-food. Assim como os altos executivos, esse público tem tempo cada vez mais escasso para refeições e agora conta com lojas de comida rápida nas vizinhanças dos lugares onde trabalham e moram. Na próxima segunda-feira, o Bob’s inaugura sua primeira unidade de rua em Belo Horizonte, na Avenida Amazonas, em investimento de R$ 1,8 milhão. A Subway já está presente em Venda Nova, Barreiro, Alípio de Mello e inaugura neste ano novas unidades no Bairro Castelo, em Betim e em Contagem.

“O tamanho da classe C aumentou e esses consumidores também comem mais nas redes de fast-food, pois estão nas grandes metrópoles, com tempo escasso. Todo varejista que se preza tem que trabalhar bem com esse público, que faz parte da realidade do Brasil inteiro ”, afirma Mauro Bastos Pinhel, master franqueado do Bob’s.

Os sanduíches do Bob’s custam a partir de R$ 2,95 e a casquinha de sorvete sai por R$ 1,50. A unidade da Amazonas vai ocupar espaço de 450 metros quadrados. Pinhel estima que as vendas para os consumidores da classe C representem, hoje, cerca de 45% do negócio da empresa. “Pode ser que na nova loja eles representem volume maior.”

Na  Subway, as vendas das lojas localizadas em bairros de poder aquisitivo menor surpreenderam o agente de desenvolvimento da rede em Minas Gerais e Espírito Santo, Luis Filipe Ribeiro. “A classe C está crescendo muito. Estamos com lojas em bairros que nunca esperávamos abrir e tem dado certo”, afirma. Em muitos casos, diz, as vendas chegam a superar os negócios realizados na Zona Sul. A Subway pretende abrir mais sete lojas na grande BH neste ano. Cada unidade requer investimento médio de R$ 350 mil e cerca de 15 funcionários.

A baixa renda também faz parte do foco da Bang Bang Burguer, que tem unidades na Avenida Augusto de Lima, na Rua Carijós, no Itaú Power Shopping e no Big Shopping. Mas a procura por refeições fora de casa cresce não só entre os consumidores da classe C. De acordo com levantamento realizado pela GFK, empresa especializada em pesquisas de mercado, 51% dos brasileiros fazem refeições fora de casa frequentemente. Esses consumidores devem impulsionar o setor de food service (alimentação fora do lar). A previsão da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação é de que esse segmento vai crescer 13% em 2011. Os planos do Bob’s são ambiciosos para o mercado mineiro. A rede pretende dobrar o número de lojas até 2013 em Belo Horizonte e em 2016 voltar a dobrar as unidades. 

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)