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Estado de Minas EUA E EUROPA

Mobilização de autoridades brasileiras mostra que a crise será bem mais que uma "marolinha"


postado em 14/08/2011 07:25 / atualizado em 14/08/2011 07:47

O Brasil e os principais mercados emergentes não terão para onde correr caso a instabilidade financeira apresentada pelos mercados ao longo da semana que passou se transforme em recessão, hipótese cada vez mais real. Na análise da maioria dos economistas, a ameaça é real. As três principais autoridades do país — a presidente Dilma Rousseff; o ministro da Fazenda, Guido Mantega; e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini — unificaram o discurso e passaram os últimos dias a repetir o mantra que pede cautela. Tomaram ainda o cuidado de frisar que o Brasil está preparado para enfrentar qualquer turbulência. Se essa crise fosse uma “marolinha”, argumentam especialistas, as três pessoas mais importantes para a economia do país não estariam mobilizadas em torno do tema.

O problema não é só as bolsas derreterem. O mercado financeiro em queda é apenas o primeiro sinal de uma crise maior. O medo é que, em um caso extremo, instituições financeiras quebrem e que a situação vivida em 2008 se repita: o fim de linhas de crédito, a falta de recursos para o financiamento e a retração da economia.

Entretanto, os economistas são unânimes: o Brasil está pronto para encarar essa crise. Vitoria Saddi, economista da SM Gestão de Futuros, avalia que o país está mais preparado para enfrentar as turbulências, mas faz ressalvas. “O Brasil tem reservas maiores, mas elas não são do governo. São dos bancos. Eles podem pegá-la de uma hora para outra e sair do

país”, alerta. Na avaliação de Vitoria, que já trabalhou com Nouriel Roubini (o economista que previu a crise financeira de 2008), o problema da Europa é grave e semelhante ao dos Estados Unidos. “A situação é muito diferente da crise de 2008, com dois centros e não apenas um. Portanto, o impacto será maior.”

Vitoria demonstra preocupação com a oscilação das bolsas. “A volatilidade é ruim e ela só aparece em crises. A intensidade que ela apresentou ao longo da semana é comparável somente à verificada em 2008 e em 1930”, afirma. Uma das receitas tradicionais contra uma recessão, a adoção de medidas anticíclicas, a exemplo da oferta de crédito para incentivar o consumo interno, poderá não funcionar como no passado.

O diagnóstico dos especialistas é de que, cedo ou tarde, o consumo global vai cair, o que trará reflexos para países exportadores de commodities (produtos básicos com cotação internacional), como o Brasil. A maior preocupação, entretanto, é com a China, que está longe de uma recessão, mas desacelera. Os EUA, grande cliente dos emergentes, também andam sobre a sombra da desaceleração. “Se houver o aprofundamento da crise e perdermos balança comercial, se houver a necessidade de as filiais remeterem dinheiro para as suas matrizes, a crise estará instalada no Brasil. Mas temos US$ 350,8 bilhões de reservas internacionais para responder a isso”, disse Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

Cenário perigoso

O presidente do Banco Mundial, Robert, Zoellick, alertou para um cenário “novo e mais perigoso” da crise mundial. Em entrevista ao jornal australiano Weekend Australian, Zoellick afirmou que as maiores economias têm margem menor de manobra ante à crise da dívida que assola os países europeus. O poderoso do Bird considera que a crise da Zona do Euro é mais preocupante que a baixa na nota de crédito dos Estados Unidos. “A maior parte dos países desenvolvidos já utilizou o espaço fiscal disponível e a política monetária está mais flexível.”


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