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Estado de Minas

Kirin diz não haver problema legal no acordo com a Schincariol


postado em 03/08/2011 09:55

A cervejaria japonesa Kirin defendeu nesta quarta-feira a legalidade do acordo de 2,65 bilhões dólares de compra da participação majoritária na brasileira Schincariol, em meio à oposição da família do fundador da empresa. A Kirin, com sede em Tóquio, comprou a totalidade da participação (50,45%) que a empresa familiar Aleadri-Schinner Participações e Representações S.A tinha da Schincariol.

O acordo significa que a empresa japonesa tem agora todas as ações que pertenciam a Adriano e Alexandre Schincariol, os filhos de Nelson Schincariol, o fundador da empresa de mesmo nome e que morreu em 2003. Mas seus primos Gilberto, José Augusto e Daniela Schincariol - os acionistas minoritários, com 49,55% da empresa - contestaram a venda na terça-feira, alegando que não é legítima e que pretendem levar a questão à justiça.

Em um comunicado, afirmam que "não reconhecem a legitimidade de qualquer transferência de ações para terceiros", acrescentando que, de acordo com o contrato social da empresa, qualquer venda de ações não pode ser feita a uma parte externa a menos que seja oferecido primeiro aos demais acionistas. A Kirin reconheceu em comunicado a oposição dos

acionistas minoritários, mas estava procedendo a consultas com advogados. "Acreditamos que não há nenhum problema quanto à legitimidade e validade da transação, que foi elaborada após consulta com um advogado local. A Kirin continuará a tratar do assunto de forma apropriada".

A Schincariol, segunda maior cervejaria do país, tem marcas como Nova Schin, Devassa Bem Loura, Glacial, Baden Baden e Eisenbahn. Além da cerveja, que representa 81,6% de seu faturamento, o grupo produz refrigerantes (terceiro fabricante brasileiro), sucos de frutas e água mineral. O grupo brasileiro, que emprega 10 mil pessoas, alcançou um faturamento de 2,85 bilhões de reais em 2010.

Kirin, já presente na Ásia e na Oceania, coloca os pés em um mercado brasileiro em pleno crescimento. No comunicado da véspera, a cervejaria japonesa indicou ter de financiar a operação, que tem efeito imediato, com fundos próprios e recurso a empréstimos. Embora seu diretor-geral, Senji Miyake, tenha afirmado o contrário em uma coletiva de imprensa, a Kirin aproveitou, ao que parece, o vigor atual do iene para efetuar a um preço interessante a operação, realizada em moeda brasileira.

"Os mercados da cerveja e das bebidas sem álcool são importantes e muito promissores no Brasil; cada um deles representa cerca de 3 bilhões de ienes e devem se desenvolver à medida que a economia e a população brasileira sigam crescendo", afirmou o comunicado da Kirin. A operação entusiasmou menos a agência de classificação Moody's, que colocou a dívida em longo prazo da Kirin em perspectiva "negativa", por considerar que enfraquece seu perfil de crédito e a leva a agir "em um mercado no qual tem um conhecimento limitado".

O mercado brasileiro é dominado pela AmBev, que em 2005 se uniu com a belga Interbrew e em 2008 tornou-se a maior fabricante mundial, após absorver a Anheuser-Busch. A Kirin impulsiona uma política ativa de expansão mediante associações e aquisições desde o início de 2010, quando fracassou seu projeto de fusão com a também japonesa Suntory.

A Kirin comprou no ano passado 14,7% do capital da Fraser & Neavedu, maior fabricante de bebidas de Cingapura, por 84,6 bilhões de ienes. A empresa também possui a marca Lion Nathan, da Austrália, e 48% da San Miguel Brewery, das Filipinas. Assim como seus competidores locais, busca reduzir sua dependência do mercado japonês, onde o consumo de cerveja cai devido à redução da população do país e pelo auge de outras bebidas. A produção da indústria cervejeira no arquipélago caiu 3,5% em junho.


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