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Estado de Minas

ICMS será devolvido em uma parcela em Minas

Imposto recolhido pelas fabricantes de bens de capital em Minas vai ser restituído para as empresas mais rápido


postado em 08/07/2011 06:00 / atualizado em 08/07/2011 10:10


Minas Gerais vai aliviar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da indústria. Agora, o imposto recolhido pelas fábricas de bens de capital (máquinas e equipamentos) instaladas no estado vai retornar de uma só vez ao contribuinte. O decreto que traz mudanças nas regras do imposto foi assinado nessa quinta-feira pelo governador Antonio Anastasia e pretende minimizar os efeitos de medidas tributárias adotadas isoladamente por outros estados. A intenção é que a nova regra dê um empurrão nos investimentos da indústria pesada e de transformação, atraindo mais fábricas para o estado.

 Até então, o crédito correspondente ao ICMS retornava para o contribuinte em 48 meses. Agora, a apropriação do capital acontece de uma única vez. Segundo o secretário-adjunto da Fazenda, Pedro Meneguetti, com a modificação da norma, o estado vai deixar de arrecadar cerca de R$ 20 milhões até o fim do ano, mas a expectativa é de que não se consolide uma perda de receita, já que os valores devem retornar ao caixa. “Com a medida, mais indústrias vão se instalar no estado, que vai produzir e vender mais”, defendeu o secretário.

O decreto  começa a valer para aquisições feitas a partir do mês que vem. Na prática, o empresário que for às compras no estado terá, de imediato, uma redução de valores referentes ao imposto, que pode variar entre 12% e 18%. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado, ressaltou que Minas vinha perdendo investimentos e que, agora, com o aproveitamento integral do crédito do ICMS, a relação deve ser equilibrada. “Em um primeiro momento, parece que o estado perde, mas, de fato, vai haver um crescimento da arrecadação”, apontou.

Competição

Além da concorrência com os importados, especialmente de origem asiática, que ganham espaço com o real forte, a indústria mineira enfrentava também a competição de praças como São Paulo que já adota como recurso fiscal a devolução integral do imposto. Marcelo Veneroso, diretor da Abimaq em Minas (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) acredita que a medida vai alavancar o setor de máquinas e equipamentos, e segmentos como o minerador estarão entre os mais beneficiados. “Esse é um mercado em expansão, que utiliza grandes máquinas e estava sendo prejudicado. Com a medida, ele vai crescer.” Ele ressalta que produtos comprados de outros estados continuam recebendo os valores referentes à alíquota em 48 parcelas.

O impulso para renovação do parque industrial do estado foi destacado pela Abimaq como o primeiro passo de uma longa jornada. “Ainda temos uma carga tributária federal muito grande, folha de pagamento onerosa e juros que inibem os investimentos”, diz Veneroso. Segundo ele, o governo não está abrindo mão de receita, mas de fluxo de caixa temporário. “A ideia é que o estado ganhe com o crescimento da produção e arrecadação.”

Memória

Crise e concorrência mudam as regras

No fim de 2009, decreto do estado já havia estabelecido tratamento tributário diferenciado para os municípios afetados pela perda de empresas e investimentos, devido à concorrência dos benefícios fiscais concedidos por estados vizinhos. Entre as medidas de alívio tributário adotadas em Minas Gerais nos últimos nove anos estão a redução de imposto sobre 245 produtos. Desse total, 152 produtos beneficiados são dos setores de alimentação, higiene pessoal, material escolar e de construção. Os produtos da cesta básica alimentar tiveram suas alíquotas reduzidas a zero. Em maio do ano passado, o Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais projeto de lei que altera as alíquotas do ICMS sobre os combustíveis. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2011, e estabelece a redução de 25% para 22% do ICMS do álcool. Durante a crise econômica internacional, que teve o seu auge em 2008, o Governo de Minas adotou conjunto de medidas de flexibilização tributária e de aumento de crédito para o setor produtivo. O pacote representou a injeção de R$ 1,3 bilhão na economia mineira.


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