(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Alemanha quer romper com o oligopólio de agências de classificação


postado em 06/07/2011 09:13 / atualizado em 06/07/2011 13:54

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schuble, declarou nesta quarta-feira que é preciso "romper o oligopólio das agências de classificação e limitar sua influência", um dia depois que a agência Moody's reduziu inesperadamente em quatro escalões a dívida de Portugal. "Não consigo ver o que há por trás desta valorização", declarou Schuble, referindo-se à classificação da Moody's.

Mais cedo, a Comissão Europeia também criticou com veemência a decisão da agência de classificação financeira Moody's de rebaixar a nota de Portugal à categoria de bônus "especulativos" ou "junk" (lixo), por considerar a medida "discutível". "A

Comissão lamenta a decisão da Moody's, que se baseia em cenários discutíveis", declarou à imprensa o porta-voz do bloco para assuntos econômicos, Amadeu Altafaj, para quem o momento escolhido é "muito inapropriado".

A Moody's rebaixou na véspera a nota de Portugal em quatro degraus, de "Baa1" para "Ba2", e citou a possibilidade de baixá-la ainda mais no curto prazo, por estimar que o país poderá não obter novos empréstimos nos mercados sem outro plano de resgate. A Moody's também informou que Portugal não consegue cumprir as promessas feitas à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em matéria de redução do déficit.

A decisão da agência reflete "o crescente risco de que Portugal tenha que recorrer a um novo financiamento oficial antes de conseguir retornar aos mercados privados". Em resposta, o governo português disse que a degradação pela agência Moody's, que conduziu o país à categoria especulativa, mostra a "vulnerabilidade da economia portuguesa" no contexto da crise da dívida, segundo indicou nesta terça-feira o Ministério das Finanças em comunicado. "A decisão da Moody's ignora os efeitos da taxa extraordinária sobre os títulos", lamentou o ministério, completando que "esta medida prova a determinação do governo de garantir as metas de déficit para este ano".

"Loucura"

O ministro de Relações Exteriores da Grécia, Stavros Lambridinis atacou o que chamou de "loucura" das agências de classificação de risco na crise de dívida europeia. Segundo o ministro, as agências exacerbaram uma situação já difícil. Durante uma conferência em Berlim, Lambridinis afirmou que a decisão da Moody's anunciada ontem de rebaixar o rating (classificação de risco de crédito) de Portugal para grau especulativo não foi baseada em qualquer falha na implementação de reformas econômicas. O rebaixamento refletiu "a suposição de que Portugal precisará de um segundo resgate".

Lambridinis disse que isso tem "a extraordinária loucura de profecia autorrealizadora" por agravar as dificuldades fiscais de Portugal. O ministro acusou os participantes do mercado de prejudicarem seu país, a Grécia, debilitada por uma crise de dívida, ao apostar em um não pagamento (default). "Infelizmente muitas pessoas nesses mercados 'racionais' investiram bilhões de euros em um colapso grego", afirmou. "Essa parte do mercado está mais interessada em nos ver brigando uns com os outros (...) e esperam que no fim eles ganhem o dinheiro que nós estamos perdendo", acrescentou.

Lambridinis lamentou a deterioração das relações entre a Grécia e a Alemanha, o maior contribuinte nacional para o pacote de resgate de Atenas, e lembrou ao governo alemão que há interesse na força da zona do euro. "O paciente não é a Grécia, é a estabilidade na Europa", disse. O ministro grego agradeceu a Alemanha por seu apoio durante a crise, mas observou que o país lucrou bastante com a moeda única e o mercado comum europeu. "O aeroporto de Atenas foi construído por companhias alemãs e pago em grande parte por fundos europeus", citou Lambridinis, como exemplo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)