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Estado de Minas

Brasileiro se endivida mais

Liberação de crédito no país cresce 10,5% entre abril e maio, mesmo com o juro médio no patamar mais alto desde maio de 2009. Taxa do cheque especial é a maior em 12 anos


postado em 29/06/2011 06:00 / atualizado em 29/06/2011 06:16

Brasília – Os juros elevados não têm impedido a gastança do consumidor, que continua a comprar em ritmo acima do desejado pelo Banco Central. Mesmo com a taxa média chegando a 46,8% ao ano – o maior patamar desde maio de 2009 —, a liberação de recursos entre abril e maio cresceu 10,5% e alcançou R$ 76,6 bilhões. O estoque de financiamentos na mão dos brasileiros em igual período avançou 1,6%, totalizando R$ 1,804 trilhão, o equivalente a 46,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país). Com números tão expressivos, a autoridade monetária se viu obrigada a rever sua projeção para o crescimento do crédito em 2011, passou de 13% para 15%.

No acumulado de 12 meses, porém, a taxa de expansão do crédito ainda está longe do esperado pelo BC. Até maio registrava 20,4% e, por enquanto, a despeito do discurso de Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, encontra-se longe de declinar para o valor considerado ideal pela autoridade monetária. “Temos observado uma expansão moderada do crédito”, disse Maciel ao abordar as concessões médias diárias de recursos, que recuaram 5,6% entre abril e maio.

Especialistas ponderam que o ritmo não é o mesmo do ano passado, mas contestam o economista do BC quando ele fala em moderação. As concessões acumuladas no mês, em contraponto ao argumento de Maciel, registraram expansões de dois dígitos. No crédito pessoal, as liberações de recursos cresceram 13,4%. Em veículos, segmento que sofreu intervenção específica da autoridade monetária, o avanço foi de 14,7%. Para bens duráveis, 15,1%. Até o cheque especial, modalidade cuja taxa a partir de maio chegou ao maior nível desde abril de 1999, a 185,4%, registrou avanço de 11,9%. O segmento imobiliário foi o recordista, com 85,1%.

Ritmo

Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), os dados mostram que o ritmo ainda está muito elevado. “Quando o BC refaz sua projeção para o ano, reconhece que não obteve a resposta que gostaria em relação à queda de demanda. Não é só a questão de política monetária que impacta a decisão de tomar crédito, mas também a de salário e emprego”, argumentou.

“Sem dúvida é uma desaceleração mais lenta que o esperado”, observa Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil. “O risco, neste mês, está no avanço da inadimplência. Em termos de perigo, acende uma luz amarela”, afirma Leal ao lembrar que em maio o calote das famílias alcançou 6,4% das operações usadas para calcular as taxas de juros – maior nível dos últimos 12 meses.


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