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Estado de Minas

Inflação e endividamento fazem consumidor cortar produtos básicos


postado em 04/06/2011 07:00 / atualizado em 04/06/2011 07:41

Depois de aproveitar o incremento da renda e avançar todos os sinais do consumo, as famílias brasileiras enfim botaram o pé no freio, devido à inflação e ao elevado nível de endividamento. Atolado no cheque especial em cerca de R$ 20 bilhões e com o orçamento cada vez mais apertado pela escalada de preços, os consumidores já estão tirando produtos básicos do carrinho de supermercado. No primeiro trimestre de 2011, a expansão dos gastos da população avançou apenas 0,6%, ante o crescimento de 2,3% no fim do ano passado.

O desempenho foi o pior desde a crise financeira, quando no quarto trimestre de 2008 o consumo das famílias caiu 1,9%, e mostra os primeiros efeitos das ações tomadas pelo governo para restringir o ímpeto dos compradores, segundo Rebeca de La Rocque Palis, técnica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A taxa reflete as medidas macroprudenciais implementadas pelo Banco Central. Elas afetaram principalmente os setores que dependem do crédito. Além disso, a massa salarial real e o rendimento real dos trabalhadores cresceram menos", justificou.

Apesar do tímido crescimento, as famílias gastaram entre janeiro e março R$ 595,4 bilhões e representaram a maior parcela do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas no país), cerca de 60,6% do total. Esse número, porém, já foi maior. Em 2000 representava 64,3%.

Para o economista Armando Castelar, da Fundação Getulio Vargas (FGV), esse incremento menor do consumo das famílias foi influenciado por três aspectos do cenário econômico atual: o encarecimento do crédito, a inflação e a base de comparação anterior, quando ninguém pensou duas vezes antes de ir às compras. "Desses três fatores, acho que os juros mais altos foram os principais responsáveis por esse pé no freio", avaliou Castelar.

Diante da inflação e juros altos, a operadora de telemarketing Luciene Ribeiro decidiu fugir dos encargos nas compras a prazo. Ela buscava nessa sexta-feira uma geladeira no comércio do Centro de Belo Horizonte, cujos preços variavam entre R$ 1,2 mil e R$ 2,5 mil. Com diversos folhetos das lojas de eletrodomésticos nas mãos, deixou a compra para o mês que vem. “Faz seis meses que estou juntando dinheiro. Vou esperar mais 30 dias para comprar”, afirmou. (Colaborou Daniel Camargos)


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