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Estado de Minas

BB vai liberar R$ 1,5 bilhão para a parcela mais pobre da população

BB planeja parceira com empresa do criador do "banco dos pobres" da Índia para oferecer microcrédito aos carentes


postado em 27/05/2011 06:00 / atualizado em 27/05/2011 07:34

Muhammad Yunus, Nobel da Paz de 2006: erradicação da miséria(foto: Atitude Brasil/Divulgação)
Muhammad Yunus, Nobel da Paz de 2006: erradicação da miséria (foto: Atitude Brasil/Divulgação)
O Banco do Brasil vai redirecionar sua carteira de microcrétido, hoje voltada predominantemente para o consumo, ao microcrédito destinado à produção e geração de renda entre a população mais carente do país. Até o fim do ano, o programa deverá oferecer uma carteira estimada em R$ 1,5 bilhão. Os juros cobrados dos tomadores, segundo adiantou uma fonte do Banco do Brasil ao Estado de Minas, deverão ficar em 1,2% ao mês.

A virada na destinação de uma verba que representa 2% do depósito compulsório recolhido pelo banco está baseada na consultoria de Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006 e fundador do Grammen Bank, que desempenha papel importante na erradicação da pobreza no mundo elevando a renda da pirâmide social por meio do microcrédito. Nessa quinta-feira, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assinou protocolo de intenções com a Yunus Centre, empresa do criador do banco do povo, para viabilizar o programa, que começa a operar em julho deste ano.

Yunus, de 70 anos, criou o Grameen Bank e se manteve no cargo de diretor-geral desde 2000 até este mês. Elogiado no exterior por políticos e financistas, caiu no desagrado do governo da primeira-ministra de Bangladesh, Hasina Wajed desde o ano passado, depois que um documentário norueguês alegou que o Grameen Bank estava sonegando impostos. Absolvido na Noruega, ele nega ter cometido irregularidades financeiras. Seus partidários dizem que o governo vem tentando desacreditá-lo por causa de divergências com Hasina, iniciadas em 2007, quando Yunus tentou criar um partido político (de oposição).

 O banco dos pobres já entregou cerca de US$ 10 bilhões em pequenos empréstimos, na maioria para mulheres, para financiar negócios e ajudá-las a escapar da pobreza. Chamado de "banqueiro do povo", Mauhammad Yunus ganhou o Prêmio Nobel em 2006 pelo programa de pequenos empréstimos aos pobres, que resultou na adoção de iniciativas similares em outros países em desenvolvimento.

"Agora o esforço do Banco do Brasil será feito no sentido de transferir o microcrédito voltado ao consumo para o microcrédito produtivo e orientado. Yunus vai trazer a tecnologia do processo criado em Bangladesh e já implementado em vários países do mundo", disse o presidente do Banco do
O bengalês Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz em 2006 e o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine(foto: Joel Rocha/Divulgacao )
O bengalês Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz em 2006 e o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine (foto: Joel Rocha/Divulgacao )
Brasil. Para Yunus, não haverá dificuldades de implementar a tecnologia social no Brasil. “A necessidade das pessoas daqui não é diferente da de outros países", disse.

Renda

O foco é gerar renda para a população mais pobre. Para isso, segundo Yunus, os candidatos serão visitados em suas próprias casas. "Se uma pessoa tem cama e outra dorme num colchão, a prioridade é para a última", explicou. Na visão de Bendine, a dificuldade para aplicar o modelo no Brasil é que o país "não detém a tecnologia social para acompanhar e conceder esse crédito". Um dos poucos exemplos vitoriosos nesse sentido no país é o do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Ele também disse que para implementar o programa, o BB fará capacitação em sua rede de agentes de crédito, que farão o trabalho de campo, o que ocorrerá até o fim deste ano. Hoje, o BB destina R$ 1,1 bilhão por ano ao microcrédito para o consumo. Em Bangladesh, 8,5 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo banco dos pobres.


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