O casal Gideon de Jesus e Fátima Vieira da Silva realizou um sonho nessa sexta-feira: o da casa própria. Os dois aproveitaram o feirão que vai até amanhã no Expominas, no Bairro Gameleira, e compraram uma casa no Bairro São Pedro, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com o valor total de R$ 90 mil o casal conseguiu um subsídio de R$ 7.565 por meio do programa Minha casa, minha vida. O principal público do feirão, promovido pela Caixa Econômica Federal (CEF), é formado por pessoas como Gideon, gesseiro, e Fátima, operadora de caixa de supermercado.
O superintendente regional da CEF, Marcelo Bomfim, explica que são 16.257 imóveis ofertados e que desse montante 12 mil estão inseridos no programa do governo federal Minha casa, minha vida. A grande maioria (70%) está localizada em cidades da Grande BH. Os imóveis têm preço médio de R$ 140 mil. O mais barato custa R$ 75 mil e o mais caro chega a R$ 1,6 milhão. Em todo o Brasil, o total de ofertas passa de 450 mil unidades em 13 cidades.
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Gideon e Fátima são moradores de Esmeraldas e estavam buscando um imóvel há quatro meses. Quando conseguiram todos os documentos decidiram ir ao feirão para olhar outras opções e escolher um que já conheciam. “A prestação é mais cara que o aluguel, mas pelo menos estamos pagando por algo que é nosso”, afirma Gideon. Eles terão pela frente 300 parcelas, que começam a R$ 585,43.
Porém, nem só de imóveis de 45m² e dois quartos, como o que o casal comprou, é feito o feirão. A Construtora Unenco oferece várias unidades de um prédio luxuoso, no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste da capital, por R$ 900 mil. A cereja do bolo é a cobertura, de 340m², cinco quartos, três suítes, duas semissuítes e preço de R$ 1,6 milhão. O funcionário da construtora Odimar Oliveira explica que o foco principal do feirão são apartamentos populares, mas a cada ano o padrão fica mais alto, o que permite a oferta de imóveis de luxo.
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Condições
O representante comercial Ricardo José da Silva aguardava na fila para saber o crédito a que tem direito na CEF. Faz seis meses que ele busca um imóvel de três quartos na região Noroeste de BH, principalmente nos bairros Padre Eustáquio ou Carlos Prates. “Quero encontrar uma boa condição de financiamento” afirma. No feirão, estão disponíveis todas as modalidade de financiamento. A mais procurada, segundo Marcelo Bomfim, é a que usa o depósito do FGTS (quase 70% das vendas). Os juros variam entre 4,5% e 13,5% ao ano (mais Taxa Referencial – TR) e o prazo de pagamento pode ser de até 30 anos. Neste ano, o número de unidades que estão dentro do programa do governo federal Minha casa, minha vida mais que dobrou: de 5.055, em 2010, para 11.999. Para participar do programa o valor do imóvel deve ser, no máximo, de R$ 150 mil, para a Grande BH.
Apesar de esperar superar o valor de vendas do ano passado, o volume de unidades é 38% menor do que o oferecido no ano passado, quando 26.205 unidades foram expostas. São 39 construtoras. No ano passado eram apenas 22 empresas, o que reflete no aumento da oferta de imóveis na planta: 14 mil. Além dessas unidades, há 862 novas e 638 usadas. O casal Ronan Loyola Ribeiro e Daniela Sabino de Souza não se importa em esperar pela conclusão da obra da casa de dois quartos e 46m² que comprou em Vespasiano por R$ 90 mil. A entrega será só em 2014 e até lá a filha que esperam já terá nascido.