Se a siderurgia vai passar a andar de mãos dadas com a mineração, conforme define o diretor da Mineração Usiminas, Wilfred Bruijn, o contrário também deve ocorrer. Além da Vale, que não quer mais investir em siderúrgicas, mas já o fez recentemente na construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA ), a concorrente Ferrous Resources do Brasil, dona de direitos minerários na Região Central mineira, acelera a busca de um parceiro estratégico para produzir aço em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. O processo de licenciamento da usina siderúrgica foi iniciado, informou Antônio Rigotto, diretor de operações da companhia, constituída por fundos de investidores dos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália.
“Estamos conversando com parceiros nacionais e estrangeiros. Nos antecipamos no processo de licenciamento, na compra de terras e no conceito do porte da usina siderúrgica”, afirma Antônio Rigotto. O projeto desenhado pela mineradora envolve uma capacidade de produção de 1 milhão de toneladas de aços longos por ano, destinadas a consumo na construção civil e mecânica, setores em que a Ferrous aposta. O diretor de operações da empresa mantém sigilo sobre
A tecnologia foi, da mesma forma, determinante para o ingresso da Usiminas no segmento da mineração, observa Wilfred Bruijn. “É um desafio, de fato, mas estamos confiantes. A mineração pode se tornar um negócio tão importante para a companhia quanto o aço”, revela. Ao criar a empresa, a siderúrgica se vale da experiência secular da multinacional japonesa Sumitomo, que adquiriu 30% das ações da Mineração Usiminas por US$ 1,929 bilhão.
A partir do fim deste ano a companhia de mineração do grupo Usiminas definirá a sua estratégia comercial, segundo Bruijn. O executivo participou da missão que acompanhou a presidente Dilma Rousseff à China no mês passado, quando se reuniu com representantes de siderúrgicas locais. “Foi uma visita de cortesia, mas ainda assim pude perceber o interesse das empresas na nossa produção”, afirma. Pedro Galdi, analista chefe da SLW Corretora, acredita que os preços do minério de ferro ficarão acima de US$ 120 por tonelada nos próximos quatro anos. “Não é que as siderúrgicas querem ser propriamente mineradoras, mas este ciclo é de alta das commodities e não da siderurgia”, afirma.