O BMG anunciou nessa quarta-feira a compra do Banco Schahin pelo valor estimado de R$ 230 milhões. A aquisição do banco paulista pelo mineiro faz parte da estratégia do BMG de crescimento no setor financeiro, principalmente no segmento de crédito pessoal, segundo comunicado.
O Schahin tem o foco atual voltado para o crédito pessoal, em especial nos segmentos de automóvel e consignado, o que pode fortalecer ainda mais o potencial dos novos donos, já que o BMG é líder no crédito consignado no país. “Os sócios do BMG aportarão novos recursos no Schahin, visando a fortalecer e incrementar ainda mais sua participação no mercado”, afirmou o banco mineiro no comunicado.
O Banco Schahin tem atuação nacional por meio de mais de 5 mil pontos de venda – 200 em regime de exclusividade. “Deste modo, o grupo BMG, uma vez confirmada a aquisição, consolidará a sua liderança no crédito consignado e aumentará a sua participação em outros segmentos do crédito pessoal, fortalecendo ainda mais a sua rede de distribuição”, acrescenta a nota.
Durante a negociação entre os bancos, analistas já avaliavam que o negócio era estratégico para o BMG. “Fica claro que a aquisição desse banco é muito mais uma questão estratégica do BMG. Por outro lado, a oferta pode ter sido irrecusável”, avaliou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Entretanto, a operação não deve afetar a posição do BMG no ranking de carteiras de crédito no país, explica Agostini. “O negócio vai representar pouco em termos de tamanho de carteira de crédito para o BMG, que continuará ocupando a 15ª posição na lista”, observou o economista. Na avaliação do mercado, a compra da instituição financeira paulista pelo banco mineiro é um processo de consolidação natural. “Trata-se de uma oportunidade para a instituição que está sendo vendida. A tendência é de consolidação do setor”, disse Agostini. Em 31 de dezembro de 2010, o Banco Schahin apresentou operações de crédito no montante de R$ 872 milhões.
Recentemente, o BMG também anunciou aquisições da GE Money no Brasil – ainda sob análise do Banco Central (BC) –, e da seguradora Connap, já aprovada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A previsão do banco, segundo o vice vice-presidente do BMG, Márcio Alaor, em recente entrevista ao Estado de Minas, é crescer 20% este ano. A operação de aquisição do Schahin pelo BMG ainda precisa ser aprovada pelo BC.
Bradesco lucra R$ 2,7 bi no trimestre
O Bradesco informou nessa quarta que registrou um lucro líquido contábil de R$ 2,702 bilhões no primeiro trimestre de 2011. O resultado é 9,5% menor que o obtido no trimestre anterior e 28% maior que o lucro do primeiro trimestre do ano passado. O crescimento anual foi puxado pelas operações de crédito, principalmente para empresas, e pela área de seguros. O banco também informou um lucro ajustado de R$ 2,738 bilhões, alta de 27,5% em relação ao ganho ajustado dos primeiros três meses de 2010.
A diferença do resultado contábil decorre de efeitos fiscais e provisões para causas cíveis, segundo o demonstrativo de resultado do banco. O retorno patrimonial considerando o ganho ajustado foi de 24,2%. Em relação ao lucro recorrente, o indicador fica em 23,8%. Os ativos totais do Bradesco fecharam março em R$ 675,4 bilhões, o que indica crescimento de 26,8% ante o mesmo mês de 2010. Já o patrimônio líquido cresceu 19% na mesma base de comparação, para R$ 51,297 bilhões.