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Estado de Minas

Mercedes Benz investe R$ 460 mi em Juiz de Fora e diz que não desistiu da compra da Iveco


postado em 04/04/2011 17:11 / atualizado em 04/04/2011 19:22

Enquanto a fábrica da Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, passa por uma transformação para ser convertida em uma planta que fabricava automóveis para outra capaz de montar caminhões, o aquecido mercado de veículos pesados impõe a necessidade da principal unidade da Mercedes no Brasil, em São Bernardo do Campo, ampliar a operação, de dois para três turnos. A ampliação, que geraria a contratação de 500 funcionários, depende da aprovação da matriz alemã. A decisão é um dos motivos da visita do executivo Andreas Renschler,membro do conselho da Daimler AG (controladora da Mercedes-Benz) e responsável pela divisão de caminhões do grupo ao Brasil. Renschler revelou também que o grupo Daimler AG assedia os italianos da Iveco (do grupo Fiat) com propostas de compra.

“Tivemos uma conversa no ano passado, mas chegamos a conclusão que as circunstâncias não fazem sentido”, afirma Renschler. “Não desistimos do negócio”, complementa o executivo. Ele explica que a compra de uma empresa exigiria investimentos em tecnologia para que os modelos das duas empresas se equivalessem, além dos negócios da Iveco serem focados, principalmente, na Europa.  Entretanto, de acordo com Renschler, o objetivo principal, no momento, é conquistar espaços nos outros países que formam as três últimas letras do Bric: Rússia, Índia e China.

A primeira letra do acrônimo, o Brasil, vai bem e é o principal mercado da marca, tendo superado a Alemanha, líder histórico, no ano passado. No mercado de caminhões brasileiro a MB é a segunda, com 25,14% das vendas. Fica atrás apenas da Volkswagen/Man (30,51%) e bem à frente da terceira, a Ford (18,25%).  No ano passado a Mercedes quebrou um recorde, desde a inauguração em 1956, produzindo 74 mil veículos, entre caminhões e comerciais leves, no ABC Paulista. Para conseguir chegar a 80 mil, meta traçada para o próximo ano, será preciso contratar cerca de 500 funcionários e dar início a operação em três turnos. A compra da Iveco também poderia incrementar o portfólio da MB, pois a marca italiana, com fábrica em Sete Lagoas, na Região central do estado, é a quinta em vendas de caminhões no Brasil, com 8,15% do mercado.

O plano de investimento em andamento da MB no Brasil é de R$ 1,5 bilhão, sendo que a maior parte (R$ 460 milhões) é destinado à fábrica de Juiz de Fora. Os primeiros caminhões, para testes, serão produzidos no terceiro trimestre deste ano e a produção de fato começa janeiro de 2012 . “Temos o plano ambicioso de em três anos ter 60% do caminhão nacionalizado”, afirma Jürgen Ziegler, presidente e CEO da Mercedes-Benz do Brasil.  O modelo é o Actros, fabricado atualmente apenas na Alemanha e que será montado inicialmente em Juiz de Fora no esquema de CKD, com a maior parte dos componentes importados. A nacionalização da produção implica, segundo Ziegler, na montagem de um parque de fornecedores próximo à fábrica na Zona da Mata mineira.

Enquanto a fábrica de Juiz de Fora é reconstruída para montar o caminhão, cerca de 500 funcionários da unidade estão trabalhando em São Bernardo do Campo, com o objetivo de serem treinados na montagem de veículos pesados. Desde o final de dezembro a produção do CLC foi
encerrada. O requintado cupê era vendido, principalmente, para o mercado europeu e foi uma das tentativas frustradas de salvar o investimento de US$ 820 milhões realizado no final da década de 1990.

Inaugurada em 1999 para produzir o Classe A, com objetivo de emplacar o primeiro automóvel da MB produzido no país para o mercado nacional, o monovolume não agradou o gosto (e o bolso) do consumidor brasileiro e teve a produção encerrada. Para que a fábrica não fosse fechada e a MB quebrasse o acordo de garantia dos empregos, feito á época do investimento com o governo mineiro, foram realizadas outras tentativas, como a montagem em CKD do Classe C, e, por último, a do CLC.

Apesar das tentativas a produção de automóveis foi um grande fracasso. Em 12 anos de operação foram produzidos 126,3 mil carros, o que corresponde a apenas 15% da capacidade produtiva da fábrica: 70 mil unidades por ano (840 mil no período). Na outra via, o negócio de caminhões, que tem a principal planta no ABC paulista vai muito bem. “Fizemos a conversão (de carros para caminhões) para suportar o crescimento econômico do país, que demanda um número grande de veículos comerciais”, afirma Ziegler.

As estratégias da marca para conquistar espaço nos mercados emergentes são variadas. Na Índia, por exemplo, criou se uma nova marca, a Barati-Benz. “É um mercado emergente e com características típicas. A marca MB assusta um pouco, pois é associada a produtos caros”, explica
Renschler.  O nome criado – Barati – significa indiano e é uma tentativa da companhia de criar uma maior identificação. Na China a estratégia também foi modificada. Antes a empresa operava com
importações e vendeu somente 3,5 mil caminhões no ano passado. Agora, fez uma parceria com o grupo local Foton e pretende comercializar 5 mil no primeiro ano. Além disso, deve, em breve, iniciar a produção local de caminhões.

Repórter viajou a convite da Mercedes-Benz


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