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Estado de Minas

Receber indenização de seguradoras dá dor de cabeça ao consumidor


postado em 21/02/2011 06:38 / atualizado em 21/02/2011 08:15

Lorena Metzker: 60 dias para ser indenizada por roubo de carro(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Lorena Metzker: 60 dias para ser indenizada por roubo de carro (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Por pura precaução, o médico Aluísio de Almeida Salgado, além de seguro de vida, contratou também um plano de renda por invalidez temporária. Como nem sempre trabalha com vínculo empregatício, ele optou por não correr o risco de ter o orçamento comprometido, caso precisasse ficar um tempo sem trabalhar. Por 18 anos, diz que pagou todas as prestações sem atraso. Entretanto, justamente quando mais precisou do benefício – quando teve que ficar de repouso por quatro meses, devido a uma cirurgia feita no joelho – a indenização a que tinha direito foi motivo de uma enorme dor de cabeça.

“No site da empresa em que adquiri o seguro está escrito que o pagamento é feito em até 30 dias após a entrega dos documentos, mas só consegui começar a receber o benefício três meses depois do sinistro. Já estava passando por um momento difícil e tive ainda que enfrentar mais problemas com a seguradora, que deveria me oferecer tranquilidade naquela hora”, relatou o médico. O caso de Aluísio não é isolado. Há inúmeros relatos de consumidores que encontram dificuldade na hora de receber indenização por serviços parecidos, seja com seguros de carro, de vida ou de habitação, para ficar entre os mais reclamados. Na Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, o registro de problemas é crescente. Em 2010, foram 8.328 atendimentos – entre dúvidas, denúncias ou queixas – relacionados somente a seguros de vida e de automóveis, ante 8.190 no ano anterior.

A Susep não forneceu dados de Minas separadamente, mas de acordo com o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, a maioria das reclamações no estado são relacionadas a seguros de carro. “Muita gente acaba tendo que esperar mais tempo que o previsto. No entanto, a seguradora é obrigada a indenizar em até 30 dias a partir da entrada da documentação”, explica. Segundo ele, algumas empresas alegam erro no preenchimento dos dados ou mesmo falta de algum documento para ganhar tempo. “Por isso é importante conferir tudo o que diz no contrato e protocolar sempre todos os procedimentos. Enviar via fax ou Sedex pode não agilizar o processo se não for tudo bem documentado”, orienta.

Outro esclarecimento que é sempre solicitado ao Procon é sobre a cobertura das despesas geradas enquanto a seguradora não ressarcir o serviço. “Se já expirou o prazo previsto no contrato e o segurado ainda não foi indenizado, este pode pleitear a cobertura de despesas do período, como gastos com táxi, no caso de seguro de carro”, afirma Barbosa.

Mesmo conhecendo todos os seus direitos, por atuar na área, a corretora Lorena Metzker ficou na mão por quase 60 dias depois que teve o carro roubado. Ela afirma que cumpriu as obrigações descritas no contrato, mas, mesmo assim, a burocracia na hora de receber a indenização falou mais alto do que a eficiência da seguradora. “Fiz o Boletim de Ocorrência (BO) logo que houve o sinistro e esperei o prazo de 10 dias para ver se o carro não apareceria. Como sabia que essa possibilidade era remota, fui antecipando toda a documentação para não atrasar o processo. Não adiantou muito. Os 15 dias úteis que eles pedem para avaliar o caso foram se estendendo e só não foi pior porque peguei no pé do despachante”, relata.

Lorena reclama que, além de todo o desgaste para resolver o problema, o roubo do carro “sujou” seu nome entre as seguradoras. “Não tive culpa nenhuma pelo que ocorreu, mas perdi o bônus e hoje pago mais caro para segurar o carro que comprei em seguida”, conta.


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