(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Falta combustível no feriadão

Postos da Grande BH reclamam que não recebem volume de álcool e gasolina encomendado


postado em 27/12/2008 09:05 / atualizado em 08/01/2010 03:54

Fotos: Renato Weil/EM/D.A Press
Localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o Posto Paulistinha interditou a entrada com cones, frustrando clientes que queriam abastecer o carro ontem
-->
Motoristas da Região Metropolitana de Belo Horizonte encontram dificuldades no abastecimento de combustível. Desde segunda-feira, as distribuidoras estariam racionalizando a entrega em função de problemas com a Refinaria Gabriel Passos (Regap), segundo denúncia do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). “O problema está entre o fabricante e a distribuidora. Os postos não estão recebendo a totalidade do pedido realizado”, frisou o presidente da entidade, Sérgio Mattos.

O Posto Paulistinha, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, na Região Noroeste da capital mineira, teve de interditar a entrada com cones. Quem insistiu em ser atendido saiu frustrado. “É a segunda vez que venho aqui na esperança de encontrar gasolina. Sou cliente antigo do posto. Vou ter de voltar depois”, disse o mecânico Edgar Almeida. “Já é o segundo posto que entro. Estou na reserva. Terei de pagar mais caro em outro lugar para abastecer”, lamentou o taxista Jomar Teixeira.





É o segundo posto que entro. Estou na reserva. Terei de pagar mais caro em outro lugar

Jomar Teixeira, taxista




O gerente do posto, João Caetano, constrangido em não saber explicar o motivo da falta de combustível aos clientes, afirmou que o prejuízo é grande. Desde o início da semana, encomendou à distribuidora 45 mil litros de gasolina e álcool, mas só recebeu 15 mil. “O estoque acabou. Estamos sem poder trabalhar justamente quando esperávamos forte movimento”, reclamou. Em um dia útil, o posto, de localização estratégica, chega a abastecer 700 carros, conforme Caetano.

Em Betim não é diferente. No Auto Posto 13 de Maio, na Fernão Dias, a entrega atrasada, em volume menor que o esperado, compromete o atendimento. “O prejuízo é tão ruim quanto não saber explicar a falta do produto”, ponderou o gerente, Lourenço Silva. Indignado, ele disse que ainda não recebeu explicação da distribuidora ou da refinaria.






É a segunda vez que venho aqui na esperança de encontrar gasolina. Vou ter de voltar depois

Edgar Almeida, mecânico



“A Regap não está bombeando produto suficiente para as distribuidoras, portanto, o problema não está nelas e, sim, na Regap. Ainda existe o fato de que uma parte da gasolina estaria fora do padrão da ANP e, por isso, a Petrobras não estaria colocando no mercado o volume total produzido”, afirmou o presidente do Minaspetro. Mattos disse que, “para evitar pane”, o combustível que chega às revendas está vindo da refinaria da Petrobras em Paulínea (São Paulo).

Fonte ligada aos distribuidores de combustíveis garantiu que a falha é da Regap, que não estaria fazendo o bombeamento de gasolina e álcool para as distribuidoras, que por sua vez não abastecem os caminhões transportadores, que irrigam os postos em todo o estado. “Estamos trabalhando em ritmo de conta-gotas. Esse atraso agirá como um efeito cascata, piorando a situação na semana que vem. Para não deixar de atender todo mundo, estamos realmente racionalizando”, reiterou.

A Regap, refinaria da Petrobras, se limitou a dizer que “há produção, distribuição e entrega do produto para as distribuidoras”. Admitiu, porém, que “talvez essa produção não esteja atingindo o nível de demanda por parte das companhias, comparativamente à velocidade de abastecimento”. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que ainda não foi comunicada da situação.

O presidente do Minaspetro disse ainda que a falta de combustível atinge principalmente os postos da bandeira BR, que somam 30% do mercado. “A Petrobras, prioritariamente, cumpre os contratos com as distribuidoras. A BR, como faz parte do grupo, fica de fora do remanejamento”, observou. O gerente do Posto BH, Guilherme Costa, disse que recebeu ontem a metade dos 15 mil litros pedidos. “Já perdi o controle. Desde segunda a entrega é picada”, reclamou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)