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Estado de Minas

Feijão, milho e café mais baratos

Excesso de oferta reduz preços pagos ao produtor. Quem ganha é o consumidor, que encontra produtos mais em conta


postado em 25/12/2008 08:01 / atualizado em 08/01/2010 03:54

Jair Amaral/EM/D.A Press - 11/4/08
Atacadista em Belo Horizonte: preço do feijão carioquinha caiu 9,28% este ano no varejo em Minas
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O clima de instabilidade financeira chegou ao campo e o ano vai fechar com balanço negativo para diversos produtos agrícolas. A situação mais desfavorável foi percebida no setor de grãos, como milho e café. O feijão também assustou. O produto, que mantinha ritmo acelerado de alta e mantinha perspectivas de fechar 2008 com custo médio da saca de 60 quilos superior a R$ 200, não vai ultrapassar R$ 120. Em dezembro de 2007, o grão chegou a atingir R$ 300 a saca, em algumas regiões de Minas Gerais, mantendo a média de R$ 250. O custo para produzir superou os preços pagos ao produtor, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (Ufla). No acumulado do ano, a alta dos preços pagos ao produtor alcançou 3,88%, em média, enquanto os insumos agrícolas aceleraram 9,85%.

O preço do feijão começou a cair em setembro, quando foi registrada baixa de 28% na cotação da saca de 60 quilos. O acumulado do ano mostra queda de 52,85%. “O governo estimulou o plantio, pagando preço mínimo de R$ 80”, analisa o coordenador do índice de inflação da Ufla, Ricardo Reis. Para ele, a medida serviu para ajustar a demanda à oferta, o que pode justificar a queda no preço do produto. O consumidor mineiro, que, no início do ano, pagou caro pelo alimento, base do cardápio, viu os preços encolherem nos últimos seis meses.

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado do ano, o preço do feijão carioquinha caiu 8,88%. Em Minas, a redução foi maior que a média nacional, atingindo 9,28%. Entre os produtos agrícolas de destaque, a cotação de dezembro apontou baixa generalizada no campo, o que preocupa especialistas. O café apresentou queda de 3,3%, o feijão teve a maior baixa do ano, de 32,45%, superando setembro, e o preço pago pelo milho ao produtor caiu 11,83%.

Apesar de o custo dos fertilizantes terem recuado, ficando em média 15,64% mais baratos em dezembro, a safra de grãos em 2009 deve ser menor que o previsto. Estimativa da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg) considera redução de até 5%. Como destaca Ricardo Reis, os agricultores adquiriram os fertilizantes ainda com preços elevados, o que levou à redução da tecnologia na lavoura. Em Unaí, por exemplo, no Noroeste de Minas, a previsão da Cooperativa Agrícola Coanor é de que, além da safra de milho ser plantada com menos utilização de insumos, o número de agricultores que reduziram a área é significativo. Para Ricardo Reis, os insumos agrícolas foram pressionados também pela queda da demanda no campo. “A instabilidade é generalizada. Os agricultores plantam sem saber o que vão colher e quanto vão receber.”

Entre os grãos, o arroz fez o caminho inverso e acumulou alta de 53,84%. A justificativa, segundo Ricardo Reis, foi o desestímulo à produção, que fez com que o país tivesse de importar o grão. De acordo com o IBGE, nacionalmente o arroz acumulou alta de 33,84%. Em Minas, a alta foi maior, alcançando 34,53%.-->


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