Brasília – Na expectativa de ver aprovado nesta quarta-feira um dos maiores negócios do país – no valor de R$ 13 bilhões –, a direção da Oi acompanha a reunião do conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que decidirá sobre a concessão da anuência prévia para a compra da Brasil Telecom. A operação, se confirmada, vai mudar a face da telefonia no Brasil e será a maior no processo de consolidação do setor, que se iniciou na virada do século. A empresa resultante será a primeira a ter abrangência nacional em quase todos os serviços.
Controlada pelos grupos Andrade Gutierrez e La Fonte, a Oi será a supertele brasileira, com a pretensão de se tornar internacional. Representantes, respectivamente, dos dois conglomerados no conselho de administração, Otávio Marques de Azevedo e Pedro Jereissati falaram ao Estado de Minas na primeira entrevista no Brasil, desde o anúncio da compra, em abril. Pelo tamanho e relevância estratégica, a aquisição levantou a simpatia do governo federal e muita polêmica. Para sua concretização, foi necessário mudar a legislação.
Para os sócios, o negócio é resultado do sucesso da Oi, o nome comercial da Tele Norte Leste, uma das três empresas em que o grupo estatal Telebrás foi dividido e vendido em 1998 e que abrangia 16 estados. Quando da privatização, comenta Otávio Azevedo, ninguém apostaria que a Oi seria a vitoriosa no competitivo mercado de telefonia, que exige elevados investimentos. “A grande novidade da privatização foi a Telemar. Foi ela que inovou. Quem esperava que a Telefônica, a Tim, a Portugal Telecom, a MCI fizessem pior do que a Telemar?”, provoca. Veja os principais trechos da entrevista.