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Estado de Minas

Empresas tentam garantir 13º

Companhias refazem contas e adiam investimentos para honrar o abono de fim de ano dos funcionários. Falta de capital de giro é a maior preocupação para os micro e pequenos negócios


postado em 18/11/2008 06:41 / atualizado em 08/01/2010 04:02

Nos shoppings, já prontos para as festas de fim de ano, lojas fazem promoção para garantir as vendas e fazer caixa(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Nos shoppings, já prontos para as festas de fim de ano, lojas fazem promoção para garantir as vendas e fazer caixa (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Empresas terão maior dificuldade de pagar o 13º salário em virtude de um movimento menor que o esperado para o fim desse ano. Setembro já apontou a mudança de tendência das vendas do comércio varejista na Grande BH, ao apresentar recuo de 0,94% em comparação como o mês anterior, segundo a Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio). Para driblar a redução do ritmo das atividades, empresas terão de refazer seus planos, como recorrer a bancos ou adiar investimentos, além de adotar novas estratégias.

É o caso do empresário Hugo Marconi Primo, do setor de alimentos, que esperava um fim de ano bem melhor para o seu negócio. “Normalmente, usamos recursos próprios para pagar o 13º salário. Este ano não deu. Daí, fomos tentar empréstimo no banco, mas as taxas estão muito altas. Então, decidimos adiar investimentos para ficar em dia com as contas”, lamentou.

O vice-presidente do Sindicato dos Lojistas de Minas Gerais (Sindilojas), Nadim Donato, disse que a maior preocupação é quanto à falta de capital de giro, o que compromete o pagamento do 13º salário e de fornecedores. “Para garantir vendas, muitas lojas ainda estão em liquidação e devem continuar com condições especiais até o Natal”, observou. Conforme Donato, as micro e pequenas empresas são as que mais sofrem, justamente por não terem reservas para o inesperado.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), 98% dos estabelecimentos formais do estado são micro e pequenas empresas (MPEs). Elas somam aproximadamente 268 mil estabelecimentos e empregam 1,5 milhão de pessoas.

Para enfrentar a crise, o Sebrae-SP elaborou um documento que traz orientações e dicas para as empresas superarem com menos dificuldades o período de incerteza econômica e eventual desaceleração da economia. As principais dicas, segundo o diretor técnico da entidade, é inovar, cortar custos, investir no que é estratégico e planejar o curto, médio e longo prazo. “Não sabemos até que ponto a crise vai atingir as empresas. Por isso, é bom ter cautela e se preparar”, afirmou.

O presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Aloshopping), Cesár Albuquerque, também diretor da Dr. Scholl no estado, explicou que, como as vendas foram aquecidas em todo o ano, muitas empresas pouparam recursos para investir em estoques, contando com o mesmo ritmo nos últimos meses do ano. Com a insegurança dos consumidores e o freio nas compras, elas estão transferindo dinheiro para quitar o 13º salário de seus funcionários. “As vendas da Dr. Scholl devem ser 10% menores que o esperado. A nossa sorte é que fizemos provisionamento”, disse.

Um dos índices que apontam como as empresas são impactadas pela crise é o de inadimplência. O encarecimento do crédito, o alto nível de endividamento e a diminuição da capacidade de pagamento da população fizeram com que o nível de inadimplência dos consumidores brasileiros avançasse 4,9% de setembro para outubro, conforme levantamento divulgado pela Serasa. Também houve aumento de 6,9% em comparação com outubro de 2007. No acumulado de janeiro a outubro, a elevação é ainda maior, de 7,5%, em relação a igual período de 2007.

O Sindicato dos Comerciários lembra, contudo, que as empresas têm até 20 de dezembro para quitar a última parcela do 13º salário. Depois disso, o estabelecimento pode ser multado pelo Ministério do Trabalho.

Até o fim do ano, devem ser injetados na economia brasileira cerca de R$ 78 bilhões com o pagamento do salário extra, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Aproximadamente 68,2 milhões de brasileiros serão beneficiados, e o valor médio nacional a ser pago é de R$ 1.105.


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