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Estado de Minas

Apaixonados pelo Natal garantem 80% das vendas


postado em 16/11/2008 08:30 / atualizado em 08/01/2010 04:02

Maria Tereza Correia//EM/D.A press
"É uma época em que as pessoas desejam o bem acima de tudo" - Maria Helena Mansur, aposentada
-->Uma centena de papais noéis da China, Índia, Itália, Japão e até da Rússia decoram cada centímetro dos jardins à sala de jantar, passando pela cozinha e o lavabo, da casa da aposentada Maria Helena Mansur, no Bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Há pelo menos 12 anos, a coleção cresce alimentada pela variedade de material e a tecnologia aplicadas às linhas de produção da indústria especializada em enfeites para o Natal. É o que explica, da mesma forma, a disposição da empresária Ângela de Alvarenga Barros – outra consumidora apaixonada pela data – de conferir as novidades nesta época do ano. A preparação da festa é algo que ela curte desde o começo de outubro, quando põe todos os ambientes do apartamento em que vive no Bairro Santo Antônio, Região Sul da capital mineira, a caráter para comemorar o que chama de temporada de renovação.

Clientes como Helena e Ângela garantem parcela essencial das vendas de uma atividade sazonal do fim de ano. Em algumas lojas desse comércio temporão, os aficionados pelos adornos que representam desde o nascimento do Menino Jesus às fábulas do bom velhinho podem assegurar de 30% a 80% dos negócios. Além do dinheiro que todo ano eles estão dispostos a deixar no balcão, influenciam na decisão de compra de parentes e amigos e não costumam se intimidar com as crises cíclicas da economia.

Os abalos já evidentes da crise financeira mundial não impediram que Helena Mansur gastasse cerca de R$ 3 mil para completar a decoração natalina da casa este ano. “Adoro tudo o que representa o sonho de renovação, renascimento e paz que a data envolve. É quando as pessoas desejam o bem acima de tudo”, afirma a aposentada, ainda longe de terminar a montagem de seis árvores e acomodar tantas figuras dos cinco presépios que comprou este ano. É preciso chamar um eletricista para organizar os fios emaranhados em 20 caixas com 200 lâmpadas cada uma para iluminar a frente da casa típica do Natal.

As árvores são a especialidade dos 18 anos dedicados à data por Alexandre Maia, dono da Casa Maia, rede de três lojas de decoração, móveis e adornos. Entre as inovações de 2008, a árvore nevada – como se vê nos filmes europeus – e as decoradas com motivos infantis são as que mais chamam a atenção, ao custo de R$ 900, em média, pelos exemplares de 1,80 metro. “Há clientes viciados em novidades. Nosso negócio é transferir encantamento para as casas deles”, afirma. As mulheres são as mais freqüentes desse grupo de apaixonados, respondendo por 95% da decisão de compra e influenciando os homens.

Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press
Árvore nevada, vendida por R$ 980, é uma das novidades deste ano
Consultora de importadoras, a comerciante Cláudia Travesso trabalha com Natal durante todo o ano, oferecendo na loja Futuro adornos para todos os cantos da casa do consumidor. Os loucos por Natal chegam logo que as portas são abertas, em geral no começo de outubro, e podem pagar de R$ 20 a R$ 220 por sorridentes gnomos até R$ 5 mil seja por um papai noel ou uma árvore de Natal. A Futuro tem agora apenas três figuras do bom velhinho de uma coleção especial de 40 peças que ela importou, de tamanhos variados, a preços de R$ 500 a R$ 6,7 mil.

Ângela Barros diz que o valor da festa nada tem a ver com o sentimento que o Natal inspira. Ela mesma preparou uma bela árvore por menos de R$ 30. “O gostoso é curtir uma data que faz as pessoas se unirem mais”, afirma. Os detalhes à mesa da ceia de Natal também podem fazer a diferença, mostra a decoradora Rusa Freitas, da La Ville, que tem vendido em grande quantidade galhos de pinheiros a preços variando de R$ 7,50 a R$ 28. Se o desejo for por algo mais sofisticado, os apaixonados se encantam com anjos vestidos em tafetá de seda, bordado à mão, a preços de R$ 258 a R$ 419.

Os efeitos da crise assustaram no começo de outubro, quando as lojas especializadas começaram a abrir as portas, mas os comerciantes do ramo já viram algum alívio e chegaram a se surpreender, esperando, agora, pelo menos empatar as vendas aos negócios do ano passado. Ornestalda Munhoz, dona da Tada Festas, há 23 anos no ramo, já não tem mais para vender as bolas com lantejoulas e pedraria, comercializadas de R$ 19,90 a R$ 24. Esgotaram, ainda, os estoques de presépios iluminados, na faixa de R$ 45 a R$ 49, e as árvores brancas de R$ 480.

Conceição Cipolatti, dona da empresa especializada em projetos de decoração que leva o seu sobrenome, não registrou nenhum cancelamento dos serviços que presta todo ano nesta época, mas acredita que 2009 será de comemorações mais comedidas. A alta do dólar, por exemplo, se persistir, vai tornar inviável as importações ao ritmo deste ano, feitas antes do estouro da crise. A Cipolatti importou US$ 200 mil só em microlâmpadas e US$ 70 mil em fitas, bichos e bonecos.


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