O evento, que apresenta as tendências da coleção outono-inverno 2009, é uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) para ampliar o mercado do setor no Brasil e também fora do país, de acordo com o presidente da entidade, Robson Andrade. “O Minas Trend Preview é um resgate da moda mineira no Brasil e no exterior. Trata-se de uma oportunidade para que os empresários façam grandes negócios, mesmo com o momento em que o país e o mundo atravessam. Nós acreditamos no trabalho, na competência e no mercado”, afirmou.
Apesar de a abertura oficial ser apenas nesta quarta, o público já pôde conferir na noite de terça-feira os desfiles do Oi Fashion Music (que faz parte do evento) no Palácio das Artes. E viu uma prévia do que será apresentado nos quatro dias da maratona que se consolida como a maior vitrine de coleções preview do país.
Com a presença de autoridades, profissionais do setor e compradores já de olho nas tendências outono/inverno, o Oi Fashion, que reúne num só palco moda e música, apresentou as novidades das grifes Santa Ephigênia e Alessa, do Rio de Janeiro, e das mineiras Patachou, Barbara Bela, Vivaz, Squadro, Diarium, Victor Dzenk, Mabel Magalhães e Alphorria Cult. Sob o comando dos atores Lucio Mauro Filho e Ricardo Castro, os músicos Marcelo Camelo, Fafá de Belém, Fino Coletivo, Ana Cañas, Fernanda Takai, Otto, Preta Gil, Vitor Araújo, Samuel Rosa e Frejat embalaram a trilha dos desfiles, acompanhados por um público estimado em 1.500 pessoas.
O evento é o único do segmento que faz o lançamento de pré-coleções, segundo a organizadora da mostra, Eloysa Simão. Ela justifica a importância da mostra pelo volume de negócios que vai realizar e também pelo atestado de confiabilidade que será transmitido para o mercado em um momento de dificuldades na economia. “Nessa hora, o que se quer comprar é segurança, baseada na qualidade. Vamos vender confiança para o mercado brasileiro”, aposta.
A indústria da moda em Minas Gerais exporta hoje R$ 90 milhões anuais (incluindo o setor têxtil), o que representa 20% da exportação nacional. O setor responde por 215 mil empregos no estado — seis mil apenas na indústria do vestuário. A indústria têxtil, que no Brasil vem sendo afetada pela concorrência chinesa, representa 10% de todo o movimento industrial mineiro, que é de R$ 60 bilhões.
No período entre janeiro e setembro deste ano, o saldo comercial do setor têxtil no Brasil ficou negativo em US$ 1,21 bilhão, contra US$ 530 milhões negativos no mesmo período de 2007, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Também nos nove primeiros meses de 2008, Minas exportou US$ 136 milhões, contra US$ 131 milhões em produtos importados. A expectativa para 2008 é de igualar o movimento nos negócios registrado na mostra anterior, que superou em 20% as vendas da primeira edição.