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Estado de Minas

Clientes do Unibanco temem atendimento pior após fusão com Itaú


postado em 04/11/2008 06:37 / atualizado em 08/01/2010 04:06

Fachada de uma das agências no Centro de BH, onde a notícia da fusão criou um clima de desconfiança entre os correntistas (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Fachada de uma das agências no Centro de BH, onde a notícia da fusão criou um clima de desconfiança entre os correntistas (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Com o anúncio da fusão para criar o que vai ser o maior banco do Hemisfério Sul, assim que sair a aprovação do Banco Central (BC), Itaú e Unibanco apressaram-se a dizer que não vai haver mudanças para os correntistas. Em breve, será feita a integração das redes de caixas eletrônicos, que vão poder ser usados pelos clientes de ambas as instituições financeiras. Segunda-feira, porém, o clima era de desconfiança na porta das agências do Unibanco nas regiões da Savassi e no Centro, em Belo Horizonte. Apesar de reclamarem de que houve uma piora nos serviços nos últimos meses, a maioria manifestou o temor de perder o diferencial no atendimento do Unibanco, que, segundo o slogan publicitário, “nem parece banco”.

“Para mim, é uma péssima notícia. Estou muito satisfeito com o Unibanco e vou ficar sentido se ele acabar. Os grandes sempre engolem os pequenos”, observa o bancário aposentado Riolando Camargos Novaes, de 75 anos. Na agência da Savassi, a administradora de empresas aposentada Elisene de Sá, de 50 anos, também temia o fato de sua conta ser absorvida pelo Itaú, pois costuma enfrentar filas para pagar contas nesse banco. “O atendimento do Unibanco é excelente, dá mais assistência, classe A. Já o do Itaú, nem tanto. E só tende a piorar com essa fusão”, compara ela, que costuma enfrentar filas para pagar contas no Itaú.

Não há uma definição sobre qual marca vai prevalecer na nova empresa resultante da fusão de Itaú e Unibanco, segundo afirmaram segunda-feira, em entrevista coletiva, Pedro Moreira Salles, presidente do Conselho de Administração do novo banco, e Roberto Setubal, presidente da instituição. Salles afirmou que as marcas comerciais da nova holding que surgem da união com o Itaú serão definidas de acordo com o entendimento do mercado. “Decidimos que a parte ligada ao afeto dos controladores estaria no nome da empresa de participação: a Itaú Unibanco Participações. Já as marcas comerciais serão decididas mais na frente. A racionalidade vai se impor”, afirmou Salles. “Para definir que tipo de administração vai permanecer, é preciso entender como o cliente gosta e o que vê de bom em uma e outra marca”, confirmou Setubal.

Caixas integrados

“Em relação ao cliente, ainda é cedo para dizer qualquer coisa. Nosso primeiro objetivo no sentido de materializar para os clientes uma melhoria é a integração da rede de caixas eletrônicos. A integração total vai demorar algum tempo”, afirmou Salles. Em relação a preços e tarifas, é o “mercado” quem vai responder, nas palavras dos próprios banqueiros. “Temos que ver como o mercado vai se acomodando”, disse Roberto Setubal. Historicamente, o Itaú conta com taxas mais competitivas, enquanto o Unibanco é reconhecido pela excelência no atendimento ao público.

Segundo um bancário licenciado do Unibanco, que pede para não ser identificado, a instituição financeira cobra caro pela excelência no atendimento. Ele cita como exemplo a taxa de devolução de cheque, de R$ 14, que seria a mais alta do Brasil nessa modalidade, além de R$ 35 na tarifa de exclusão de cheques sem fundo (que voltaram na conta) e R$ 20 na tarifa de manutenção de conta. “As taxas variam de acordo com os investimentos do cliente. Mas esses são os valores cobrados de um cliente normal, como um cliente que só recebe pagamentos pelo banco e não faz aplicações”, diz.

Para a comerciária Iara de Freitas Almeida, de 41 anos, a mudança vai se justificar se melhorarem as taxas que, segundo ela, seriam mais altas no Unibanco para compensarem a excelência nos serviços. “Outro dia consegui estornar uma taxa de renovação de conta de R$ 35, mas a gerente avisou que, se eu passasse para frente, ela iria negar o benefício”, revela. Ela lembra que a taxa de saque adicional sai a R$ 2,11 cada um, no caso de clientes de conta-salário, que não têm investimentos no banco. “Acho que essa crise toda que eles falam que não vai afetar o Brasil já está afetando. Essa fusão é uma precaução para evitar que eles quebrem. Só espero que os pacotes melhorem”, completa.


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