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Estado de Minas

Brasileiros cancelam viagens ao exterior


postado em 24/10/2008 06:45 / atualizado em 08/01/2010 04:09

Teleférico em Mount Tiflis, na Suíça: destinos mais caros no exterior são os mais afetados até agora(foto: Titlis Rotair/Divulgação)
Teleférico em Mount Tiflis, na Suíça: destinos mais caros no exterior são os mais afetados até agora (foto: Titlis Rotair/Divulgação)

A alta de 37,72% do dólar levou os brasileiros a cortar os pacotes para o exterior ou a adiar as viagens internacionais, especialmente os destinos mais caros. Na quinta-feira, o Banco Central (BC) informou que os gastos dos turistas brasileiros em viagem a outros países caíram quase pela metade. Em outubro, os turistas gastaram US$ 599 milhões. Em setembro, o valor total havia chegado a US$ 1,124 bilhão. “Com o dólar alto, pouca gente viaja", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Para ele, entretanto, o efeito da crise no setor será ainda mais evidente em novembro.

Até então, os gastos dos brasileiros com viagens vinham batendo recordes sucessivos – impulsionados pelo real valorizado e o crescimento da renda –, contribuindo para pressionar os números das contas externas brasileiras. Com a crise financeira mundial, Lopes alerta que existe uma tendência mais clara de desaceleração dos gastos no exterior. Essa queda do gasto de brasileiros no exterior se reflete na melhora da chamada "conta turismo", resultado da receita obtida com estrangeiros no país e de brasileiros lá fora. Em setembro, a conta turismo registrou déficit de US$ 656 milhões. Esse resultado caiu expressivamente no levantamento preliminar de outubro, para US$ 242 milhões.

No outro lado, as receitas obtidas com turistas estrangeiros que visitam o Brasil caíram, mas em ritmo menor. Em setembro, a receita desses investidores somou US$ 468 milhões. Em outubro, o dado preliminar mostra soma de US$ 357 milhões. "A crise externa faz com que, a despeito do câmbio mais favorável para o estrangeiro no Brasil, o turista viaje menos", disse Lopes.

Em setembro, o dólar acumulou alta de 16,79 % frente ao real, maior valorização mensal em seis anos. Este mês, a moeda norte-americana já subiu 20,93%. “O turismo de lazer é o primeiro a sentir a crise, pois depende de planejamento familiar e varia com a sensibilidade dos clientes”, afirma Lenini Lamounier, diretor comercial da Master Turismo. A agência já registrou quedas de 30% nas viagens de lazer, além de pedidos dos clientes para aguardar de duas a três semanas para terminar de fechar o pacote, que já haviam começado a negociar. Nos pacotes corporativos para empresas, a redução não ultrapassa 10%. “Quanto maior o valor do pacote, mais esse destino irá sofrer, como Ásia, Oceania, Europa e África, seguidos dos Estados Unidos e América Latina”, completa.

“O mercado do turismo reage muito rápido à crise”, observa Paulo Testa, diretor comercial da Interpool. Ele lembra que mesmo os turistas que já compraram os pacotes vão gastar menos nos países de destino, economizando nos restaurantes, transporte e free shops. Em contrapartida, Testa comemora a alta de 30% nos pacotes turísticos voltados para o Brasil. “Não estou preocupado com janeiro. Até o réveillon vai vender tudo. Os problemas virão na baixa estação a partir de fevereiro, depois do carnaval”, alerta. (Com agências)


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