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Estado de Minas ORGULHO E DIVERSIDADE

Parada LGBT+ de Contagem defende participação de toda a família

A 17ª edição do evento aconteceu neste domingo (6/8) e foi na contramão de Betim, que tentou proibir menores de 18 anos nas Paradas


06/08/2023 18:45 - atualizado 06/08/2023 19:13
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17ª Parada do Orgulho LGBT+ de Contagem
17ª Parada do Orgulho LGBT+ de Contagem na Avenida João César de Oliveira, neste domingo (6/8) (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Se por um lado, Betim, na Grande BH, tentou proibir menores de 18 anos de frequentar a Parada do Orgulho LGBT+, a 17ª edição do evento em Contagem promoveu um ambiente inclusivo e familiar para se expressar livremente neste domingo (6/8). Com o tema “Somos todas as cores. Existimos sim!”, vários pais até levaram os filhos e defendem que é necessário “conscientizar as crianças” para respeitar o próximo.

Em Betim, vereadores aprovaram por unanimidade um projeto de lei que impedia a participação de crianças e adolescentes em Paradas do Orgulho LGBTQIA. No entanto, o prefeito Vittorio Medioli (sem partido) vetou a proposta, que considerou inconstitucional, e a 19ª edição do evento foi realizada no último domingo (30/7), resistindo às camadas do preconceito e levando para as ruas cerca de 30 mil pessoas

Já em Contagem a Parada LGBT está oficializada no calendário municipal e anualmente é realizada no primeiro domingo de agosto. A concentração do evento começou às 12h na Avenida João César de Oliveira e um trio elétrico animou a festa com muita música, seguindo para a Rua José Pedro de Araújo, onde o público encontrou o palco principal com várias atrações. A reportagem acompanhou o trio e é possível perceber que o público do evento é formado por todas as idades, mas majoritariamente jovens, principalmente adolescentes que acompanham o trio em grupos. 

Além disso, para esta celebração, alguns pais resolveram participar do movimento e levar os filhos, defendendo que a educação e o respeito precisam ser ensinados às crianças desde cedo, como foi para Eduarda Steffany, de 18 anos, que é bissexual e levou o filho Cauã Gabriel, de apenas 9 meses. “Isso aqui é normal. Tem que ensinar as crianças a não terem preconceito e respeitarem as pessoas independente de qualquer coisa. Evitar que elas sejam como essas pessoas que tentaram proibir lá em Betim”, ressalta.
 
Eduarda Steffany, 18, com filho Cauã Gabriel, 9 meses
Eduarda Steffany, 18, com o filho Cauã Gabriel, de apenas 9 meses, na 17ª Parada do Orgulho LGBT+ de Contagem (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Do mesmo modo defendeu Renata Rezende, de 45 anos, que compareceu ao movimento com a filha, Gabriela Rezende, de 7 anos. “Se a gente não educar as crianças agora para aceitar as diferenças vai continuar acontecendo a violência e morte. Tem que conscientizar as crianças. Temos que ensinar a nova geração para respeitar”, afirma. 

Segundo ela, a participação de crianças nas Paradas LGBT deveria ser ainda maior. “Eu já vim outras vezes antes de ter ela (a filha, Gabriela) e estava mais cheio, esse ano está muito vazio”, observa.
 
 
Renata Rezende, 45 anos, com a filha Gabriela Rezende, 7 anos
Renata Rezende, 45 anos, com a filha Gabriela Rezende, 7 anos, na 17ª Parada do Orgulho LGBT+ de Contagem (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Robert Batista Moreira, de 44 anos, acompanhado da esposa Solange Gonçalves, 47, também levou o filho na 17ª Parada do Orgulho LGBT de Contagem, Robert Augusto, de 10 anos. “Ensino que o preconceito é o pior defeito do mundo. Sexualidade você não escolhe, vem do berço. As crianças têm que aprender a respeitar o próximo”, aponta. “Deixa para o mundo um recado básico: liberdade. Se você proibir é pior. Sou totalmente a favor do respeito”, acrescenta ele.
 
Robert Batista Moreira, de 44 anos, Solange Gonçalves, 47, e Robert Augusto, de 10 anos
Robert Batista Moreira, de 44 anos, acompanhado da esposa Solange Gonçalves, 47, e o filho Robert Augusto, de 10 anos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Lorena Régine, de 29 anos, queria ir ao evento e não viu problema de levar o filho, Lohan Eduardo, de apenas 1 ano. “A mãe não precisa deixar de viver pelo filho e é um evento que promove o respeito ao próximo, que é a base de tudo e ele vai aprender isso”, afirma.
 
 
Lorena Régine, de 29 anos, com o filho, Lohan Eduardo, 1 ano
Lorena Régine, de 29 anos, com o filho, Lohan Eduardo, de apenas um ano (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Assim como os pais reforçam, o evento sociopolítico e cultural procura dar visibilidade à população LGBT pela luta por direitos humanos, ao enfrentamento a qualquer preconceito e a garantia de acesso às políticas públicas. 

A Parada do Orgulho LGBT faz parte da programação do aniversário de Contagem, que completa 112 anos. A ação é promovida pela Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, e organizada pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos-Contagem).


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