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Estado de Minas HOMOFOBIA

O tabu da camisa 24 na Copa São Paulo Júnior

Segundo relatório, apenas 34 dos 128 times presentes no campeonato vestiram a camisa de número 24


20/04/2023 15:40 - atualizado 20/04/2023 17:06

Jogador em campo posicionando bola
Dados como esses servem para comprovar a homofobia enraizada não somente no futebol, mas em nosso país (foto: Pixabay/Reprodução)
Segundo um levantamento feito pelo Observatório da LGBTfobia no Futebol, apenas 27% dos clubes brasileiros usaram o número 24 em suas camisas. O percentual foi inferior ao ano passado, de 34%.

A Copa São Paulo Júnior, popularmente conhecida como ‘copinha’, é uma competição de futebol masculino, que é disputada pelas categorias de base de clubes de todo o Brasil. São 128 times divididos em 32 grupos, onde cada equipe pode inscrever até 30 atletas. Entretanto, apesar do grande número de jogadores, dificilmente vemos um jogador entrar em campo vestindo a camisa 24, por conta da comum associação entre o número e a comunidade gay.
Em 2023, dos 128 times que disputaram o campeonato, apenas 34 tiveram um atleta em campo usando o número 24.

De onde surgiu essa associação?


A relação do número com a homossexualidade não teve início com o futebol, mas em uma loteria ilegal. Criado em 1892, o Jogo do Bicho é um jogo de azar criado pelo barão João Batista Viana Drummond, fundador do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. O jogo baseava-se em 25 animais, cada um com um número correspondente. O número 24 representava o veado, que no imaginário popular é um reflexo de fragilidade e delicadeza.

Em 2020,  ao estrear no Corinthians, o jogador colombiano Cantillo foi orientado a não vestir a camisa 24 aqui no Brasil, apesar de ser conhecido pelo número em seu país. O diretor do ‘Timão’, Duílio Monteiro Alves,  chegou a fazer um comentário infeliz ao apresentar o atleta: “24 aqui, não!”.

A homofobia no futebol


Além da relutância em usar a camisa 24, a homofobia sempre esteve enraizada nos gritos de ‘bicha’, ‘viado’ e em cantos homofóbicos, fazendo com que os atletas que se identificam como LGBTQIA+ tenham certo receio de ‘sair do armário’.

Emerson Ferretti, ex-futebolista que iniciou sua carreira no Grêmio e chegou a defender o Flamengo entre os anos de 1994 e 1995, alegou ter sentido a necessidade de esconder sua sexualidade, ficando sempre atento ao seu comportamento para que sua orientação sexual não ficasse ‘aparente’. 

O preconceito no futebol vai além do Brasil: o jogador norte-americano Robbie Rogers assumiu sua sexualidade em 2013, e por medo do tratamento que receberia, anunciou sua aposentadoria logo depois.











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