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Estado de Minas PRECONCEITO

Alunos da UFMG denunciam professora ex-BBB por transfobia

Após publicação no twitter, alunos do curso de Ciências Sociais formalizaram uma denúncia para a Universidade


17/03/2023 15:06 - atualizado 17/03/2023 15:37

Mara Telles de roupa vermelha, olhando para a câmera em fundo branco
A professora e ex-BBB disse ser uma acusação 'sem base' (foto: Reprodução/ TV Globo)

A professora do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas Gerais e ex-participante do Big Brother Brasil 2018, Mara Telles, foi denunciada pelos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (Cacs) da UFMG. Mara foi acusada de transfobia por causa de publicações no twitter no dia 11 de março de 2023.
 
Na publicação, a ex-BBB questionou sobre o uso do termo “Pessoas que menstruam”. O termo é utilizado para incluir homens trans nas temáticas acerca de menstruação, visto que estes são portadores de útero e, consequentemente, menstruam.

Mara contestou e afirmou, em nota ao Estado de Minas, que “o que eu questiono é a obrigatoriedade do uso dessa expressão, que tem sido propagada como um novo padrão político-correto. Entendo que a questão da inclusão de pessoas trans é extremamente importante e deve ser levada em consideração em todas as discussões, mas acredito que esse é um debate ainda inconcluso.”

“É direito dos movimentos reivindicarem essa expressão, assim como a aceitação a crítica, feita por algumas correntes feministas, de que tal termo apaga a palavra mulher”, acrescentou a docente.

Ela ainda reforçou, na publicação, que “já estou começando a sentir saudades de quando só queriam a linguagem neutra”. A linguagem neutra diz respeito a pessoas trans não binárias, ou seja, aquelas que não se sentem pertencentes à binaridade homem/mulher definida socialmente. 



Em publicações mais recentes, a professora afirmou estar chocada com a exigência de sua demissão por parte dos alunos. “Juventude inconsequente que pretende apagar o histórico de lutas de uma “mulher véia”.”, publicou. 
 
 
Sobre a acusação, afirmou que não tem justificativa. “Essa acusação é extremamente grave e não tem base jurídica, política nem moral alguma”, declarou. “Eu sempre atuei em defesa da diversidade e inclusão, e isso pode ser comprovado por meio das minhas ações e projetos ao longo da minha carreira como professora e como candidata a deputada e vereadora”

Disse também estar sofrendo difamação. “Estou preocupada com minha integridade física e psicológica, pois temo que possa sofrer algum tipo de agressão ou violência, maior ainda do que já venho recebendo em mensagens apócrifas”, concluiu. No Twitter, disse estar em contato com sua assessoria jurídica.
 

Em publicação no instagram, o Cacs informou que não foi o primeiro caso de preconceito protagonizado pela docente. 

Em entrevista ao Estado de Minas, contou que há casos envolvendo a professora desde 2015. Contudo, pela insuficiência de provas, as denúncias não foram levadas para frente pela instituição.

As denúncias variam entre racismo, transfobia e misoginia.

O Centro Acadêmico formalizou a denúncia e enviou para a Universidade, solicitando o afastamento da docente.

Os estudantes explicaram que a professora possui grande alcance midiático em suas redes sociais e que, após os tweets citados serem publicados, começaram a receber muitos ataques de cunho transfóbico no perfil do instagram, questionando as acusações sobre a docente.
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“O curso de Ciências Sociais tem um grande número de pessoas trans, só no Cacs somos 7. Não podemos permitir que esse tipo de discurso seja perpetuado” declarou a gestão do Cacs. “Gostaríamos, ao menos, de um pedido formal de desculpas”, completou. 

O Centro Acadêmico vai se reunir com representantes da UFMG e esperam que as medidas cabíveis sejam tomadas.

Nota da Universidade

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informa que está tomando as providências pertinentes, por meio de apuração das manifestações recebidas das duas partes. Caso seja identificada a necessidade de abertura de sindicância, a Universidade procederá com as diligências formais, por meio da Diretoria da Fafich, de maneira a seguir o regimento interno da Instituição.

A UFMG não compactua com comportamentos discriminatórios e preconceituosos movidos por orientação sexual ou com qualquer ação que não esteja alicerçada no respeito às pessoas. Em 31 de maio de 2016, o Conselho Universitário aprovou a Resolução 09/2016, que dispõe sobre a violação de direitos humanos e a erradicação de atos discriminatórios de qualquer natureza no âmbito da Universidade. A resolução proíbe expressamente "todo preconceito ou discriminação contra pessoas, em função de sua orientação sexual lésbica, homossexual, bissexual ou identidade de gênero presumidas".

*Estagiária sob supervisão do subeditor Diogo Finelli


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