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Estado de Minas PODCAST

Quem ganha com a inclusão de pessoas com síndrome de Down na sociedade

Podcast conta sobre os desafios enfrentados pelas pessoas com síndrome de Down e por suas famílias


11/11/2022 13:00 - atualizado 11/11/2022 13:51
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Mesmo sendo a primeira causa conhecida de deficiência intelectual, pessoas com síndrome de Down e suas famílias ainda enfrentam muitos desafios. Mais de 70% sofrem abandono parental, estima-se que menos de 10% são alfabetizadas e vê-las inseridas no mercado de trabalho é ainda mais raro. 

Com os avanços da medicina, a expectativa de vida de pessoas com síndrome de Down não para de aumentar. Nos últimos 30 anos, a longevidade subiu de 35 para 60 anos, mas ainda há o que melhorar no que diz respeito à qualidade de vida. No Brasil, há cerca de 300 mil pessoas com síndrome de Down, e muitas delas não são bem recebidas em ambientes usuais. 


Múltiplas características e sonhos


No último dia 8/10, a cantora Pabllo Vittar chamou atenção ao levar para o palco a aniversariante do dia, Joana, uma fã com síndrome de down que estava completando 22 anos e impressionou o público de Belém ao som do hit “Parabéns”.

Ser uma mulher com síndrome de Down é uma das muitas características de Joana. Por conta própria, ela correu atrás para ir ao show de Pabllo, conseguiu acesso ao camarim e pediu para dividir o palco com a artista.


Joana, como qualquer mulher, quer conquistar sua independência, poder concluir os estudos, namorar e realizar seus sonhos.  

Instituto Mano Down


Para Leonardo Gontijo, presidente do Instituto Mano Down, a presença de pessoas com síndrome de down em shows, cafés, transportes públicos e outros ambientes deveria ser normalizada.

O instituto com sede em Belo Horizonte foi fundado em 2011 e surgiu pelo amor que Leonardo tem pelo irmão mais novo, Dudu, diagnosticado com síndrome de Down. Ao enxergar todas as dificuldades que o irmão e todas as pessoas com deficiência intelectual poderiam enfrentar, Leonardo criou o núcleo de socialização com o objetivo de trocar a palavra exclusão por oportunidade.
Hoje, o Mano Down recebe mais de 600 famílias de todo o Brasil, oferecendo a elas intervenção precoce de saúde, inclusão escolar, mobilização para autonomia, inclusão no mercado de trabalho e estímulo ao empreendedorismo.

Inclusão no mercado de trabalho


A imagem mostra três homens com síndrome de down no instituto, eles vestem a camisa do Mano Down e estão praticando atividades em movimento.
Instituto Mano Down realiza diversas ações para pessoas com síndrome de down (foto: Instituto Mano Down/ Divulgação)
Quando uma pessoa com síndrome de down procura ser incluída em um ambiente profissional, ela quer muito mais que renda. Busca, ainda, socialização, aprendizado, aumento de autoestima e realização de sonhos. De acordo com o psicólogo Gabriel Leandro, do Instituto Mano Down, apesar de ainda ser um grande desafio, a inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho traz muitos benefícios não só às pessoas contratadas mas também às empresas. 

Como exemplo, Gabriel cita o caso de um dos educandos que está inserido no mercado de trabalho. “Depois de horas de uma palestra de segurança de trabalho, ele levantou a mão dizendo que não havia entendido nada e pedindo para que o palestrante resumisse. Em 20 minutos, o cara resumiu de forma clara uma palestra de duas horas. A dúvida desse funcionário provavelmente era a de muitas pessoas. A presença dele trouxe à empresa uma comunicação simples e eficiente”. 

Leia mais: Pessoas com deficiência são duplamente excluídas do mercado de trabalho 

Lei de Cotas 


Em 1991, foi aprovada no Brasil uma lei que ajuda a aumentar o número de pessoas com deficiência (PCDs) empregadas. A Lei de Cotas (8.213/91) exige que empresas com mais de 100 empregados contratem PCDs. As proporções variam de acordo com a quantidade de funcionários:

  • até 200 funcionários: 1%
  • 201 a 500: 3%
  • 501 a 1000: 4%
  • mais de 1000: 5%

Muitas empresas não seguem essa lei ou acabam contratando os funcionários apenas para ficar dentro da regularidade, não dando o suporte necessário, nem ao menos os colocando para realizar tarefas reais. Dessa maneira, nenhuma vida é impactada como poderia ser. 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Giovanna Fávero 


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