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Estado de Minas DIVERSIDADE E SAÚDE

Balada LGBTQIAP+ promove roda de conversa sobre varíola dos macacos

O evento chamado de Horny Talk é gratuito e acontece na Casa Sapucaí, no bairro Floresta, com o tema 'Monkeypox e Redução de Danos'


30/08/2022 15:48 - atualizado 30/08/2022 17:58

Casa Sapucaí em vermelho
Evento é gratuito e terá uma festa com drinks e música (foto: Dilson Ferreira/Quartofoto/Casa Sapucaí)

A casa de shows “Casa Sapucaí”, no bairro Floresta, na região centro-sul de Belo Horizonte, está recebendo uma roda de conversa sobre "varíola dos macacos" na noite desta quinta-feira (1/9). O evento chamado de Horny Talk é gratuito e tem como tema “Monkeypox e Redução de Danos”.

A palestra é uma ação de educação e promoção da saúde, feita por membros da comunidade LGBTQIAP+ e contará com a presença de um médico especialista e outros ativistas. O evento é promovido pela festa “Horny” e terá drinks, música e “flash tattos”, indo além de um compartilhamento de informações e criando um espaço seguro de acolhimento.

“A Horny é um movimento que aborda e discute questões sobre sexo e sexualidade LGBTQIAP . Nós temos a consciência que nesse momento de uma nova doença, devemos trabalhar juntos para reduzir danos, informar o nosso público e lutar contra estigmas sobre a nossa comunidade”, explica o idealizador e produtor do evento, Thales Albuquerque.


Informação e Estigma

Apesar de ter sido descrito pela primeira vez em humanos em 1958, o vírus responsável pela varíola dos macacos sofreu mutações que contribuem para sua disseminação. O que antes era considerado uma doença rara, tem se espalhado rapidamente, e pesquisas para entender melhor o comportamento do vírus estão sendo produzidas.

Hoje considerado emergência de saúde pública, a doença já foi usada em discursos de autoridades que ligavam sua transmissão à comunidade LGBTQIAP , criando estigmas similares aos da epidemia de HIV/Aids nos anos 90. No entanto, a situação é diferente, já que a doença não é necessariamente uma infecção sexualmente transmitida (IST).

“Monkeypox é uma doença contagiosa, e pode ser contraída através de contato com a pele. A pessoa tem uma lesão na pele e eu tenho contato com isso, posso contrair a doença. Se a pessoa tosse, as gotículas expelidas podem me contaminar também”, comenta Lucas Benício, mestrando em Infectologia e Medicina Tropical pela UFMG, e palestrante na Horny Talk.

Apesar de poder sim, ser transmitida sexualmente, já que o ato sexual envolve contato íntimo pele a pele, essa não é a principal forma de transmissão. Assim, é importante que se dissemine informações corretas sobre a doença e evitar discursos que criem preconceitos semelhantes aos que foram criados durante os surtos de HIV.

“Na resposta social a emergência desse vírus, estamos vendo um retorno a patologização da homossexualidade. Então é importante destacar que a monkeypox não é uma infecção sexualmente transmissível. É preciso discutir e problematizar esses mecanismos que são usados por agências internacionais”, ressalta Rafael Pinheiro, sociólogo que estará presente no Horneytalk.

O Horneytalk começa às 18h, com uma apresentação de DJ e a roda de conversa tem início às 19h. Também participa do debate o psicólogo e especialista em terapia comportamental, Samuel Silva, ativista LGBTQIAP . Para mais informações, consulte a página oficial do evento.

Pessoas conversando, um homem sentando de pernas cruzadas a esquerda, outro de vermelho com uma gravata borboleta e um microfone da mão e uma mulher loira e de vestido branco mais a direita
Roda de conversa terá cunho educativo e contará com a presença de um especialista e ativistas da comunidade (foto: Anna Valentina/Cometohorny)

Vacina e medicamentos

Na última quinta-feira (25/8) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), liberou o uso da vacina contra varíola dos macacos e o medicamento tecovirimat. A decisão da Anvisa teve como parâmetro tanto os pareceres da Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória americana, quanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

*Estagiário sob supervisão do subeditor Diogo Finelli


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