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Estado de Minas VIOLAÇÃO DE DIREITOS BÁSICOS

Talibã revoga permissão para meninas irem à escola

Decisão foi divulgada poucas horas depois que as escolas foram abertas, provocando confusão e lágrimas


24/03/2022 13:00 - atualizado 24/03/2022 14:47

Meninas usando roupas tradicionais islâmicas chegando à escola
Meninas chegam à escola em Panjshir em 23 de março de 2022 (foto: AFP)


Contrariando declarações feitas ao tomar o poder no Afeganistão, de que não seria tão rigoroso como durante a primeira vez que tomou o governo do país, o Talibã revogou, na manhã desta quarta-feira (23),a permissão para que meninas tenham acesso a ensino.  A decisão chegou algumas horas depois da abertura das escolas, deixando várias alunas aos prantos.

“A educação era a única maneira de nos dar alguma esperança nestes tempos de desespero. Era o único direito que esperávamos e foi tirado”, disse a estudante Zahra Rohani, de 15 anos, para o New York Times.

 

O Talibã tomou o poder no Afeganistão em agosto de 2021, e todas as escolas foram fechadas. Foi imposto uma série de restrições às mulheres, sendo banidas de muitos empregos no governo, suas roupas policiadas e proibidas de viajar para fora de suas cidades desacompanhadas.

meninas deixam a escola depois de frequentar apenas algumas horas após a reabertura em Cabul em 23 de março de 2022
O Talibã ordenou que as escolas secundárias femininas no Afeganistão fechassem poucas horas após a reabertura, provocando confusão e desgosto (foto: Ahmad SAHEL ARMAN/AFP)

Em setembro, meninos de todas as idades e apenas meninas até 12 anos tiveram permissão para voltar aos estudos, e que as meninas, a partir do 6º ano, seriam permitidas apenas depois que a segurança melhorasse e fossem contratadas professoras em número suficiente para que as aulas pudessem ser totalmente separadas pelo gênero.

 

Nesta segunda, 21 de março, o Ministro da Educação declarou que todas as escolas, incluindo as de ensino médio para meninas reabririam na quarta. E no dia seguinte, foi divulgado um vídeo do ministro parabenizando o retorno de todos os alunos aos estudos.

 

A suspensão das aulas pegou diretoras e professoras de surpresa, sob a alegação de ainda faltar professoras e uniformes religiosos para que as escolas operarem sob os princípios islâmicos.

 

"O Talibã continuará a encontrar desculpas para impedir que as meninas aprendam porque tem medo de meninas educadas e mulheres autogovernadas", declarou Malala sobre a decisão.

 

A revogação do direito ao acesso à educação pelas meninas poderá afetar a credibilidade do Talibã no cenário internacional, afastando possíveis doadores, que ajudariam na crise de alimentos e econômica que o Afeganistão enfrenta. Uma das principais demandas da comunidade internacional era a garantia do direito à educação às meninas e mulheres para concessão de ajuda financeira.

 

*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz 

 


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