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Estado de Minas DESIGUALDADE

Risco de doença crônica é maior para beneficiárias do Bolsa Família

Pesquisa compara mulheres e traça relação entre programa e desigualdade social


14/03/2022 16:31 - atualizado 16/03/2022 18:08

conjunto de casas amontoadas
Pesquisa traça relação entre Bolsa Família e desigualdade social (foto: David Vives/Pexels)

Pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFMG, mostra que as beneficiárias do Bolsa-Família têm risco maior para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). 


O Bolsa Família, que foi substituído pelo Auxílio Brasil durante o governo de Bolsonaro, tinha como maioria beneficiária as mulheres, que respondiam a 90% do total. Assim, a tese de pós-doutorado defendida pela pesquisadora Quéren Hapuque de Carvalho, compara mulheres beneficiárias e não beneficiárias do extinto Bolsa Família.


Enquanto o Bolsa Família abrangia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, o Auxílio Brasil atende às famílias em extrema pobreza e, na existência de gestantes ou pessoas menores de 21 anos, famílias na faixa da pobreza. 


Os resultados da pesquisa mostraram que os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis foram mais elevados entre as beneficiárias do Bolsa Família e que a relação não é causal, pois o Bolsa Família é um marcador de desigualdade socioeconômica.

A pesquisa

O estudo foi realizado com base em dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). A PNS é uma pesquisa domiciliar que faz parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 


Foram entrevistados 60.202 indivíduos maiores de idade, com taxa de resposta de 86%. Além de perguntas relacionadas à saúde, foi questionado se a pessoa era uma beneficiária do BF. 


Entre as 3.131 mulheres estudadas, aquelas que recebiam o auxílio, 23,3%, tinham menor escolaridade, eram na maioria pardas e pretas e viviam na região Nordeste. Além disso, elas também apresentaram pior desempenho em indicadores de DCNT, maior ocorrência de sobrepeso, obesidade e níveis de colesterol mais elevados.


Os resultados mostraram que as DCNT são mais frequentes entre as beneficiárias do Bolsa Família, uma vez que estão mais expostas aos fatores de risco e têm menor acesso aos serviços de saúde. 

O que são as doenças crônicas não transmissíveis?

As doenças crônicas não transmissíveis ou DCNT são, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), responsáveis por cerca de 70% das mortes no mundo, sendo que mais de 85% dessas ocorrem em países de baixa e média renda. Esses dados são anteriores à pandemia da COVID-19. 


 As doenças crônicas não transmissíveis são lentas e se desenvolvem ao longo da vida do indivíduo prejudicando sua saúde.
 

As principais DCNT são: 

  • doenças cardiovasculares, 
  • doenças respiratórias crônicas (bronquite, asma, rinite), 
  • hipertensão, 
  • câncer, 
  • diabetes,
  • doenças metabólicas (obesidade, diabetes, dislipidemia).

Acesse a pesquisa na íntegra aqui.

*Estagiária sob supervisão 



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