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Estado de Minas PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Acessibilidade: 25% dos brasileiros são desconsiderados como consumidores

Estudo aponta que menos de 1% dos websites são realmente acessíveis e 96,79% apresentaram alguma falha de acessibilidade nos testes


27/10/2021 13:00 - atualizado 27/10/2021 19:17
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Homem cadeirante com colega de trabalho portador de Síndrome de Down
Quase 25% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência e as empresas não estão preparadas para atendê-las ou empregá-las (foto: MART PRODUCTION)


Cerca de 45 milhões de pessoas são desconsideradas pelas empresas como consumidores em potencial no Brasil. Isso porque, segundo o IBGE, quase 25% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência e as empresas não estão preparadas para atendê-las.

Atualmente, existem cerca de 16,89 milhões de sites ativos no país, dos mais diversos setores, que vão de páginas corporativas e educacionais até blogs, sites de notícias e e-commerces.
 
Desses, menos de 1% dos websites é realmente acessível e 96,79% apresentaram alguma falha de acessibilidade nos testes, revela  pesquisa sobre a experiência de pessoas com deficiência em páginas e aplicativos, conduzida pela BigDataCorp e pelo Movimento Web Para Todos. 

A especialista em relações públicas Samantha Rezende declara que as empresas não enxergam as pessoas com deficiência como consumidoras. "As empresas têm essa visão capacitista, de que PCDs não têm poder financeiro, que elas não têm força própria ou que não fazem consumo próprio”.  

Virginia Delfino, head de marketing e Cx da NeoAssist, empresa de tecnologia especialista em atendimento ao cliente pondera que as empresas precisam se atentar para essa questão. É necessário tanto contratar profissionais PCDs, quanto atender às necessidades dos clientes. 

Grupo de seis pessoas reunidas em roda realizando dinâmica com papeis coloridos
Imersão de final de ano da NeoAssist, empresa de tecnologia especialista em atendimento ao cliente, em dezembro de 2019 (foto: Vinícius Amano)

Além de desconsiderar essa parcela do mercado consumidor, que culturalmente, é excluída da sociedade, parte da resistência das empresas se deve ao investimento que deve ser feito. Os desafios podem ser tecnológicos, como audiodescrição e implementação de tradutor de LIBRAS online, ou estruturais, com a realização de cursos de capacitação de equipes para atendimento e habilitação em LIBRAS, instalação de rampas, sinalização, entre outros.

Entretanto, as mudanças não necessariamente precisam ser de grande magnitude, adaptações simples, como incluir descrição de texto nas imagens em sites e alterar a altura das informações nos estabelecimentos, já resultam em grande impacto para quem consome essas informações. Segundo dados da BigDataCorp, 71,98% dos sites brasileiros apresentaram problemas com a descrição das imagens. 

Virginia Delfino declara que “A gente pensa em coisas grandiosas, mas o que vai incluir as pessoas são os detalhes. E se a gente não começar a conviver com elas em todas as esferas, a gente não vai quebrar as barreiras”.

De toda forma, o conjunto de ações devem ser realizadas com seriedade e profissionalismo, e o potencial de retorno pode ser enorme. Há algum tempo, a deficiência e era encarada como exceção, mas, agora, as empresas entendem que não falam com  25% da população, potenciais compradores.
 
“Todo mundo sairia ganhando, a população com necessidades especiais, porque ela não fica restrita somente aos estabelecimentos e as empresas que têm adaptações necessárias, mas também quem não tem vai passar a conviver mais com elas, formando uma sociedade mais empática e sem barreiras, que vai ampliar o nosso olhar”, completa Virginia.


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