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Estado de Minas DIA DA GASTRONOMIA

Comida mineira ganha título de Patrimônio Imaterial do estado

Principais ingredientes da gastronomia mineira, o milho e mandioca, foram reconhecidos pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural


05/07/2023 14:43 - atualizado 05/07/2023 15:14
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Uma grande mesa de reunião com dezenas de pessoas sentadas e em pé
Aprovação do título foi feita pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
O Governo de Minas Gerais registrou a comida mineira como patrimônio imaterial do estado, nesta quarta-feira (5/7). No Dia da Gastronomia Mineira, o trabalho valoriza a produção dos povos e também lança a Temporada da Cozinha Mineira Patrimônio 2023, que terá cursos de qualificação e festivais para todos os produtores da cozinha local. 

Um longo estudo de origens foi feito pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), com objetivo de proteger e promover as práticas e ingredientes mineiros. Em especial, o milho e a mandioca, a base dos principais pratos. 

Segundo a secretária-adjunta de Cultura e Turismo, Milena Pedrosa, a aprovação do título foi feita pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). "Só o conselho pode aprovar um patrimônio material ou imaterial e, partir desse processo, teremos ações de salvaguarda, fomento, capacitação e promoção do que identificamos como a cozinha mineira", explica. 
Até outubro, a Temporada da Cozinha Mineira Patrimônio 2023 vai promover diversas ações pelo estado. De acordo com o Secretário de Cultura, Leônidas Oliveira, terão oportunidades de qualificação, formação e até festivais. "Queremos fazer um festival internacional, visto que, no próximo ano, já teremos o queijo reconhecido pela Unesco. Será um projeto de estruturação, também da agricultura familiar, que é a base do alimento feito ou transformado nas mesas", diz. 

Detentores do saber 

Chamados de 'detentores do saber', todos os produtores rurais, cozinheiros, chefs e demais pessoas que façam parte da produção alimentar mineira, são peças importantes na aprovação do patrimônio. 

"Tecnicamente os detentores do saber são os importantes nesse processo. Temos exemplos no conselho, como a Comunidade dos Arturos, uma comunidade quilombola de Contagem que faz as quitandas a partir do milho e da mandioca. Todas essas pessoas detêm o saber de como plantar, colher e fazer produtos da cozinha mineira com a base desses alimentos", diz Milena. 

mulheres cozinheiras atrás de uma mesa cheia de guloseimas mineiras como biscoito papa-ovo e bolos
A Comunidade dos Arturos vive como quilombo em Contagem, Região Metropolitana de BH, com mais de 80 famílias (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
A Comunidade dos Arturos vive como quilombo em Contagem, Região Metropolitana de BH, com mais de 80 famílias. São considerados um dos povos mais originais do Brasil e, para Aparecida Luz, uma das mestras de cozinha da comunidade, é uma honra fazer parte do processo. 

"São mais de 660 pessoas morando juntas. A comida para nós tem um grande valor. A nossa cozinha de quilombo tem um significado de acolhimento, alimento do corpo e almo, levando todo o conhecimento da nossa ancestralidade. Receber esse reconhecimento, sendo um povo que já foi muito invisibilizado, é extremamente importante para toda a tradição mineira", afirma Cida. 

Entre as tradições da comunidade, destacam-se o cubu, um bolo a base de milho e o biscoito papa-ovo. 

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