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Estado de Minas BARES DE BH

Capital dos botecos: 10 características que tornam bares de BH autênticos

O torresmo, a cachaça e o copo lagoinha são a cara de Belo Horizonte, que chegou a concentrar 28 bares por quilômetro quadrado


10/05/2023 20:40 - atualizado 10/05/2023 20:48
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copo lagoinha
O copo americano, conhecido em Belo Horizonte como copo lagoinha, é uma característica marcante dos bares da capital dos botecos (foto: Reprodução/Você sabia)
Belo Horizonte é a cidade criativa da gastronomia, segundo a Unesco, e a "capital dos botecos". De acordo com um levantamento da Prefeitura de BH (PBH), a cidade concentrava 28 bares por quilômetro quadrado em 2017.

A alta frequência dos mineiros nos bares pode ser explicada pela nostalgia e o sentimento de identidade trazido por esses ambientes, conforme a tese de doutorado defendida pela pesquisadora Geórgia Caetano dos Santos no Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo a pesquisa, os botecos da capital mineira têm elementos que os tornam característicos, classificados por Geórgia como "autênticos", e os que fogem desse padrão são “não-autênticos”. Para ela, as características autênticas são atrativas para os clientes.

Confira uma lista com dez aspectos que fazem dos bares de BH únicos:

1-Copo Lagoinha

O copo americano, conhecido em Belo Horizonte como copo lagoinha, é uma característica marcante dos bares da capital dos botecos. O nome remete ao bairro de mesmo nome, na região Noroeste de BH. Eulália Araújo, diretora do festival gastronômico Comida di Buteco, conta que, ao longo dos 23 anos do projeto, o copo se manteve como ícone nos bares.

2-Torresmo e bolinho de carne

Os pratos são tradicionais da culinária mineira e recorrentes nas mesas dos bares de Belo Horizonte. De acordo com Gustavo Coutinho, coordenador do Comida di Buteco em BH, dos 95 botecos que participam do festival, a maioria apresenta o torresmo no cardápio. Ele conta que o Bar do Mulão, no Caiçaras, na região Noroeste, atrai os clientes especialmente pelo bolinho de carne.

3-Atendimento caloroso

A relação do cliente com os garçons e o dono do bar é diferente em Belo Horizonte. Os funcionários costumam participar ativamente das conversas que acontecem nas mesas, quando passam por elas para atender. Segundo Eulália, o que atrai a clientela é o “jeito acolhedor do mineiro”, e, para Gustavo, os bares que mais fazem sucesso no festival “têm a cara do dono”.

4-Mesas e cadeiras na calçada

Para a pesquisadora da UFMG, é “em torno da mesa que se formam relações”, e para Eulália, é uma “outra forma de ocupar a cidade”. Quando o cliente senta nas mesas que ficam na área externa do bar, é possível interagir com o boteco e a cidade ao mesmo tempo.

5-Estante com garrafas de cachaça

Na maioria das vezes, atrás do balcão do caixa é possível encontrar uma prateleira com garrafas de cachaça expostas. A produção da bebida é tradicional em Minas Gerais, e a diretora do Comida di Buteco conta que, muitas vezes, o destilado é produzido por familiares ou pelo próprio dono do estabelecimento.

6-Estufa para armazenar comidas

A comida guardada em uma estufa no balcão é um cenário muito recorrente pelos bares da capital mineira. Assim como o copo lagoinha, mesmo com a evolução do comércio gastronômico, a estufa se manteve por ser um ícone e fazer parte também da composição estética dos bares.

7-Temperos simples e tradicionais

A pesquisa de Geórgia aponta que os pratos tradicionais e que se assemelham aos que são feitos nas casas do interior de Minas Gerais fazem mais sucesso. Comidas “gourmetizadas” integram o grupo de elementos não autênticos. Ao comer nos bares, o cliente busca o sentimento de nostalgia e identidade com as cidades interioranas.

8-Decoração retrô

Assim como acontece com a culinária, a decoração serve para ambientar a clientela no interior. Para a pesquisadora da UFMG, “o bar é uma extensão das nossas casas”, e local “fortalece a cultura”. Para Eulália, é “o link entre o antigo e o contemporâneo”, refletindo a história de como Minas Gerais se tornou urbana.

9-Calorosidade entre os clientes

As mesas e as cadeiras, além de ocuparem as calçadas, são mais atrativas quando ficam “coladas” umas nas outras, permitindo que os diálogos em diferentes mesas se interceptem e se integrem. Gustavo Coutinho cita um bar que se destaca por isso, o Sílvio’s Bar, no bairro Esplanada, na Região Leste da capital, em que os frequentadores se sentam em mesas com pessoas que não conhecem.
 

10-Diversidade de nichos sociais

A pesquisa mostra que Belo Horizonte concentra muitos bares voltados para públicos específicos, como botecos que vestem a camisa de um certo time, estabelecimentos temáticos e voltados para o público LGBTQIA+, por exemplo. Os gêneros musicais também ditam os temas de alguns bares.

* Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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