Michael Fassbender em cena de o assassino

Michael Fassbender protagoniza o longa -metragem, que tem a atriz brasileira Sophie Charlotte no elenco

Netflix/Divulgação

Michael Fassbender se exercita dia e noite. Prepara-se com cuidado: é um assassino realmente profissional. Pensa em tudo: nunca se apavora, nunca sai do plano traçado, não improvisa. Trabalha com batimentos cardíacos baixos. Tudo em ordem.


Neste caso, porém, a ruína não termina por aí. Vamos não esquecer, o assassino trabalha por dinheiro. Dinheiro grosso. Seu objetivo na vida é permanecer na minoria. Essa minoria que domina a maioria. O assassino é um empreendedor metódico, mas nem isso o exime do acaso.

Diante da catástrofe, precisa voltar e fechar os pontos. A primeira medida é ir ao escritório do advogado que o contrata. Aqui saberemos que um erro desse tipo não tem volta. Alguém

Fuga 

A partir daí, começa sua fuga, também uma perseguição. Precisa eliminar aqueles que o contrataram, aqueles que contrataram os que o contrataram, aqueles que contratarão outros assassinos para eliminá-lo. Um monte de gente, em suma. Estamos na base do matar ou morrer.

O nosso assassino é homem meticuloso. A frieza e o planejamento são boa parte de seu sucesso. Ele mata para sobreviver e, portanto, não pode parar até que o último obstáculo seja removido. E, quanto mais gente elimina, mais perigos descobre em seu caminho. E mais se tornam perigosos.

Quando chega em uma assassina conhecida como Especialista ou algo assim - na pessoa de Tilda Swinton -, o confronto tem algo de pérfido, mas também acrescenta algo interessante: ela tem os mesmos princípios que ele. Podem conversar de igual para igual. Algo parece se transformar.
 
 
Toda a batalha do assassino é para manter a própria pele, que é a base de sua pequena empresa, de cujo sucesso depende para se manter na minoria, no grupo dos privilegiados. Existe algo de meritocracia nele: somos aquilo que merecemos. Aqui a história começa e aqui termina.

O que David Fincher propõe, mais que a história de um assassino profissional, é a defesa e ilustração de um pensamento bastante popular na atualidade - cada homem é sua própria empresa e, por isso, deve ser um empreendedor atento e agressivo, nunca perder oportunidades.

Podemos ser contra ou a favor essa ordem de ideias, não importa: elas hoje fazem parte do conjunto de crenças de uma parte considerável da população. Portanto, pode-se esperar que nessa parte "O assassino" encontre seu público.

Ele não terá motivo para se decepcionar grandemente. Fincher produz um espetáculo que pode ser visto com facilidade e esquecido com rapidez. E, ainda que suas ideias sejam um tanto sumárias, lá está Fassbender, que sempre enriquece o espetáculo. 

Alice Braga em thriller

Ao lado de Ben Affleck, Alice Braga é a coprotagonista de “Hypnotic - Ameaça invisível”, novo longa de Robert Rodriguez (“Sin City”), que estreia nesta quinta-feira (26/10) nos cinemas. Na trama, o detetive Danny Rourke (Affleck) tenta localizar a filha desaparecida e escapar de uma rede criminosa, contando com a ajuda de Diana Cruz (Braga) para distinguir entre realidade e alucinação. 

“O ASSASSINO”
(EUA, 2023, 118 min.) Direção: David Fincher. Com Michael Fassbender, Tilda Swinton e Sophie Charlotte. Classificação:16 anos. Estreia nesta quinta (26/10), no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Sala 1, 17h).