"Estive com o Adam (Levin, vocalista do Maroon 5) ontem", disse a ambulante Dhébora Peixoto, de 30 anos. "No meu sonho", emendou, dando uma longa gargalhada.
Moradora do bairro Aparecida, ela percorreu quase dez quilômetros de ônibus de sua casa até a Arena MRV, no bairro Califórnia - local onde a banda norte-americana se apresenta neste sábado (9/9), tendo como show de abertura os mineiros do Jota Quest -, levando uma grelha, uma caixa de isopor com carnes e bebidas, uma tenda e seis branquinhos de plástico.
"Cheguei às 10h, achando que os fãs mais doidos já estariam aqui, mas não tinha ninguém. Tomei ferro", disse em tom bem-humorado.
Assim como Dhébora, outros ambulantes que trabalhavam no local também esperavam maior movimento na hora que os portões abrissem, às 15h30. Mas não foi o que ocorreu. Até 17h30, o movimento era tranquilo, sem grande fluxo de fãs e nem filas para entrar no estádio.
Os shows deste sábado, do Maroon 5 e Jota Quest, fazem parte do calendário de inauguração do estádio e servirá como espécie de teste para avaliar a viabilidade do espaço como alternativa no circuito de grandes eventos na cidade.
Na última quarta-feira (06/9), subiram no palco da Arena as duplas Clayton & Romário e Jorge & Mateus, além da cantora baiana Ivete Sangalo, que declarou seu amor ao time alvinegro - a Arena MRV é o estádio oficial do Atlético Mineiro.
Baiana atleticana
"Eu não sou mais Ivete San alguma coisa... Eu sou Ivete San... Gaaaaaaalo!", brincou a baiana.
Ao contrário do que normalmente ocorre no Mineirão, principal palco de grandes eventos musicais, a Arena MRV não contou, ao menos até o início da apresentação do Jota Quest, com os problemas típicos que ocorrem em shows e festivais no Gigante da Pampulha, como internet instável e trânsito congestionado no entorno do estádio.
A situação, no entanto, mudou com a aproximação do fim dos shows.
Ponto negativo, no entanto, foi o desconhecimento dos funcionários da Arena em relação ao próprio estádio. Ninguém sabia informar onde estavam localizadas outras entradas para o local, senão a Portaria 2 (localizada na Via Expressa) e o Portão C (na Rua Walfrido Mendes).
Com capacidade máxima de 46 mil pessoas, o evento deste sábado não chegou a ter pouco mais que metade de público - até o fechamento da matéria, a organização ainda não tinha o número oficial de público.
Problemas no som
Às 19h20, o Jota Quest já estava no palco, abrindo com "Além do Horizonte", sucesso de Roberto e Erasmo Carlos, que ganhou nova roupagem da banda mineira e virou hit do disco "Até onde vai" (2005).
O som não colaborou no início. Os graves muito altos acabaram abafando o som das guitarras e do teclado. No entanto, ao longo da apresentação, o problema foi resolvido.
Quando a banda emendou a sequência de hits "Na moral", Quando a banda emendou a sequência de hits "Na moral", "Blecaute (Slow Funk)" e "O sol" o som já estava bom e o público da arquibancada de pé, dançando.
"Foi uma das noites mais fodas das nossas vidas. Que o amor esteja sempre na caminhada de vocês", disse Flausino, antes de encerrar show com o sucesso "Do seu lado".
Dançando como Jagger
Às 21h37, Maroon 5 já estava no palco. Ao contrário do Jota Quest, o grupo norte-americano não teve problemas com som.
Os californianos abriram com a dobradinhas "Moves Like Jagger" e "This Love”. Ao contrário da última apresentação do grupo, no The Town, festival irmão paulistano do Rock in Rio, o show deste sábado foi muito mais animado. Adam Levine estava com voz boa e não parecia sentir cansaço, muito pelo contrário. Explorou todo o espaço do palco, dançando e uivando, como costuma fazer. Ainda arriscou um "obrigado" em português.
Quando terminou "This love", elogiou o novo estádio e chamou o público para cantar junto. "Olha que lindo esse novo estádio. Eu sei que vocês amam cantar com a gente. Cantem conosco", disse o vocalista.
Na sequência, a banda enfileirou hits, como "Stereo hearts", "One more night" e "Animals"
Outro destaque foi o entrosamento dos músicos James Valentine (guitarra), Mickey Madden (baixo), Matt Flynn (bateria), Jesse Carmichael (teclados), PJ Morton (teclados de apoio) e Sam Farrar (baixo de apoio), resultado de 20 anos de parceria.
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