Léa Garcia quando integrou o 'Teatro Experimental do Negro'

Léa Garcia é entrevistada na série documental do Curta!

Curta!/divulgação

O teatro brasileiro sempre teve predomínio de atores brancos, com raras exceções, como os irmãos Vasques (século 19) e Benjamin e Vitória de Oliveira, que vieram do circo-teatro. Já Grande Otelo foi revelado pela Companhia Negra de Revistas, a primeira a colocar um afrodescendente em cena.
 
Esses artistas, no entanto, eram de linhagem cômica. Somente na década de 1940, a partir da criação do Teatro Experimental do Negro (TEN), atores negros passaram a representar papéis dramáticos. Parte dessa história será contada no quarto episódio da série inédita “Companhias do teatro brasileiro”, que vai ao ar nesta terça-feira (15/8), às 23h30, no Curta!.
 

Com direção de Roberto Bomtempo, a série conta com depoimentos de Ruth de Souza (1921-2019), Léa Garcia e Haroldo Costa, que relembram como o TEN surgiu, seus objetivos e sua trajetória. Abdias Nascimento – ator, poeta, jornalista, economista e militante da causa negra – foi o criador da companhia ao lado de Aguinaldo Camargo, Theodorico dos Santos e José Hernel.

 

O TEN foi uma resposta a uma prática comum na época, conhecida como "black face", na qual atores brancos tinham o rosto pintado de preto para interpretar personagens negros. A estreia do grupo ocorreu em 8 de maio de 1945, com a peça "O imperador Jones", de Eugene O'Neill, marcando a primeira vez que atores negros pisaram no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

 

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