A cineasta Greta Gerwig

A cineasta Greta Gerwig, que não deseja dirigir "Barbie 2", participa da pré-estreia de seu filme em Londres

Justin Tallis/AFP

Dias depois de estrear, “Barbie” continua chamando a atenção do mundo. Além de distanciar a gigante dos brinquedos Mattel da crise econômica, o filme promete impulsionar a carreira da cineasta e roteirista Greta Gerwig em Hollywood.

A americana ficou conhecida por “Lady Bird” (2017) e “Adoráveis mulheres” (2019), longas indicados ao Oscar. Contrariando muita gente, já avisou que não pretende comandar a sequência de “Barbie”, apesar de tamanho sucesso. Afinal de contas, foi a maior estreia da história de um filme dirigido por uma mulher.
 
Ao chegar às telas em 20 de julho, a boneca mais famosa do mundo registrou a maior estreia do ano nos Estados Unidos e Canadá, segundo a Warner Bros. No seu primeiro final de semana, o longa, que se passa na cidade da Barbielândia, arrecadou cerca de US$ 155 milhões (cerca de R$ 740 milhões).

No Brasil, a estreia levou 1,2 milhão de pessoas aos cinemas e faturou R$ 22,7 milhões. O impacto do blockbuster não se limita às telas. O efeito Barbie promete novos tempos à fabricante de brinquedos Mattel, que enfrentou crise nos últimos anos em consequência da era digital e da baixa adesão das famílias a bonecos tradicionais.
 
Atores Ryan Gosling e Margot Robie em cena de Barbie

Greta Gerwig apostou na veia cômica de Ryan Gosling como Ken e foi convidada pela atriz Margot Robie, a Barbie, para comandar a Barbielândia

Warner Bros
 

Combo cinema & brinquedo

O filme foi planejado por 10 anos, com a participação da Mattel. As projeções de lucro dessa empresa somam US$ 950 milhões, quase o triplo do obtido no ano anterior. Barbie está nas vitrines há mais de 60 anos.

Em parceria com a Warner Bros, a gigante dos brinquedos escolheu Margot Robbie como o rosto da boneca. Famosa por interpretar a icônica Arlequina em “Esquadrão suicida” (2016), a atriz australiana, além de viver Barbie, é produtora do longa cor-de-rosa.

Foi Margot quem convidou Greta Gerwig para a empreitada. A diretora e roteirista revelou ao jornal The Guardian que sentiu receio em aceitar o convite. Contou também que tinha o sonho de trabalhar com Margot Robbie e, durante as reuniões, acabou “se apaixonando” pelo projeto.

Greta escreveu o roteiro em parceria com o marido, Noah Baumbach. Surpreendeu o público com uma história feminista e ao escolher Ryan Gosling para viver Ken, o eterno par romântico de Barbie.

Conhecido por seus personagens sérios e introspectivos, seria a oportunidade de introduzir Gosling no mundo da comédia, apostou Greta Gerwig. 
 

Ao podcast Smart Less, a diretora revelou que se divertia com as participações dele no programa de humor “Saturday Night Live” e queria escrever um personagem para Ryan.

O ator aceitou prontamente o desafio. “Alguns atores sabem ser engraçados, sempre senti isso sobre Ryan Gosling. Sou fã de todas as suas esquetes no SNL”, disse Gerwig.
 
Saoirse Ronan em cena do fime Lady Bird

'Lady Bird', com Saoirse Ronan, fez de Greta Gerwig a quinta mulher indicada ao Oscar de direção na história do cinema

IAC/divulgação
 

Estrela do mumblecore

“Barbie” é divisor de águas para a cineasta e roteirista americana, de 39 anos. Ela começou sua carreira como atriz, no longa “LOL” (2006), de Joe Swanberg. Logo se tornou figura de destaque do mumblecore, subgênero do cinema alternativo e de baixo orçamento norte-americano.

Em 2017, Greta fez história como a quinta mulher indicada ao Oscar de direção, com “Lady Bird”. A produção custou US$ 10 milhões e somou US$ 79 milhões de bilheteria.

Dois anos depois, ela recebeu seis indicações ao prêmio com “Adoráveis mulheres”, que ganhou a estatueta de melhor figurino. Custou US$ 40 milhões e lucrou US$ 206 milhões nas salas de cinema.

“Barbie” custou US$ 145 milhões,  orçamento 14 vezes maior do que o de “Lady Bird” e o triplo do custo de “Adoráveis mulheres”.

Dizendo “não ter mais ideias” para a sequência passada na Barbielândia, Greta está confirmada em dois longas do universo de “Crônicas de Nárnia”, da Netflix, e trabalha como corroteirista da versão live-action de “Branca de Neve”, da Disney, prevista para estrear em 2024.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria