Cantor e compositor Elton John

Com carreira brilhante nos palcos, Elton John se eterniza com sucessos mundiais, como "Rocket man"

Oli SCARFF/AFP

Estocolmo, Suécia – Fãs do mundo inteiro assistiram no sábado (8/7), na Suécia, ao último show oficial de Elton John, que se despediu após meio século nos palcos. "Tocar para vocês foi minha razão de viver, e vocês foram absolutamente magníficos", disse o astro, de 76 anos, ao público que lotou a Arena Tele2, em Estocolmo, para ver a turnê “Farewell yellow brick”.
 
Elton John sentou-se ao piano depois das 20h local, sob aplausos de 30 mil pessoas, e abriu sua apresentação com um de suas canções mais populares: "Bennie and the jets", seguido de "Philadelphia freedom" e "I guess that's why they call It the blues".

FÃS "Sou uma grande fã há 20 anos. Tudo começou quando vi 'O Rei Leão' pela primeira vez", contou a estudante polonesa Kate Bugaj, de 25, que adiou suas provas do mestrado para se despedir do ídolo. Por mais de duas horas, Elton John intercalou canções com momentos em que, levantando-se do piano, agradecia a seus fãs, músicos e equipe, alguns de cujos integrantes o acompanham há mais de 40 anos.
Antes do bis, o cantor compartilhou uma mensagem da banda Coldplay (que se apresentava na mesma noite em Gotemburgo), na qual o cantor Chris Martin lhe agradecia por sua carreira e seu comprometimento.
 
A Arena Tele2 recebeu o astro britânico pela segunda noite consecutiva, no último show desta turnê de encerramento, que começou há cinco anos e foi interrompida pela pandemia e por uma cirurgia em 2021.

HISTÓRICO "Foi incrível. Não tenho palavras", comentou o banqueiro finlandês Anton Phjonen, de 25.
Elton John fez 330 shows com esta turnê, em que percorreu Europa, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido e se apresentou para 6,25 milhões de pessoas no total.
“Farewell yellow brick” é histórica também por quebrar o recorde de mais lucrativa. A receita bruta ultrapassou US$ 900 milhões (R$ 4,4 bilhões). É a maior bilheteria da história, segundo a Billboard Boxscore, seguida pela turnê “The divide”, de Ed Sheeran.
 
Entre os fãs que foram a Estocolmo estava Jeanie Kincer, de 50 anos, procedente de Kentucky, Estados Unidos. "Eu queria estar aqui no fim, porque era muito jovem para estar no começo", explicou.
Para a ocasião, Jeanie vestia uma cópia quase perfeita da roupa que Elton John escolheu para seu primeiro show em Estocolmo, em 1971: short vermelho com suspensórios e camiseta vermelha, amarela e marrom.
 
"Estou triste por ele estar se aposentando, mas é bom que ele possa aproveitar seus últimos anos", disse a fã americana. "Sei que ele continuará tocando de vez em quando, que fará novas músicas, então ainda há o que esperar."

CARREIRA John é dono de cinco Grammy, cinco Brit Awards, dois Oscar, dois Globo de Ouro e um Tony, além do título britânico de Sir desde 1996 e é tido como uma das figuras mais influentes do rock e na luta pelos direitos LGBTQIA+ na Inglaterra.
 
O artista veio ao Brasil pela primeira vez a passeio, no carnaval de 1978, acompanhado de Rod Stewart. Voltou em 1995 para sua primeira leva de shows, em São Paulo e no Rio de Janeiro, depois que a vinda em 1992 foi cancelada. Ele retornou para outras apresentações em 2009, 2011, 2013, 2014 e 2017.
Quando anunciou a despedida dos palcos, disse que o motivo era que queria mais proximidade com a família –John tem dois filhos, de 10 e de 12 anos, com o marido, o cineasta David Furnish.
O fim das turnês não é, porém, um hiato na carreira. John afirmou que pretende continuar a lançar músicas novas. (AFP e Folhapress)