Em seu escritório, com estante de livros ao fundo, Francisco Iglésias sorri para a câmera

Francisco Iglésias deixou obra memorável sobre a economia e a política de Minas e do Brasil

Evandro Santiago/EM/D.A Press

Em celebração ao centenário de nascimento do historiador Francisco Iglesias (1923-1999), a Faculdade de Ciências Econômicas (Face) e o Centro de Desenvolvimento de Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizam, nesta quinta-feira (27/4), o Seminário Francisco Iglesias, 100 anos, no auditório da Face, no câmpus da Pampulha.

Com presença da reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, a sessão de abertura se iniciará às 9h30, com a participação da diretora da Face, Kely César Martins Paiva, do diretor do Cedeplar, Frederico Gonzaga Jayme Júnior, e de João Antonio de Paula, coordenador do seminário e curador.

Intelectual de destaque, o mineiro Francisco Iglésias lançou mais de uma dezena de livros, escreveu centenas de textos para publicações acadêmicas e cerca de mil artigos para jornais e revistas. Professor da Face, participou de momento fundamental da instituição, contribuindo para que, sob a liderança de Yvon Leite de Magalhães Pinto, se constituísse o centro de excelência de ensino e pesquisa em ciências sociais aplicadas.

"História da Humanidade"

Iglésias teve atuação intelectual de destaque em organismos culturais brasileiros e internacionais. Foi o único convidado do Brasil a contribuir para a segunda edição da “História da Humanidade”, lançada pela Unesco.

São temas centrais da obra de Francisco Iglésias as trajetórias econômica e política do Brasil e de Minas Gerais. Ele se dedicou também à história das ideias e à historiografia brasileira.

Professor de amplas leituras e afinidades eletivas, foi influenciado pela excelência do estilo e a pesquisa de Joaquim Nabuco, Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda. No plano da historiografia estrangeira, recebeu influências de Lucien Febvre e Marc Bloch, os fundadores da Escola dos Annales.

Adotando a perspectiva difundida por Febvre e Bloch, Iglésias trabalhou a história em permanente interação com as outras ciências humanas e sociais, além da literatura. Influenciou três gerações de economistas, historiadores e pesquisadores mineiros.

Entre seus diversos livros, destaca-se “Historiadores do Brasil”, no qual analisou o trabalho dos historiadores brasileiros, desde o início da colonização. O intelectual morreu aos 75 anos, em fevereiro de 1999, de insuficiência renal e cardíaca.

Programação

O Seminário Francisco Iglésias, 100 anos será aberto amanhã, às 9h30, e se estenderá até as 17h30.

A primeira mesa, “Francisco Iglésias: 1923-2023”, se iniciará às 10h e será coordenada por Amílcar Viana Martins Filho, historiador, cientista político, ex-deputado estadual e membro da Academia Mineira de Letras (AML). São expositores o historiador Fernando Novais, professor emérito da USP; Angelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito de Ouro Preto e integrante da AML; e o curador João Antonio de Paula, professor da UFMG.

“Francisco Iglésias, o historiador e o professor” será o tema da segunda mesa, que se iniciará às 14h sob coordenação de Vera Alice Cardoso da Silva, professora da UFMG. São expositores Caio César Boschi, professor titular do Departamento de História da PUC Minas, e Eliana Regina de Freitas Dutra, professora do Programa de Pós-graduação em História da UFMG.

A conferência de encerramento, “Francisco Iglésias – O historiador e a literatura”, às 17h, será coordenada por Rogério Faria Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras, com exposição do escritor, crítico literárioe ensaísta Silviano Santiago, integrante da AML.

SEMINÁRIO FRANCISCO IGLÉSIAS, 100 ANOS
• Nesta quinta-feira (27/4), a partir das 9h30, no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG
• (Avenida Presidente Antônio Carlos, 6.627, Pampulha)