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Estado de Minas MÚSICA

Homenagem a Gilberto Gil fecha hoje edição 2022 do Sarau Minas Tênis Clube

Violeta Lara se apresenta nesta segunda (24/10), acompanhada de banda na qual tocam seu pai e seu irmão; o coletivo V.A.D.I.A.S fará participação especial


24/10/2022 04:00 - atualizado 24/10/2022 09:43


Vestida de preto, de pé no camarim, Violeta Lara sorri para a câmera
Fã do cantor e compositor baiano desde criança, Violeta Lara espera que ele note seu trabalho (foto: Orlando Bento/Divulgação)


Gilberto Gil pode até nem saber, mas ele foi muito presente e importante na vida da cantora e compositora mineira Violeta Lara. Aos 11 anos, mesmo sem ter plateia e palco, a menina se entregava de corpo e alma ao cantar e dançar “Ladeira da preguiça”, “Palco”, entre outras canções do baiano.

“As músicas do Gil têm essa coisa de serem dançantes e terem suingue próprio. Ao mesmo tempo, são muito poéticas e trazem temáticas importantes, como a inserção social dos negros, a espiritualidade e a ancestralidade”, pontua a cantora, de 33 anos.

A poética e o suingue que formaram a essência artística do baiano conquistaram Violeta de maneira muito rápida. Cada música nova que ela ouvia, era uma descoberta. Assim, não demorou para que Gilberto Gil se tornasse um de seus maiores ídolos.

É em homenagem a ele que ela apresenta, nesta segunda-feira (24/10), show no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. A apresentação encerra a sexta edição do Sarau do Minas Tênis Clube, que tem como objetivo dar espaço para novos intérpretes da música popular brasileira.

A iniciativa estabelece que os músicos apresentem propostas de shows com repertório de artistas consagrados. “Já teve gente que cantou Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia. É legal, porque isso é uma forma de atrair o público para as apresentações também”, diz Violeta.

REPERTÓRIO 
A escolha do repertório - que é entregue à organização junto com a inscrição -, no entanto, foi uma dificuldade imensa para Violeta. Das quase 800 músicas escritas por Gil ao longo de sua carreira - o artista completou 80 anos neste 2022 -, ela precisou escolher apenas 14.

“Foi difícil demais da conta. Depois que me inscrevi, cheguei a pedir para alterar o repertório algumas vezes”, comenta, rindo. “Mas eu pensei em selecionar músicas de diferentes momentos do Gil e que trouxessem essas abordagens dos negros, espiritualidade e ancestralidade, que conversam muito com o que temos vivido nos dias de hoje.”

Em um primeiro momento, a proposta de Violeta pode parecer uma das tantas homenagens que o músico baiano recebeu pela chegada aos 80 anos, em junho passado. Entretanto, a ideia da apresentação já havia sido concebida há algum tempo pela cantora.

FAMÍLIA No palco, acompanham a cantora os músicos Samy Erick (violão), Camila Rocha (baixo), Pedro Jet Campos (percussão) e Jairo de Lara (saxofone e flauta). Os dois últimos são, respectivamente, irmão e pai de Violeta.

Foi o pai da cantora quem a inseriu no universo da música. Tendo um estúdio em casa porque trabalhava com publicidade, Jairo tinha que gravar um jingle, mas não estava encontrando a voz ideal. Ele chegou para a filha, que na época tinha 11 anos, mostrou o jingle e falou de maneira despretensiosa: “Vi, canta essa música aqui só para eu ver como ela fica em uma voz feminina?”.

Pronto. Ali Jairo achou a voz ideal que estava procurando. Violeta terminou de cantar o jingle já dentro do estúdio, com os microfones ligados e o botão de rec apertado.

A primeira apresentação que Violeta fez na vida também foi com o pai. Era um evento promovido pela escola em que ela estudava, no ano seguinte à primeira gravação do jingle. No palco, Violeta e Jairo - que a acompanhou ao violão - desfilaram um repertório de sucessos da MPB.

“O pessoal gostou”, comenta a cantora. “No dia, inclusive, estava lá a diretora de uma outra escola, que me chamou para cantar em evento parecido promovido pela escola dela”, conta.

Assim, Violeta criou uma espécie de cena infantil própria, tocando na escola onde estudava, na dos irmãos e em outras da cidade. Profissionalmente, no entanto, começou aos 16 anos, também ao lado do pai e do irmão. Eles se apresentaram n’A Casa de Cultura. No repertório, clássicos da MPB e, claro, Gilberto Gil.

V.A.D.I.A.S 
Paralelamente às apresentações solo, Violeta integra o coletivo feminino de música V.A.D.I.A.S (sigla para Verdadeiras Autênticas com Direitos Iguais Aos Seus). O grupo conta ainda com as cantoras Natália Sandim, Jess e Pri Glenda.

No show desta segunda, as colegas do V.A.D.I.A.S farão uma participação especial. “Serão duas participações: a das meninas do coletivo e do Pedro Morais. Com as meninas, vamos cantar ‘Na barra da saia’, uma música que é de nossa autoria”, adianta Violeta.

Com projeto para lançar EP de músicas autorais no próximo ano, Violeta revela que sua faceta para compor só começou a aflorar de quatro anos para cá. “Quando eu tinha uns 9 anos, costumava passar férias na casa de uma prima em Divinópolis. Lá, a gente compunha muita coisa. Mas eram músicas infantis, coisa de criança. Depois disso, nunca mais compus nada. Fiquei anos sem fazer nada autoral, até que há cerca de quatro anos me veio inspiração para compor”, diz.

Fã confessa de Gilberto Gil, Violeta espera que um dia essa homenagem possa chegar até o ídolo e, em consequência disso, conhecê-lo pessoalmente.

“Nunca me encontrei com ele. Já fiquei na cara do gol, quando ele fez um show em Inhotim. Fiquei bem na frente, olhando nos olhos dele. Foi a única vez. Quem sabe esse meu trabalho não possa chegar até ele e, assim, ele me note”, conclui bem-humorada.

VIOLETA LARA CANTA GILBERTO GIL
Nesta segunda-feira (24/10), às 20h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos à venda pelo site Eventim, por R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia). Mais informações: (31) 3516-1360.
 

 










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