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Estado de Minas CINEMA

Gerard Butler luta para provar inocência sua em "Caça implacável"

No thriller que estreia nesta quinta (13/10), ele vive homem suspeito pelo desaparecimento da esposa que decide procurar sozinho pelos verdadeiros bandidos


13/10/2022 04:00 - atualizado 12/10/2022 19:20

Com expressão tensa, ator Gerard Butler aponta arma em cena de 'Caça implacável'
Lançado em julho passado nos Estados Unidos, longa-metragem de Brian Goodman chega hoje às salas brasileiras (foto: Diamond Films/Divulgação)

LUCAS LANNA RESENDE

Junte todos os velhos clichês dos thrillers hollywoodianos que flertam com a ação: uma mulher desaparece misteriosamente; a principal suspeita recai sobre o marido; acasos da trama fortalecem a desconfiança dos demais personagens em relação ao marido; o bandido tem nome e traços latino-americanos; o marido enfrenta sozinho tudo e todos, a fim de encontrar a esposa desaparecida; socos, pontapés e tiros são dados para tudo que é lado; e, claro, explosões. 

O resultado desse rebuliço de lugares-comuns será, provavelmente, “Caça implacável”, longa de Brian Goodman, com roteiro assinado por Marc Frydman (“Borboleta negra”), que estreia nesta quinta-feira (13/10) em mais de 450 salas brasileiras.

Estrelado por Gerard Butler (“300”, “Invasão à Casa Branca”) e Jaimie Alexander (“Ponto cego” e a franquia “Thor”), o filme acompanha a busca obsessiva de Will Spann (Butler), profissional bem-sucedido do ramo imobiliário, por sua esposa Lisa (Alexander), que desaparece durante uma parada que eles fazem em um posto de gasolina à beira da estrada ao longo de uma viagem. Ela sai do carro para comprar um lanche numa lojinha de conveniências e não volta mais. Some em plena luz do dia.

Embora sejam nítidas as semelhanças com “O silêncio do lago” (1988), de George Sluizer, que também acompanha a busca obsessiva de um rapaz por sua namorada que desaparece em um posto de gasolina, elas param por aí.

Diferentemente do casal protagonista do longa de Sluizer, Will e Lisa não vivem seus melhores momentos. O motivo da viagem dos dois, inclusive, é para que Lisa fique um tempo na casa dos pais, a fim de refletir se deseja continuar vivendo com Will. 



Por meio das lembranças do protagonista, entretanto, surgem indícios de que a mulher não tem muito interesse em manter o casamento. Pedidos dela para “dar um tempo” na relação foram recorrentes e ainda reverberam na memória de Will. No entanto, a maior prova de que ela não quer continuar com o casamento talvez seja sua traição, revelada logo no início do filme. 

Não demora muito para a polícia entrar no caso. Em conversa com o delegado (interpretado por Russell Hornsby), Will conta sobre a traição da mulher, diz ganhar bem no ramo imobiliário e, respondendo ao investigador, confirma que sua esposa tem um seguro de vida que vale “alguns milhões”.

Essa foi a deixa para que a polícia começasse a considerá-lo como principal suspeito. “Um homem traído, que sempre foi fiel à esposa e que, com a morte dela, vai receber alguns milhões”, resume as suspeitas da polícia. Sentindo-se abandonado, Will decide fazer a investigação por conta própria e, na base de muita porrada, expõe o despreparo das autoridades para lidar com desaparecimentos.

Pancadaria  

Depois de obter à força as gravações das câmeras de segurança do posto de gasolina, Will identifica a última pessoa que falou com Lisa antes de seu desaparecimento e, a partir daí, o mentor do sequestro. 

O roteiro não explica a desenvoltura de um agente do ramo imobiliário para lidar com a situação. Não há menção a algum passado militar (ou de gângster) de Will, que surge como a personificação de um tipo de herói da masculinidade.

Lisa, por sua vez, tem um verniz da mulher realista. É autônoma, decidida e independente. No entanto, a presença da personagem na história responde à antiga cartilha romântica, na qual a mulher é um ser frágil, que precisa ser salva pelo herói e a ele será grata, indo na contramão do discurso que Hollywood vem procurando incentivar mais recentemente.

Esse não é o único clichê do filme. O diretor abusa da câmera na mão ao mostrar conflitos, utiliza o famigerado chiado de uma chaleira quando os nervos dos personagens estão à flor da pele e lança mão de cores frias para fortalecer o clima de suspense.

Há ainda fragilidades na trama que acabam confundindo o espectador, como as mensagens anônimas recebidas por Lisa momentos antes de desaparecer, e personagens totalmente dispensáveis, um traficante de metanfetamina que perambulando pela fábrica clandestina da droga vestindo apenas cueca.

Lançado em julho passado nos EUA e incorporado ao catálogo local da Netflix no início deste mês, “Caça implacável” foi muito mal avaliado no Rotten Tomatoes, agregador de críticas que exerce grande influência na carreira comercial das produções norte-americanas. Na plataforma, o longa de Goodman ficou avaliado em 17% (filmes considerados bons pela plataforma recebem avaliação superior a 60%).


“CAÇA IMPLACÁVEL”
(EUA, 2022, 95 min, de Brian Goodman, com Gerard Butler, Jaimie Alexander, Russell Hornsby e Ethan Embry). Classificação: 14 anos. Em cartaz no BH Shopping, Big, Boulevard, Cidade, Contagem, Del Rey, Diamond, Estação, Itaú, Minas, Norte, Partage, Pátio Savassi e Via Shopping. Horários disponíveis nos sites dos respectivos shoppings.


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