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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Elizabeth II, a esfinge pop que filmes e séries tentaram revelar

Discreta e ciosa de sua intimidade, soberana britânica estrelou, à sua maneira, a premiada 'The crown' e 'A rainha', que rendeu vários prêmios a Helen Mirren


09/09/2022 04:00 - atualizado 09/09/2022 14:55

Claire Foy como a jovem Elizabeth II, sentada na escrivaninha, na serie The crown
A jovem Elizabeth II (Claire Foy) enfrenta o desafio de reinar nas primeiras temporadas da série "The crown" (foto: Stuart Hendry/Netflix)

Da Lilibet criança em “O discurso do rei” à ex-sogra insensível de “A rainha”, Elizabeth II, morta ontem, aos 96 anos, foi retratada em filmes e séries inúmeras vezes ao longo de sua vida.


A própria rainha pode ter ajudado a catapultar sua figura ao mundo da cultura pop ao fazer o primeiro discurso televisionado de um monarca do Reino Unido, há mais de 60 anos, no Natal de 1957. Desde então, ela fala à nação todo fim de ano, presença constante e familiar atravessando guerras.

Helen Mirren no papel de Elizabeth II, envelhecida, usando óculos e lendo jornal
A experiente Elizabeth II (Helen Mirren) enfrenta crise diante da espetacularização da morte de Lady Di, no filme ''A rainha'' (foto: Laurie Sparham/divulgação)

Na mira dos tabloides

A cobertura incessante dos tabloides ingleses sobre as polêmicas de sua família ajudou a potencializar o interesse dos britânicos e do mundo pela vida privada dos moradores do Palácio de Buckingham e adjacências, culminando na celebridade planetária da princesa Diana nos anos 1980 e 1990 e de seus filhos, William e Harry, e respectivas esposas, Kate e Meghan, nos anos 2000 e 2010.

A geração real mais recente parece ter entendido que, no mundo hiperconectado, sua privacidade não poderia mais ser ferozmente guardada e teria de ser cuidadosamente gerenciada, à moda dos influencers.

Assim, os núcleos de William e Harry oferecem aos seguidores imagens e vídeos dos principais eventos de suas vidas – noivado, casamento, nascimento dos filhos, primeiro dia da escola das crianças – e dão entrevistas sobre saúde mental. A estratégia, assim como para as celebridades em geral, resulta em menos poder dos paparazzi e em imagem mais humana e próxima.

Mas Elizabeth nasceu em 1926. Nos discursos, sempre destacou que seu dever é servir à nação, mas não parece jamais ter pensado que isso incluísse revelar qualquer aspecto da sua intimidade.

Nos EUA, a família real britânica foi vista durante muito tempo apenas como uma gente esquisita e formal que toma chá e gosta de cavalos, aparecendo de vez em quando em esquetes humorísticos grosseiros. Mas nas últimas décadas, Hollywood viu um filão mais sério a ser explorado na vida de Elizabeth.

Com a rainha ainda viva, porém, surgia um problema: poucos a conheciam intimamente; e, entre os que estão nessa posição, quase ninguém está autorizado ou disposto a falar. O resultado disso é que muito do que se vê nos filmes e nas séries que retratam passagens da vida da rainha é fantasioso.

Ainda que os fatos históricos sejam respeitados, diálogos entre a soberana, seu marido e seus filhos, com Winston Churchill e outros premiês, são, na melhor das hipóteses, reconstruídos a partir de relatos em terceira mão, se não 100% inventados.

Assim, a Elizabeth das telas é uma espécie de esfinge, mais ou menos dura e formal a depender do roteiro e do diretor. Em “A rainha”, ela demora demais a perceber a proporção que a adoração a Diana iria adquirir com a morte da (ex) princesa.

Já em “The crown”, série da Netflix, a rainha é mais nuançada; responsável por algumas modernizações no papel da família real, ela é capaz de alguma emoção e amizade, ainda que seja puxada por alguns membros da família para o passado e instada a manter tradições ultrapassadas.

As quatro temporadas da série foram, com alguns pulos no tempo, da coroação de Elizabeth à chegada da futura princesa Diana à família, explorando no caminho o casamento da soberana, a relação com Churchill e suas reações a eventos históricos. Por vezes tomando grandes liberdades artísticas, o seriado gerou todo um segmento de apurações jornalísticas para checar o que é e o que não é verdade nos episódios.

Não se tem notícia de que ela tenha opinado sobre as obras baseadas em sua vida, para aprová-las ou reprová-las, nem para corrigir eventuais erros factuais. A exceção é “O discurso do rei” – filme no qual o personagem principal é seu pai, George VI –, que, de acordo com relatos, teria emocionado a monarca.

Meme com 007


Leia mais: https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2022/09/09/interna_cultura,1392370/elizabeth-ii-a-esfinge-pop-que-filmes-e-series-tentaram-revelar.shtml

Há indícios, no entanto, de que ela tinha senso de humor. Em uma espécie de meme dela mesma, apareceu no filmete dirigido por Danny Boyle exibido na abertura das Olimpíadas de Londres, em 2012, com Daniel Craig no papel do agente secreto James Bond, no qual ele pula de paraquedas.

Os fofos cachorros corgi da rainha também aparecem no vídeo das Olimpíadas, assim como em outros filmes e séries sobre Elizabeth II. A fama da rainha mais pop da história é tamanha que se estendeu até os bichinhos: eles ganharam seu próprio filme de animação, "Corgi: Top dog", em 2019.

Acesse o site: https://em.com.br / https://uai.com.br

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#rainha #elizabeth #Londres #Olímpiadas" />

Há indícios, no entanto, de que ela tinha senso de humor. Em uma espécie de meme dela mesma, apareceu no filmete dirigido por Danny Boyle exibido na abertura das Olimpíadas de Londres, em 2012, com Daniel Craig no papel do agente secreto James Bond, no qual ele pula de paraquedas.

Os fofos cachorros corgi da rainha também aparecem no vídeo das Olimpíadas, assim como em outros filmes e séries sobre Elizabeth II. A fama da rainha mais pop da história é tamanha que se estendeu até os bichinhos: eles ganharam seu próprio filme de animação, “Corgi: Top dog”, em 2019.

Do punk ao rock

Duas das bandas inglesas mais influentes da história fizeram canções sobre Elizabeth II. Em “God save the queen”, dos punks Sex Pistols, é chamada de fascista – Johnny Rotten canta, sobre guitarras distorcidas, que ela não é um ser humano. Já os Beatles – mais especificamente Paul McCartney – gravaram “Her majesty”, escondida no final do disco “Abbey Road”. “Sua Majestade é uma garota legal, mas não tem muito a dizer”, canta Paul.


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