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Estado de Minas 24 HORAS DE CULTURA

Virada de BH começa hoje, deixa de priorizar a música e adota novo perfil

Evento começa às 19h deste sábado (3/9) e vai até a noite de amanhã. Programação reduz shows e aposta na ocupação lúdica do espaço urbano


03/09/2022 04:00 - atualizado 03/09/2022 08:11



Um reencontro de Belo Horizonte consigo mesma. E da população com a potente e diversa produção artística local. Essa é a proposta da edição 2022 da Virada Cultural, que ocupará diversos pontos da região central da cidade neste sábado (3/9), a partir das 19h, com atividades gratuitas que se estenderão até a noite de domingo (4/9).

Os principais polos da programação serão a Praça da Estação, o Parque Municipal, as ruas Guaicurus e Aarão Reis, o Viaduto Santa Tereza e a Praça Sete. A novidade é que no percurso entre os palcos serão realizadas diversas ações, como exposições de artes visuais e de mobiliário, intervenções, instalações, discotecagens e performances artísticas.
 
Fernanda Takai olha para a câmera
Fernanda Takai, atração no Parque Municipal, destaca o Dia da Amazônia e a defesa da Serra do Curral (foto: Weber Pádua/Divulgação)
A música se mantém como espinha dorsal da Virada, mas ganham destaque outras atividades – de práticas esportivas lúdicas a projeções e instalações sensoriais, passando por desfile de moda, campeonato de karaokê, roteiro gastronômico, dança, teatro e folguedos populares.

O palco montado na Praça da Estação, catalisador da programação em edições anteriores, foi pensado, neste ano, dentro do contexto de ocupação daquele espaço, com iniciativas fora do âmbito musical. 

Eliane Parreiras quer estimular o reencontro com a cidade

A secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, diz que o intuito é estimular a retomada do espaço público neste momento em que o quadro epidemiológica já permite o reencontro e a interação das pessoas.

“Passa pela experiência de viver a cidade de maneira mais próxima, com sensação de pertencimento, de poder ocupar. Especialmente a região central, intensificando a fruição do território de um jeito a que não estamos acostumados no dia a dia. A principal característica da Virada Cultural 2022 é essa”, aponta.

Ela destaca, além da música, intervenções urbanas e ações nos trajetos entre os palcos. “Há o fortalecimento do aspecto do patrimônio, da descoberta da arquitetura”, ressalta. “A Virada se torna festival multiáreas.”

Na esfera dos shows-âncora, Eliane Parreiras considera que devem ter mais apelo de público Clara x Sofia e Lamparina, hoje à noite, na Praça da Estação; Mac Julia e Paige, no palco da Rua Guaicurus; Fernanda Takai, no Parque Municipal, amanhã à tarde; e Flávio Renegado convidando Sandra de Sá, na Praça da Estação, no encerramento, domingo à noite.
 

Fernanda Takai destaca importância da luta ambiental

Com show marcado para as 17h30 de domingo, dentro da programação do Dia da Amazônia, Fernanda Takai observa que a Serra do Curral está na pauta desta data, que chama a atenção do público para a questão ambiental.

“Estar justamente no palco do Festival Amazônia me dá felicidade e uma responsabilidade grande sobre o papel que tenho como artista e cidadã. A Virada mobiliza muita gente, é oportunidade para mostrarmos a importância da arte e cultura na vida das pessoas”, ressalta.

O show que ela leva para a Virada é o mesmo com que tem circulado, baseado em seu trabalho solo, porém um pouco mais compacto. A cantora saúda o fato de esta edição ter o foco voltado para a produção artística de Belo Horizonte.

“A Virada nos mostra como a cidade tem representantes diversos que podem oferecer ao público a amplitude de estilos e emoções que estávamos sentindo muita falta de compartilhar ao vivo. A data vai deixar claro que somos sobreviventes, apesar de tempos tão obscuros em nosso país”, pontua.
 
Flávio Renegado olha para a câmera
Flávio Renegado fecha a Virada, na Praça da Estação, e promete show animado ao lado de Sandra de Sá (foto: Catavento Cultural/Divulgação)
 

Renegado recebe a 'ídola' Sandra de Sá

Morando no Rio de Janeiro desde 2019, Flávio Renegado levará para o palco da Praça da Estação o show que apresentou no final de agosto, comemorativo dos 10 anos de seu álbum “Minha tribo é o mundo”.

“O repertório muda um pouco para receber a Sandra de Sá, mas, de resto, é o show no Catavento Cultural, também com a homenagem a Elza Soares. Só que agora para um grande público e com esta participação luxuosíssima. Estamos preparando números maravilhosos”, afirma.

Sobre a convidada, ele diz que se trata de uma paixão que o acompanha ao longo da vida. “Minha mãe sempre foi grande fã da Sandra de Sá. Cresci ouvindo ‘Olhos coloridos’, ‘Joga fora’, ‘Bye bye tristeza’. Me identifico muito com ela pela movimentação no palco, pela interação com o público. Somos ambos inquietos, então o pessoal pode se preparar porque vai ter muita dança”, destaca.

Fechar a programação da Virada 2022 é uma responsabilidade e motivo de alegria. “Estou muito feliz e honrado por ser o headliner deste festival maravilhoso. Minha família vai estar lá, meus amigos também, a galera que curte meu som. Vai ser lindo. Vou ser o cara mais feliz da cidade na noite de domingo”, diz.
 
Sentada no sofá, Eliane Parreiras sorri para a câmera
Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura de BH, destaca parcerias da Virada 2022 com festas, festivais e ativistas do setor da cultura (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)
 
 
A secretária Eliane Parreiras enfatiza o enfoque nas parcerias.  “Buscamos o fortalecimento da atuação em rede, agregando festivais, coletivos e até espaços da cidade. Recentemente, o Festival Verbo Gentileza, o Festival Rolé e o Savassi Festival trabalharam em ação conjunta. Isso é movimento da sociedade civil, atuação em rede que a Virada também incorpora”, diz.

Ao longo de 24 horas, haverá festas e festivais com respectivos recortes. É o caso das festas Masterplano, @bsurda e Transa!; dos festivais Azeda, Sonora e BH Stone; do Dia da Amazônia; do Verbo Gentileza e do Rolé.
 
Homem joga bola, na rua, cercado de pessoas fantasiadas durante o jogo gaymada
A divertida Gaymada está de volta, unindo diversão e luta contra a intolerância (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press/2019)

Movimentos sociais ganham destaque na agenda

Paula Senna, que integra a equipe de curadores da Virada de BH, ressalta o convite à fruição do território urbano, com a requalificação de espaços de grande fluxo cotidiano.

“A Virada sempre foi muito marcada pela música. O diferencial desta edição é que ela deixa de ser prioridade em prol da experiência com a cidade, com as intervenções urbanas. Não teremos mais na Praça da Estação aquele grande palco, aquela estrutura com foco em um show”, informa.

Os movimentos sociais que ao longo dos anos vêm fazendo uso daquele espaço – Praia da Estação e Cia. Toda Deseo, com o Campeonato Interdrag de Gaymada – serão os agentes dessa reconfiguração, aponta.

Paula destaca o “Viradão Gastronômico”, com 26 estabelecimentos tradicionais comercializando bebidas e cardápios exclusivos; desfile de moda com diferentes corpos nos arcos do Viaduto Santa Tereza; e criação de tapetes de serragem com inspiração de matriz africana.

Cerca de 1,2 mil grupos e artistas da capital responderam ao chamamento da Secretaria Municipal de Cultural – 100 foram selecionados para a programação da Virada.

“Muito do que orientou a seleção foram as próprias políticas públicas da cidade, o fato de estarmos atentos ao que acontece em todos os territórios da região metropolitana. Também adotamos critérios de gênero e raça, de diversidade, de diferença entre os artistas e coletivos, além da questão da originalidade, do ineditismo e de alinhamento com essa ideia de ocupação”, ressalta.

VIRADA CULTURAL DE BH 2022
Das 19h deste sábado (3/9) às 19h de domingo (4/9). Entrada franca. A programação completa pode ser conferida em http://portalbelohorizonte.com.br/virada


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