Comediante Esse Menino veste vestido rosa e fala ao microfone no palco. Ao alto vê-se coração prateado

Após conquistar a internet com a "Pifaizer", Esse Menino mostra seu "teste Pokémon" nos palcos

Oruê Brasileiro/divulgação

''Acabo falando da forma com que as pessoas da comunidade LGBTQUIAP se identificam. Por exemplo, quando falo sobre sexo ou romance, falo sobre a vivência de dois rapazes transando''

Esse Menino, comediante



Depois de viralizar na internet com o vídeo da “Pifaizer”, que se transformou em meme no auge do confinamento pandêmico, o jovem ator conhecido como Esse Menino traz a Belo Horizonte seu show solo. O comediante vai se apresentar nesta sexta-feira (2/9) à noite, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com abertura da Babu Carreira.

Esse Menino tem 26 anos. Em 2019, deu os primeiros passos na comédia, por meio das redes sociais. “Comecei a trabalhar na internet porque queria ser roteirista. Nesse meio tempo, surgiu essa coisa toda de influencer digital, abrindo portas para as pessoas serem suas próprias empresas”, relembra.

Conversa on-line com "Naro"

Em junho de 2021, o mineiro publicou em seu canal no YouTube o vídeo que chamou a atenção do Brasil, ironizando e-mails não respondidos enviados pela Pfizer ao governo federal, com ofertas da vacina para COVID-19. As frases dele envolvendo “Naro” (leia-se o presidente Jair Bolsonaro) pipocaram em cartazes durante manifestações pelo país.

“Na época, eu me considerava humorista indie, porque falava de assuntos que não eram muito populares. Estava crescendo em ritmo lento, mas bacana, o que achava ótimo. Quando rolou a viralização, não esperava mesmo, tanto que estou horroroso naquele vídeo. Achei que ninguém fosse ver”, revela.

Depois do sucesso na internet e nas mídias sociais, ele aproveitou a onda de popularidade para  consolidar a imagem e a carreira. “Eu me propus a trabalhar. Se o hype, como tudo na internet, fosse passageiro, aproveitaria para trabalhar e conseguir dinheiro”, explica.

Apesar da fama, o comediante prefere manter sigilo a respeito da vida pessoal. Por isso, não revela  seu nome. “Quando comecei a trabalhar na internet, acompanhava pessoas que postavam cada detalhe de suas vidas, sempre fazendo pauta de tudo: relacionamento, vida pessoal, familiares. Quando refleti sobre o que queria oferecer, percebi que conseguiria trabalhar sem ocupar esses lugares. Quis oferecer como moeda de troca apenas o que escrevo”, conta.

Belo-horizontino de Teófilo Otoni

O comediante nasceu em BH, mas se considera natural de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Amanhã, apresenta na capital o stand up “Esse Menino ao vivo”, com 60 minutos. Fala de política, sexo, cotidiano e – claro – viralização.

“Comédia é algo muito autoral, principalmente quando se trata da forma como eu faço, muito ligada à minha imagem. Gosto de falar sobre assuntos cotidianos, o que permite uma variedade imensa: desde besteira, como um pensamento corriqueiro aleatório, a pautas enormes, como política, entretenimento e a sociedade atual”, explica.
 
O espetáculo é resultado do que ele considera a primeira fase de testes, na qual experimentou textos e piadas. Agora relaxado no palco, Esse Menino diz que o show alcançou forma mais refinada e redonda.

“É o show mais gay ao qual as pessoas já devem ter ido. Parte muito da minha perspectiva de vida. Acabo falando da forma com que as pessoas da comunidade LGBTQUIAP+ se identificam. Por exemplo, quando falo sobre sexo ou romance, falo sobre a vivência de dois rapazes transando. Então, é uma viadagem sem fim, o que eu amo”, comenta.

Pokémon na primeira fase

Esse Menino afirma que esse projeto vai se expandir. “Agora é tipo um Pokémon na primeira fase, mas no ano que vem volto com ele maior ainda. Terá a parte 2, na qual venho com piadas novas sobre a mesma estrutura de texto, além de música e dançarinos. Algo meio diva pop. Vai ser muito chique, vou voltar quebrando tudo”, promete.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

“ESSE MENINO AO VIVO”

Nesta sexta-feira (2/9), às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Praça Sete, Centro. Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Informações: (31) 3201-5211.