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Estado de Minas MÚSICA

'Somos um país, graças a Deus, muito brega', diz Sidney Magal

Cantor defende o artista popular, comemora meio século de carreira e tem sua vida contada no teatro e cinema. Neste sábado (2/7), ele faz show em BH


02/07/2022 04:00 - atualizado 02/07/2022 00:23
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Sidney Magal, usando chapéu, olha para a câmera com a mão no queixo
Sidney Magal convida o público para cantar e dançar com ele, neste sábado (2/7) à noite, no Palácio das Artes (foto: Julianna Torres/divulgação)

''A gente se ama com breguice, se veste com breguice, fala nas ruas com breguice. A gente grita no restaurante. Isso é sinal de vida''

Sidney Magal, cantor

 

“Montei um repertório especial para fazer a plateia ferver”, avisa Sidney Magal, que se apresenta neste sábado (2/7), às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. O cantor comemora seus 55 anos de carreira com o show “Bailamos”, com direito a bailarinos no palco, banda completa e, claro, “Sandra Rosa Madalena”, “Me chama que eu vou” e “Meu sangue ferve por você”, entre outros hits.

Magal costuma dizer que canta o que o povo quer ouvir. É assim que aos 72 anos, completados em junho, este carioca radicado em Salvador espalha alegria por onde passa.

Quando lhe perguntam como será o show, lembra que costuma responder: “Olha, se vocês adivinharem que vou cantar ‘Sandra Rosa’, ‘Me chama que vou’, ‘Amante latino’ e ‘Meu sangue ferve por você’, serei obrigado a concordar. É lógico que uso a filosofia, que acho muito válida, de que por mais tempo de carreira que o artista tenha, o público quer sempre ouvir sucessos. E olha que já tenho 55 anos (de palco).”

A rádio do Magal

Ele gosta de chamar seu show de “Rádio do Magal”, pelo fato de incluir músicas de compositores que ouviu a vida inteira. “Artistas de quem sou fã, que curto muito. Resolvi com o meu maestro Caíque Vandera fazer arranjos novos e cantar à minha maneira, ajeitar as músicas deles para mim. Obviamente, dentro dos gêneros que estou acostumado a fazer”, explica. “Faço um show bem comunicativo, pelo fato de todo mundo já conhecer as músicas de sucesso que canto.”

Raramente há inéditas nos shows. E Magal não vê o menor problema nisso. “A canção ‘Um brinde à vida’ é praticamente a única que as pessoas conhecem pouco, embora esteja no Spotify. Feita antes da pandemia, ela não fala exatamente sobre a doença, mas é uma comemoração por termos sobrevivido a toda maluquice que estamos passando”, conta. “Inclusive, é uma composição do meu maestro.”

Entre os compositores do repertório de “Bailamos” estão Rita Lee, Lulu Santos e Tim Maia. “Faço também pot-pourri da Jovem Guarda e as pessoas deliram, cantam muito”, diz.
 
Veja o feat de Sidney Magal e Alexandre Pires no DVD "Bailamos":
 
 

Na área internacional, tem “Pégate”, música de Ricky Martin que ele interpreta em espanhol. “Gosto muito dela. Ouvi algumas vezes pela televisão e a coloquei no show por achar que era a minha cara.”

“Bailamos” tem cerca de 90 minutos. “Vou interagindo com o público e cantando meus sucessos”, afirma. “A novidade é a minha presença e a do meu balé, quatro bailarinos maravilhosos. Inclusive, dois ou três são de BH, porém viajam comigo há bastante tempo. A Camila Lobo dançou comigo na ‘Dança dos famosos’”, destaca, referindo-se à atração dominical da TV Globo. “Eu, os músicos e os bailarinos nos encarregamos de fazer a alegria do pessoal”, diz.

A banda estará completa neste sábado à noite em BH. Magal explica que montou espetáculos em diferentes formatos para atender a eventos corporativos, festas de casamento e shows menores.

Magal e Milton onde o povo está

“Como diz Milton Nascimento, a gente tem de ir onde o povo está. Há convite de uma pequena cidade do interior, por exemplo, e lá não tem aparelhagem muito boa. Mesmo assim, você tem que ir. Vai ficar negando só porque o seu nome cresceu?”, comenta.

Ao analisar seu meio século de carreira, ele destaca a importância da biografia “Sidney Magal muito mais que um amante latino” (Irmãos Vitale), de Bruna Ramos da Fonte, lançada em 2017.

“Tenho orgulho muito grande desse livro. Caramba, sou um artista popular com esse tempo todo de carreira e as pessoas ainda têm prazer de escrever sobre ela. É sinal de que fiz coisas muito importantes mesmo. Nos anos 1970, a gente duvidava um pouco, porque era tanto preconceito com o cantor popular, considerado brega”, relembra.

Cinco décadas depois, Magal está convicto de que o Brasil assumiu a breguice. “Somos um país, graças a Deus, muito brega. A gente se ama com breguice, se veste com breguice, fala nas ruas com breguice. A gente grita no restaurante. Isso é sinal de vida”, defende.

Delírio nas festas de são-joão

Depois da paralisação imposta pela pandemia, os espetáculos presenciais foram retomados, para a alegria do cantor. “Recentemente, fiz um show espetacular em uma cidade do interior baiano, onde tem uma das maiores festas de são-joão do Nordeste. Foi um delírio. Fiz também a Virada Cultural de São Paulo, outro delírio. Quando falo em delírio, quero dizer que é maravilhoso poder contar com o público. Agora sou um senhor, já sou avô. Caramba, tudo está acontecendo tão positivamente... É tão bom, espero que seja assim em 2023 também.”

A aposentadoria do vovô, aliás, está descartada. “Minha voz aguenta ainda uma década”, garante Sidney, dizendo que convites têm chegado com frequência. “Acabei de fazer um comercial maravilhoso para a Caixa Econômica Federal com a Simaria e a Joelma. Você ser chamado para fazer algo, hoje em dia, é a coisa mais importante.”

Ele destaca a importância do fã para o artista que tem mais de 60, 70 anos. “Se o público continua fiel, é lindo. Já fiz shows no Palácio das Artes, é sempre uma vibração, com o pessoal dançando e pedindo bis. Muito bacana. A minha realização é isso”, explica. “Não quero gravar disco novo, com música nova para estourar na parada e ir para a América Latina competir com outros artistas.”

Magal conta que o que o deixa mais feliz é chegar a um lugar e ouvir do contratante: “Quero você de volta aqui no ano que vem”.

“Enquanto estiverem me querendo de volta, estarei com o meu show completo seja em BH ou em todos os lugares do Brasil. Enquanto eu aguentar, claro. De BH parto para São Paulo, onde faço três, em 8, 9 e 15 de julho. Faço de cinco a seis shows por mês, o que é muito legal”, finaliza.

“BAILAMOS”

Show de Sidney Magal. Neste sábado (2/7), às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Inteira: R$ 200 (plateias 1 e 2) e R$ 170 (plateia superior). Meia-entrada na forma da lei. Ingressos adquiridos para o show de 27 de novembro, que foi remarcado, são válidos para hoje e devem ser apresentados na entrada do teatro. Informações: (31) 3236-7400.

Sentado no sofá, Sidney Magal mostra fotos antigas em cena do documentário 'Me chama que eu vou'
Sidney Magal mostra fotos antigas em cena do documentário "Me chama que eu vou", dirigido por Joana Mariani (foto: Vitrine Filmes/divulgação)

MARIA DA PENHA "ENQUADRA" SIDNEY MAGAL

A canção “Se te agarro com outro te mato”, acusada de estimular o feminicídio, saiu do repertório de Sidney Magal. “Não quero ter problemas com a Lei Maria da Penha”, brinca ele. “Na verdade, houve uma polêmica grande na internet por causa dela, então achei melhor não cantá-la, embora seja apenas uma força de expressão, uma ficção. Enfim, é melhor assim, pois evita fadiga”, diz o cantor.


“ONDA MAGAL” TEM MUSICAIS E FILMES

Os atores Filipe Bragança e Giovana Cordeiro olham para a câmera
Filipe Bragança e Giovana Cordeiro, o casal Magal e Magali do filme 'Meu sangue ferve por você' (foto: Mar Filmes/reprodução)
Sidney Magal é o “muso” de vários projetos. A maioria remete a hits que lhe deram fama. “Um deles é para o ano que vem, o filme baseado no título de uma das minhas músicas, 'Meu sangue ferve por você'. O diretor Paulo Machline terminou de filmar no mês passado, em Salvador. Entre os atores estão Emanuelle Araújo, Filipe Bragança e Caco Ciocler”, comenta ele.

Trata-se da história da paixão de Sidney por Magali West, com quem está casado há mais de 40 anos.

“O filme fala esporadicamente sobre a minha carreira, mas fala também dessa relação de amor, uma história muito bonita, que é exemplo para muita gente. Ainda falta terminar algumas pequenas coisas dentro dos estúdios e laboratórios cinematográficos. Graças a Deus, o que já vi do filme está me deixando muito feliz”, elogia.

Outra boa-nova é “Me chama que eu vou” (2022), dirigido por Joana Mariani. “O documentário foi feito em 2021 e terminou no início deste ano. Foi apresentado no Festival de Gramado e ganhou o Kikito de melhor montagem. Fiquei hiperfeliz. Me disseram que até o fim deste ano ele entra em alguma plataforma de streaming”, informa.

Exposição  

Para surpresa do astro, Rodrigo Magalhães, filho dele, está articulando outro projeto. “É uma exposição sobre a vida de Sidney Magal que acontecerá em São Paulo”, adianta. “Terá roupas, programas de TV, desenhos nos quais fiz dublagem e musicais de que participei. Fala sobre a minha vida, o que me deixa muito feliz por saber que tenho material para isso.”

Recentemente, saiu de cartaz o musical “Quero vê-la sorrir”, apresentado no Teatro Claro, no Rio de Janeiro. Márcio Louzada interpretou Magal.

“Ele se baseou no livro da Bruna. Ficou em cartaz durante um mês e meio. Temporada curta, mas com bilheteria esgotada, sessões extras e tudo mais. Fiquei muito feliz também, pois o resultado foi excelente”, diz ele.

Pensa que acabou?

Em São Paulo, vem sendo montado o musical “Sidney Magal, muito mais que um amante latino”. “É uma superprodução. O espetáculo do Rio de Janeiro foi mais modesto, algo para curta temporada. Agora é com uma produtora de São Paulo.  Meu maestro Caíque Vandera já está fazendo a seleção dos cantores, principalmente de quem vai fazer o Sidney Magal. O musical está  prometido para o final do ano. Espero que ele aconteça. Digo que é coisa demais, estou até com medo disso”, diz Magal.


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