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Estado de Minas MÚSICA

Obra de Villa-Lobos é tema de apresentações no Palácio das Artes

Nesta sexta-feira (1º/7) e no sábado, diversos instrumentistas executam repertório do maestro e compositor modernista, com entrada franca ao público


29/06/2022 04:00 - atualizado 28/06/2022 18:46

Com charuto na boca, usando terno e gravata, Heitor Villa-Lobos sorri
Pesquisa para o projeto identificou que Heitor Villa-Lobos (1887-1959) morou no Sul de Minas na adolescência e influenciou músicos locais (foto: O Cruzeiro/Estado de Minas)
A sala Juvenal Dias, do Palácio das Artes, abriga, na próxima sexta-feira (1º/7) e no sábado, o projeto Instrumental Villa-Lobos, no qual diversos músicos mineiros vão interpretar as obras do compositor expoente do modernismo.

Fernando Araújo, Renata Xavier, Celso Faria, Patrícia Valadão e a família Barros são alguns dos nomes que participam do evento, que tem curadoria de Carminha Guerra, proprietária do selo Karmim. Nos dois dias de apresentações, a entrada é gratuita, mediante retirada antecipada de ingressos na bilheteria do teatro.

A curadora explica que o projeto é um desdobramento presencial do Festival Villa-Lobos, realizado também no Palácio das Artes, de forma on-line, em abril passado, como parte integrante da mostra “Percurso modernista” – uma das ações do programa O Modernismo em Minas Gerais, desenvolvido pela Fundação Clóvis Salgado.

“Agora tivemos que condensar, para poder trazer em dois dias só alguns pontos que consideramos importantes na carreira de Villa-Lobos. Convidamos alguns dos músicos que tinham gravado os vídeos exibidos no Festival Villa-Lobos – e que seguem disponíveis no YouTube do selo Karmim. O Instrumental Villa-Lobos é um recorte do que foi o evento de abril, agora com direito a aplausos ao vivo”, diz Carminha.

Ela observa que a montagem da programação foi muito difícil, pela magnitude da obra do homenageado. “De início, a gente fez uma pesquisa de repertório, que não foi nada fácil, porque a obra de Villa-Lobos é enorme e belíssima. Fizemos uma seleção bem variada, com a música para violão, para violoncelo – que foi o primeiro instrumento dele –, para conjunto de câmara, enfim, mostrando várias facetas dessa obra”, aponta.

MINAS GERAIS


Instrumental Villa-Lobos apresenta dois focos significativos, segundo Carminha: a influência do compositor na música mineira e também na música contemporânea, como um todo. Ela destaca que o primeiro aspecto foi trabalhado em parceria com o violonista Celso Faria, que se apresenta no sábado.

“Durante a pesquisa que fizemos, descobrimos que Villa-Lobos morou em Minas quando adolescente, o que é uma novidade, não sabíamos disso. Ele morou no Sul do estado, recebeu influência da seresta e, claro, influenciou os músicos locais. O Celso vai mostrar alguns temas de compositores mineiros que foram altamente influenciados por Villa-Lobos”, diz, citando Carlos Alberto Pinto Fonseca e Ary Barroso.

No que diz respeito à influência do compositor na música contemporânea, a curadora e produtora diz que ela estará expressa nos cinco prelúdios que o violonista Fernando Araújo executa, também no sábado, e, no mesmo dia, na performance de Mauro Rodrigues (flauta) e Enéias Xavier (contrabaixo), que vão tocar prelúdios de Bach, de Villa-Lobos, e também composições de Pixinguinha e Tom Jobim.

“Tom Jobim era viciado em Villa-Lobos. Fui muito amiga da Helena, irmã do Tom, e ela me contava que era até exaustivo o tanto que ele ouvia Villa-Lobos em casa. Mauro Rodrigues e Enéias Xavier vão fazer uma apresentação que estabelece esses paralelos, em um dueto musical diferente, com o casamento incomum dos timbres da flauta e do contrabaixo”, destaca Carminha.

Ela adianta que, na sexta-feira, a ideia é mostrar um pouco de tudo o que Villa-Lobos fez. A pianista Patrícia Valadão, a flautista Renata Xavier, o violoncelista William Neres, a harpista francesa radicada em Belo Horizonte Clèmence Boinot e a família Barros – William Barros (viola), Lucas Barros (violoncelo) e Eliseu Barros (violino) – vão se alternar em diferentes formações, de solo a quinteto.

HARPA 


“Na sexta-feira vamos ter a execução da peça ‘A lenda do caboclo’, que fiz questão de incluir, porque é linda, muito pouco executada e chega com uma formação também pouco usual, com harpa, o que traz uma característica muito diferenciada”, diz a curadora.

Carminha ressalta que o projeto Instrumental Villa-Lobos apresenta uma síntese geral e variada do que seria possível fazer ao vivo no espaço da sala Juvenal Dias. “A gente está feliz demais, porque é uma homenagem não só a Villa-Lobos, como também ao centenário da Semana de Arte Moderna e aos 50 anos do Palácio das Artes. É um momento muito festivo e a gente tem que comemorar”, diz.

O projeto Instrumental Villa-Lobos também vem a público a bordo do programa O Modernismo em Minas Gerais, que percorre o núcleo modernista formado no estado, principalmente Belo Horizonte, a partir da década de 1920, e evidencia a participação dos mineiros no movimento e suas contribuições em nível nacional.

INSTRUMENTAL VILLA-LOBOS
Nesta sexta-feira (1º/7) e sábado (2/7), a partir das 19h, na sala Juvenal Dias, do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, 31.3236-7400). Entrada franca, mediante retirada de ingresso na bilheteria do espaço 30 minutos antes das apresentações. 





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