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Estado de Minas POUSO ALEGRE

Artista do interior de Minas deixa arte na rua para quem quiser levar

Projeto 'Pega lá que é seu' foi criado em 2015. Ele utiliza material reciclável para criar as artes, o que torna o trabalho ainda mais gratificante


20/06/2022 21:05 - atualizado 20/06/2022 21:05

Artes são deixadas em algum lugar da cidade para quem quiser levar para casa
Artes são deixadas em algum lugar da cidade para quem quiser levar para casa (foto: Divulgação / Prado Neto)
“Arte é fazer aflorar aquilo que está dentro de nós”. Com esse pensamento, o artista Prado Neto, do Sul de Minas, iniciou um projeto, ainda em 2015, que foi nomeado ‘Pega lá que é seu’. Nele, o artista cria, escolhe um local, deposita seu trabalho depois de pronto e ajuda alguém.
 
Atualmente morando em Pouso Alegre, Prado Neto deixa peças também em outras cidades da região.
 
E ele utiliza material reciclável para criar as artes, o que torna o trabalho ainda mais gratificante. O objetivo também é atingir um bom número de pessoas.

“Eu percebi que muitas pessoas tinham esse desejo de possuir uma arte. Pessoas às vezes que eu conversava no dia a dia, amigos que tinham esse desejo de ter uma obra de arte, mas não tinham condições de comprar. E foi aí que nasceu essa ideia, de pegar esses materiais que são descartados na rua, como garrafas, madeira, e devolver para a rua de forma poética. Essa é a intenção desse projeto, poder promover a sustentabilidade e beneficiar o maior número de pessoas”, conta Prado Neto.
 
Prado Neto diz ser apaixonado pela arte
Prado Neto diz ser apaixonado pela arte (foto: Divulgação / Prado Neto)
 

Vidas transformadas com o projeto


Depois que deixa a arte em algum canto, Prado aguarda o contato da pessoa que pega a arte, para uma interação.
  
“Já tive muitas experiências, já ouvi muitas histórias através dessas artes. Inclusive teve uma pessoa que estava passando por um momento de muita dificuldade e encontrou uma, onde estava escrito: ‘não desista, alguém se inspira em você’. E ela me mandou uma mensagem depois dando um depoimento da vida dela. Eu fiquei muito contente em saber que a arte tem essa capacidade de transformar vidas”, enfatiza.

Contemplada duas vezes

Enquanto muitas pessoas ficam na expectativa de novas artes serem deixadas nas ruas para, enfim, poderem pegar, outras conseguiram levar para casa mais de uma peça.

É o que conta a engenheira de produção Ana Thaís Pereira Scodeler, moradora de Pouso Alegre.

 

“Eu tive a honra de ser contemplada, de estar no lugar certo, na hora certa, por duas vezes”, afirma.

 

Ana Thaís contou que, no dia em que conseguiu pegar a primeira peça, teve um pouco de sorte.
 
Ela ainda estava despertando pela manhã quando viu que o artista havia anunciado uma nova obra nas ruas, pelas redes sociais.
 
Ela então chamou o marido, pois estava desconfiada onde era o local. Foi aí que ela conseguiu pegar a tempo uma peça de Prado.
 
“Eu sou admiradora do trabalho dele, um trabalho feito de material sustentável. Além de ser uma obra de arte linda, ainda está contribuindo para o meio ambiente. Eu não vou pegar mais porque eu quero dar oportunidade de outras pessoas pegarem e conhecerem sobre esse projeto lindo. O que eu acho bacana é isso, ele mostrar sua arte e também presentear pessoas que não têm condições de poder comprar uma obra dele”, enfatiza a engenheira.
 
Thaís já pegou duas artes de Prado Neto nas ruas
Thaís já pegou duas artes de Prado Neto nas ruas (foto: Divulgação)

Paixão e conhecimento internacional


Prado Neto se diz apaixonado pela arte. Diante de toda expressividade que ela proporciona, o artista se empenha para chegar onde jamais imaginou poder estar.
 
“Sou apaixonado pela arte já há mais de 20 anos. Sou autodidata e tudo que eu aprendi foi através de revistas, blogs e amigos artistas que me passaram muito conhecimento. E hoje eu venho desenvolvendo muitos trabalhos com pintura em acrílica, em telas, desenvolvendo também murais de rua e trabalho sustentável”, conta.
 
E não é só em Pouso Alegre que a arte dele se espalha. Ela já cruzou fronteiras e é conhecida até internacionalmente, com exposições na Índia e na Inglaterra.
 
“Essas experiências me tornaram um pouco mais humano”, destaca.
 
Hoje, o artista afirma que procura retratar em seus trabalhos pessoas que não têm voz na sociedade.
 
E através de sua arte ele consegue torná-las vistas. Ouvindo as pessoas, vendo experiências e conhecendo histórias, ele espera que esse legado seja sempre lembrado e que possa ser exemplo para tantos outros artistas.
 
“Pra mim a arte é fazer aflorar aquilo que está dentro de nós. As histórias que vão vindo eu tento ilustrar nos murais de rua. A maioria deles eu tento não deixar muito colorido ou até mesmo preparar o fundo, porque a proposta da arte é essa, pegar o caos, um lugar onde não tem nada, e tentar deixar a imagem, deixar uma ilustração que ela vai dando a voz que está dentro de nós. E a arte vem para tentar trazer essas cores para alegrar o nosso dia a dia”, encerra.
 
Prado Neto afirma que não pinta todo o muro, pois o caos também é importante para leitura de suas obras
Prado Neto afirma que não pinta todo o muro, pois o caos também é importante para leitura de suas obras (foto: Divulgação / Prado Neto)
 
Iago Almeida / Especial ao EM


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