(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MÚSICA

Rapper Oreia, da ex-dupla com Hot, assina com a Sony e lança carreira solo

Depois de trocar BH por Medina, no Norte mineiro, ele divulga single e prepara para o próximo dia 31 o lançamento de seu disco, que define como "rap da roça"


27/03/2022 07:00 - atualizado 27/03/2022 08:09
677

De bermuda, sem camisa e com óculos escuros, rapper Oreia segura vara de pescar na beirada de um rio, com um cachorro branco com manchas pretas sentado ao seu lado
O rapper Oreia pretende lançar no mês que vem um aplicativo para interação entre artistas e seu público, com o recurso de doação de valores para ONGs (foto: Danilo Telles/Divulgação)

"Eu nasci na roça, então, nessa nova fase, voltei para mim, voltei para dentro, é mais eu. O 'Gangsta da roça' é o resultado desse período de um ano de solidão que passei na roça, com os bichos, com as plantas, com meus pais. Eu sou esse cara, nasci na roça, estou morando na roça, sequer tenho parentes aqui em BH"

Oreia, rapper



Uma retomada em grande estilo, sustentada pelas melhores expectativas – é assim que o rapper Oreia dá as caras depois de aproximadamente um ano de retiro. Ele acaba de lançar o single “Pepinas”, com o respectivo clipe, assinado por Danilo Telles. A música prenuncia o álbum “Gangsta da roça”, seu primeiro trabalho solo, com o suporte da Sony Music – que cuidará da distribuição – e cujo lançamento está previsto para o próximo dia 31.

Até o início do ano passado, a dupla Hot & Oreia vinha numa espiral ascendente de sucesso e popularidade, mas um imbróglio envolvendo o “cancelamento” de Hot, após denúncias de sua então namorada, que estava grávida e acusava um relacionamento abusivo, acabou por interromper essa escalada. A dupla se desfez, Hot disse que se afastaria da música, e Oreia se mudou, como diz, para a “roça” onde nasceu, em Medina, no Norte de Minas, divisa com Bahia, para morar com os pais.

Após o período de reclusão, Oreia voltou para as redes sociais, anunciando que estava trabalhando num disco novo. Ele conta que esse aceno repercutiu e chegou rapidamente aos executivos da Sony Music, por intermédio de um amigo. “É um contrato de distribuição de música, nada além disso. Estou fazendo meu trabalho com total liberdade. Não tem produtor nem nada me dizendo o quê ou como fazer. Por enquanto está bem legal a parceria”, diz.

Segundo ele, entre as sete faixas que seu primeiro álbum solo reúne, “Pepinas” é a que mais se alinha à estética que ele vinha desenvolvendo ao lado de Hot, com uma base que flerta com o trap e uma letra de forte teor sexual, explicitamente maliciosa. “Na verdade, as outras músicas do disco é que têm mais a minha cara neste novo momento. ‘Pepinas’ é um vestígio do que ficou no passado, uma faixa que gravei para a galera não se assustar muito, mas agora é uma retomada solo, as outras músicas vão vir mais na pegada ‘Gangsta da roça’, com uns assuntos diferentes”, afirma.

Mas o que seria essa pegada “Gangsta da roça”? Oreia explica que tem a ver com um retorno às suas próprias raízes, a um universo que o acompanha desde a infância. “Eu nasci na roça, então, nessa nova fase, voltei para mim, voltei para dentro, é mais eu. O ‘Gangsta da roça’ é o resultado desse período de um ano de solidão que passei na roça, com os bichos, com as plantas, com meus pais. Eu sou esse cara, nasci na roça, estou morando na roça, sequer tenho parentes aqui em BH.”

TRANSFORMAÇÃO

 “Com a pandemia, com o fim da dupla, minha mente se transformou, penso diferente e tomo minhas decisões, não tenho produtor. Os sete clipes das sete músicas do disco eu gravei na roça. Agora é esse cara, de calça jeans e bota. É uma volta ao meu passado, que agora é meu presente e será meu futuro. É um aprofundamento nas raízes, na coisa do vaqueiro, do boiadeiro”, comenta. 

Ele ressalva que essa mudança de direcionamento não implica uma mudança de gênero – ao contrário do que sua fala possa sugerir, a linguagem continua sendo o hip hop, com crítica social e um toque de humor. “Mas uma coisa original, falando do que ninguém fala”, diz.

''Um artista famoso não vai ficar fazendo vídeo para ganhar R$ 200 ou R$ 300, mas se é para doar para uma iniciativa em que acredita, ele grava. Aqui em BH, escolhemos começar pelo Lá da Favelinha, que tem muita credibilidade. O aplicativo foi pensado para levantar grana para o artista independente, levantar grana para a favela e deixar o fã feliz''

Oreia, rapper



Juntamente com o primeiro disco solo de Oreia, virá à luz um projeto acalentado com empolgação: o aplicativo Feat., em que ele e um amigo, o desenvolvedor Leonardo Araújo, vêm trabalhando há um ano e meio. Esse sistema, conforme explica, pretende conectar fãs, artistas e instituições de assistência social e ONGs humanitárias, de forma geral. “Volto como o gangsta da roça, com um disco, e também volto como empresário.”

Em linhas gerais, com o Feat., o usuário pode pagar por vídeos exclusivos de seu ídolo, que grava uma mensagem, uma música ou qualquer conteúdo e envia para o fã, para fruição própria ou para que presenteie alguém. O artista que vende seu conteúdo para o fã tem a possibilidade de fazer automaticamente a doação do dinheiro recebido para instituições filantrópicas em que acredite e confia. “Essa opção de fazer a doação é o que mais agrega valor nesse aplicativo”, diz Oreia.

DEMANDA 

Ele diz que esse é um tipo de fluxo que já existe entre o fã e o artista, e que já existem alguns mecanismos que trabalham no sentido de estreitar essa relação, mas o Feat. propõe, conforme destaca, ir além. “Essa demanda existe, eu mesmo recebo várias mensagens pedindo vídeos meus, isso é comum e todos os artistas, de médio ou grande porte, recebem esse tipo de pedido por meio de redes sociais”. Ele afirma que “o Feat. já está com 25 artistas cadastrados” e cita Djonga, Lagum, FBC entre os que já aderiram.

“Um artista famoso não vai ficar fazendo vídeo para ganhar R$ 200 ou R$ 300, mas se é para doar para uma iniciativa em que acredita, ele grava. Aqui em BH, escolhemos começar pelo Lá da Favelinha, que tem muita credibilidade. O aplicativo foi pensado para levantar grana para o artista independente, levantar grana para a favela e deixar o fã feliz. O que mais tem hoje é artista famoso e pobre, porque não consegue monetizar”, destaca.

Ele próprio diz que, num dado momento, se viu nessa situação. “Eu estava no hype, famoso, com gente fazendo tatuagem com meu rosto, e eu quebrado, sem grana. Falei dessa situação com o Leonardo, que é um nerd do aplicativo, e ele me mostrou alguns exemplos desse tipo de iniciativa, sugeriu que a gente criasse o nosso próprio. Ele cuidou da tecnologia, eu juntei o pessoal do meio que eu conheço, então vai sair, é um negócio de 360 graus que agrada o fã, o artista e a instituição que será beneficiada.” O lançamento do Feat. está marcado para o próximo dia 7 de abril.

FAMÍLIA DE RUA FECHA PARCERIA


Se a cena hip hop de Belo Horizonte assiste, por um lado, à retomada da trajetória musical de Oreia, por outro também vê com orgulho o raio de ação da Família de Rua – responsável pela realização do Duelo de MCs – se expandir cada vez mais. No início deste mês, o coletivo firmou uma parceria com a gravadora Som Livre para o lançamento das batalhas que ocorrem no Duelo – o que é denominado cypher e, a grosso modo, se relaciona com o freestyle.

Duas faixas já foram lançadas, “Nacional Sessions#1” e “Nacional Sessions#2”. Elas precedem o álbum “Família de Rua – Duelo de MCs Nacional 2020”, no qual serão disponibilizadas todas as 31 batalhas do evento, realizado no palco do Viaduto Santa Tereza, com 32 artistas finalistas de diversos estados. Apesar de alguns cyphers de diferentes eventos já terem sido veiculados aleatoriamente nas plataformas, esta é a primeira vez que um campeonato inteiro será distribuído oficialmente masterizado, com maior qualidade e na íntegra.

O selo Família de Rua celebrou a parceria em nota: “O lançamento dos conteúdos do Duelo Nacional nas plataformas de música é mais um sonho realizado e um passo muito importante no processo de profissionalização das batalhas de MCs no Brasil. Para tanto, poder contar com parceria e com a estrutura da Som Livre tem sido fundamental. Vida longa a esse encontro” 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)