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Estado de Minas ARTES VISUAIS

Guto Muniz exibe fotos de 193 espetáculos realizados de 1987 a 2000

Fotógrafo comemora 35 anos de carreira trazendo a público, em mostra on-line, a memória de peças, shows e eventos circenses clicados por ele


26/03/2022 04:00 - atualizado 26/03/2022 02:43

A atriz Teuda Bara toca tambor durante a peça A rua da amargura
Teuda Bara em ''A rua da amargura'', do Grupo Galpão, em 2002 (foto: Guto Muniz/divulgação)

Conhecido pela maneira peculiar de fotografar as artes cênicas e circenses, Guto Muniz disponibiliza ao público cerca de duas mil imagens de seu acervo, feitas de 1987 a 2000. Neste sábado (26/3), roda de conversa vai reunir o fotógrafo, Fernanda Vianna, atriz do Grupo Galpão, Suely Machado, diretora da companhia de dança 1º Ato, Pedro Paulo Cava, diretor de teatro, e Marcos Coletta, que participa da trupe do Quatroloscinco e do Centro de Pesquisa e Memória do Teatro.

As duas iniciativas comemoram os 35 anos de carreira de Guto Muniz e uma década do site Foco in Cena, mantido por ele, com fotos realizadas desde 2001. O evento será realizado na sede do grupo Zap 18, no Bairro Santa Terezinha.

GATILHO DA MEMÓRIA

Guto diz que não se limita a documentar o evento artístico. “A fotografia é um gatilho de memória muito grande. Se você fazia parte de um espetáculo ou vê a foto de um espetáculo ao qual assistiu, é inevitável que, no mesmo instante, comece a se lembrar de uma série de outras coisas relativas a ele. Até mesmo do dia em que você foi assistir e de coisas que aconteceram na sua vida pessoal”, explica.

Ele se interessou por fotografia nos anos 1980. Menino, sonhava ser arqueólogo. Ao entrar em contato com a fotografia e o teatro no curso de publicidade, passou a registrar espetáculos. Registrou 300 encenações brasileiras, 300 internacionais e mais de 1 mil de artistas e grupos de Minas Gerais. Sob suas lentes está não apenas o palco, mas coxias, bastidores e o processo criativo das companhias.

''Tem uma força muito grande no processo de registro e documentação, que vai muito além do próprio espetáculo. São registros de vida mesmo. É a história de muita gente, de muitos artistas que acompanhei desde o começo, de muitas companhias que vi nascer e estão aí registradas''

Guto Muniz, fotógrafo



Se o trabalho do fotógrafo muitas vezes é íntimo e pessoal, os processos de digitalização e seleção de imagens são coletivos. No caso do acervo que será disponibilizado hoje, os 193 espetáculos clicados renderam cerca de 400 filmes analógicos, digitalizados e tratados desde janeiro de 2021.

Várias imagens foram compartilhadas nas redes sociais de Guto em busca de informações para compor fichas catalográficas, como nomes de espetáculos, sinopses, dados técnicos e programas.

“Se me faltavam informações, colocava uma imagem no Facebook e pedia às pessoas envolvidas naquele trabalho para me passarem informações ou indicar pessoas que pudessem ter informações a respeito. Foi muito legal, porque movimentou muitas pessoas. Muita gente me ajudou, e acabou que tenho tudo de que preciso de praticamente todos os trabalhos”, conta. “Não dá para construir sozinho uma história, essa memória.”

Para Guto Muniz, a fotografia tem múltiplas funções. “Ela conta a história de cada um que a vê. Então, tem uma força muito grande no processo de registro e documentação, que vai muito além do próprio espetáculo. São registros de vida mesmo. É a história de muita gente, de muitos artistas que acompanhei desde o começo, de muitas companhias que vi nascer e estão aí registradas”, observa. “Enfim, é um documento que fica, pois você tem isso guardado e disponibilizado no site.”

Muniz conta que se lembra de praticamente todos os espetáculos que registrou de 1987 a 2000, mas não de todas as fotografias. Muitas delas o emocionaram ao longo do processo de seleção e edição.

“Naquele primeiro momento em que fotografei o espetáculo, talvez elas não tivessem me dito muito. Mas hoje, com toda a bagagem que tenho, com o conhecimento histórico do que aqueles espetáculos vieram a gerar depois para as companhias, as imagens me surpreenderam”, revela.

A atriz Debora Falabella, de figurino branco, está no centro do palco, e Luiz Arthur atrás, à direita, na peça Noites brancas
Debora Falabella e Luiz Arthur em ''Noites brancas'', da Odeon Companhia Teatral, em 2004 (foto: Guto Muniz/divulgação)

COLETIVO

A disponibilização do acervo e o bate-papo, além de comemorar a trajetória de Muniz, vão lembrar os 40 anos do Grupo Galpão e da companhia de dança 1º Ato, daí a presença de artistas ligados a eles no evento.

Aberta ao público, a roda de conversa “Memórias da cena” faz parte do projeto Teatro em BH no final do Século 20 – Digitalização do acervo de Guto Muniz, e está marcada para as 16h, na sede do Zap18, em BH, com transmissão no canal Foco in Cena no YouTube.

TEATRO EM BH NO FINAL DO SÉCULO 20

Disponibilização do acervo de fotos de Guto Muniz por meio do site www.focoincena.com.br Neste sábado (26/3), às 16h, roda de conversa com Fernanda Vianna, Suely Machado, Pedro Paulo Cava e Marcos Coletta, na sede do Zap 18 (Rua João Donada, 18, Santa Terezinha). Entrada franca

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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