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Estado de Minas SÉRIES

Plataformas investem em tramas sobre empresários fraudulentos

"WeCrashed" e "The dropout" reconstituem a história de empreendedores que foram tidos como geniais nos EUA, até que a verdade sobre seus negócios viesse à tona


25/03/2022 04:00 - atualizado 25/03/2022 02:10

Vestida com calça e blusa pretas, sentada no chão de um escritório encostada num armário branco, Amanda Seyfried fala ao telefone em cena de the dropout
Em ''The dropout'', Amanda Seyfried é Elizabeth Holmes, que prometeu inovação na saúde com testes rápidos de sangue (foto: STAR/divulgação)

Jovens, inteligentes, ousados. Quantas histórias já vimos sobre empreendedores que tiveram ideias que ninguém teve, criaram startups de sucesso e viraram milionários como que num passe de mágica? As minisséries “WeCrashed”, da Apple TV+, e “The dropout”, da Star , apresentam narrativas sobre o lado negro da força, por assim dizer.

São produções baseadas em fatos que traçam um olhar detalhado da economia centrada no Vale do Silício e financiada pelo capital de risco. São também histórias de arrogância e excesso – o abismo é inevitável.
 
 

“The dropout”, protagonizada por Amanda Seyfried, acompanha Elizabeth Holmes, fundadora da empresa médica Theranos. Em 2015, ela se tornou a bilionária mais jovem dos EUA (sua empresa havia sido avaliada em US$ 9 bilhões) por ter desenvolvido uma tecnologia que revolucionaria os exames de sangue – e, por consequência, o sistema de saúde de seu país. Pouco depois do “título” conquistado, a sucessão de fraudes começou a ser revelada. Após ter sido condenada por fraude e conspiração, em julgamento realizado em janeiro deste ano, Holmes aguarda sentença.

os atores Jared Leto e Anne Hathaway, de mãos dadas, se olham em ambiente de escritório por onde circulam outras pessoas, em cena de wecrashed
Jared Leto e Anne Hathaway vivem o casal Adam Neumann e Rebekah em ''WeCrashed'', sobre o fundador da WeWork (foto: APPLE/DIVULGAÇÃO)

QUEDA

Já “WeCrashed”, que traz como par central Jared Leto e Anne Hathaway, mostra uma queda ainda mais recente. Acompanha Adam Neumann, o fundador da WeWork. O império global de coworking (que tem duas unidades em Belo Horizonte, uma na Savassi e outra no Boulevard Shopping) diferenciava-se dos demais por ter o espírito de uma startup – happy hour todo dia, mesas de sinuca e espaço para confraternizar faziam parte do projeto concebido por Neumann.
     
 De 2010, quando foi criada, a 2019, atingiu o valor de mercado de US$ 47 bilhões. Em menos de um ano, às vésperas de entrar na bolsa de valores, a empresa foi reavaliada em US$ 7 bilhões e Neumann foi posto para fora pelos investidores. Os problemas de liderança, excesso de álcool e drogas foram essenciais para sua “demissão”. 

Ambas as produções têm início com o ocaso dos empreendedores e, por meio de flashbacks, reconstroem sua história. A Elizabeth Holmes de Amanda Seyfried era estranha e antissocial desde criança – mas também sabia que queria fazer algo revolucionário e ganhar rios de dinheiro.

Na parede de seu quarto, a adolescente não tinha um pôster de uma estrela de rock ou de um astro do cinema, mas sim de Steve Jobs. Se o fundador da Apple e Bill Gates, da Microsoft, abandonaram a faculdade, ela não pensa duas vezes em largar a faculdade de Stanford e pegar o dinheiro reservado pelos pais para seus estudos e criar a Theranos.

MENTIRA

A série traz a vida em família, os dramas passados (como abuso durante a faculdade) e seu relacionamento com um homem mais velho, Sunny Balwani (Naveen Andrews), para tentar explicar por que Holmes fez o que fez. 

O que fica claro é que a mentira fazia parte do jogo desde o início – já na primeira apresentação de seu produto, Holmes fraudou o funcionamento do equipamento. A mudança vocal dela, que passou a falar em tom baixo, gerando discussões mundo afora, é bastante explorada pela atriz.

A parte física também é um dos fortes de “WeCrashed”. Para interpretar Neumann, Jared Leto passou seis meses com o próprio, usou próteses no rosto e estudou o sotaque com cinco israelenses. Não adianta: desde o início, o personagem gera antipatia. 

Nascido em Telavive e criado em um kibutz, Neumann, hoje com 42 anos, chegou a Nova York disposto a conquistar o mundo. Tentou muito – roupas para crianças, sapatos para mulheres. Com fala rápida e grande poder de convencimento, conseguiu, em 2010, fundar a WeWork. 

A série conta sua trajetória, entremeando com seu casamento com Rebekah (Hathaway), uma iogue vegana que sentia a energia de pessoas e lugares para ver se os aprovava ou não. Eles têm cinco filhos e estão juntos até hoje.

Excêntrico, para não dizer esquisito, o casal, no auge, ficou conhecido pelos excessos – e a série não se cansa de mostrá-los. Logo no primeiro episódio, os funcionários da WeWork colocam, a todo volume, a música “Roar” (“Rugir”), de Katy Perry, para acompanhar a chegada da dupla ao escritório.
 

“WECRASHED”

• Série em oito episódios no AppleTV . Nesta sexta (25/3), será lançado o quarto. Novos episódios sempre às sextas

“THE DROPOUT”
• Série em oito episódios no Star . Os seis primeiros estão disponíveis. Novos episódios sempre às quintas


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