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Estado de Minas LITERATURA

Luiz Ruffato explica a importância da revista Verde para o Modernismo

Escritor contesta tese de que o surgimento da publicação em Cataguases, nos anos 1920, é 'inexplicável'. Palestra está em vídeo da Academia Mineira de Letras


17/03/2022 04:00 - atualizado 17/03/2022 00:08

O escritor Luiz Ruffato olha para a câmera e sorri
Luiz Ruffato diz que jovens da Cataguases dos anos 1920 têm seu lugar na história da cultura brasileira (foto: Filippe Ruffato/divulgação)

A revista Verde, editada em Cataguases nos anos 1920, é tema da conversa entre o escritor Luiz Ruffato, nascido na cidade, e Rogério Faria Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras, no vídeo que será disponibilizado a partir das 11h desta quinta-feira (17/3), no canal da instituição no YouTube.

Durante as comemorações dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922 na capital paulista, Ruffato lançou o livro “A revista Verde, de Cataguases – Contribuição à história do Modernismo” (Autêntica).

O autor diz que não é especialista no tema, mas se interessou em pesquisar a Verde devido à afirmação de que o surgimento dela seria um fenômeno “inexplicável”. De acordo com ele, Cataguases tinha 17 mil habitantes nos anos 1920, com indústrias, infraestrutura urbana e ambiente estudantil – universo cultural propício a publicações como a Verde.

Lançada em 1927, a revista reunia artigos de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Prudente de Morais Neto, entre outros. Cataguases foi celeiro de talentos ligados ao movimento modernista, como os escritores Rosário Fusco, Francisco Inácio Peixoto e Guilhermino César, entre outros, além do jovem cineasta Humberto Mauro.

Ruffato conta que seu livro surgiu de um convite de Gênese Andrade, editora da Companhia das Letras, para que ele e outros ensaístas escrevessem artigos sobre a Semana de 22 fora de São Paulo, abordando o movimento no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por exemplo.

Dessas reflexões surgiu o livro dedicado exclusivamente à Verde. “Como não acredito em fenômenos inexplicáveis, nunca acreditei, isso sempre me incomodou”, diz Ruffato. “Sempre aguardei alguém que fizesse uma pesquisa mostrando o contrário. Como ninguém fez, eu fiz.”

ELITE INTERIORANA

Ruffato percebeu a importância do movimento modernista em sua cidade natal só depois de ter saído de lá. Um dos motivos disso é o fato de a iniciativa estar ligada à elite de Cataguases. Foram apenas seis edições da revista Verde, mas acredita que elas cumpriram papel importante ao expor a nova opção estética que ganhava espaço no Brasil.

“Em setembro de 1927, adolescentes de Cataguases se reuniram e se organizaram numa revista com um objetivo muito simples: expor o trabalho deles. Evidentemente, sem que eles soubessem, a revista tomou uma outra importância e acabou fazendo história”, afirma.

Rogério Tavares chama a atenção para o movimento cultural da Zona da Mata mineira nos anos 1920/1930, citando os modernistas da Verde e o cineasta Humberto Mauro (1897-1983).

“É fundamental entender melhor como o Modernismo surgiu e se fortaleceu no interior de Minas. Cataguases foi importantíssima. Deve ser valorizada a experiência da geração Verde”, afirma.
 

LUIZ RUFFATO ON-LINE

Videopalestra “A revista Verde, de Cataguases”. Disponível a partir das 11h desta quinta-feira (17/3), no canal da Academia Mineira de Letras no YouTube
 
 
Capa do livro de Luiz Ruffato sobre a revista Verde, com letras em verde sobre fundo creme
(foto: Autêntica/reprodução)

“A REVISTA VERDE, DE CATAGUASES: CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DO MODERNISMO”

• De Luiz Ruffato
• Editora Autêntica
• 176 páginas
• R$ 49,80


* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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